Ana Gomes: “Faz sentido que o Governo tome posição política” na venda das participações de Isabel dos Santos
Ana Gomes insta António Costa a trabalhar com as autoridades judiciais para travar transferências da venda dos ativos do Eurobic ou da Efacec para a empresária envolvida no caso Luanda Leaks.
A empresária angolana Isabel dos Santos está a vender parte das participações que detém em Portugal e o primeiro-ministro António Costa garante que o Governo não pode fazer nada para impedir que o resultado dessas alienações é salvaguardado. Ana Gomes diz, numa entrevista conjunta à TSF e ao DN (acesso livre), não compreender a posição e defende que o Executivo deve tomar uma “posição política”.
“Tenho dificuldade em compreender essa posição da parte do primeiro-ministro. É evidente que Portugal, o governo português, tem obrigação de tomar uma posição pública no sentido de dizer: não, não nos passa pela cabeça que as autoridades competentes, que são certamente as autoridades judiciais nesta fase, não atuarão por todos os meios para impedir que o produto dos esquemas criminosos — branqueamento, corrupção, saque organizado aos recursos de Angola, etc. — vão continuar a beneficiar o criminoso ou a criminosa e os seus cúmplices”, diz a ex-eurodeputada, à TSF e ao DN.
Perante o receio de que o dinheiro da venda do EuroBic aos espanhóis do Abanca seja transferido para a empresária angolana ou para um paraíso fiscal, António Costa quer que o Banco de Portugal intervenha, mas o governador Carlos Costa disse que essa é uma “matéria das autoridades judiciais”. Lembrando que há leis e diretivas europeias sobre o regime de recuperação de ativos, Ana Gomes insta o primeiro-ministro a atuar. “Faz sentido que as autoridades governamentais tomem posição política no sentido de respaldar uma intervenção das autoridades judiciais“, acrescentou.
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