Crash nos mercados? Abanca diz-se “comprometido” com compra do EuroBic

Apesar da turbulência no mercado, que já levou a Cofina a abortar a compra da TVI, por exemplo, o Abanca mantém firme o interesse na aquisição do EuroBic.

Uma tempestade perfeita abateu-se nos últimos dias sobre os mercados financeiros e levou a que muitas operações fossem canceladas, como a oferta pública de aquisição da Cofina sobre a TVI. Neste momento, há uma operação sensível em curso na banca portuguesa: a aquisição do EuroBic por parte do Abanca, num negócio avaliado em 250 milhões. Se havia alguma dúvida de que os galegos poderiam deixar cair o negócio, por causa do momento de tensão nas bolsas mundiais, fonte oficial do Abanca reitera ao ECO o interesse na aquisição do banco de Isabel dos Santos.

“A operação decorre de acordo com o planeado e o Abanca está comprometido com esta aquisição”, adiantou fonte oficial do Abanca, isto depois de questionada pelo ECO sobre se mantinha o interesse no EuroBic apesar de todas as circunstâncias de mercado se terem invertido nas últimas semanas por causa do coronavírus.

A mesma fonte adiantou que o processo de due diligence (análise aprofundada da situação financeira do EuroBic) prossegue e que os trabalhos ficarão concluídos no mês de abril. Só depois disso, é que se decidirá tudo.

"A operação decorre de acordo com o planeado e o Abanca está comprometido com esta aquisição.”

Abanca

Fonte oficial

Foi há um mês que EuroBic e Abanca anunciaram o negócio que vai permitir resolver o impasse acionista que se gerou depois de a empresária angolana Isabel dos Santos ter anunciado que estava de saída do banco onde detém uma participação de 42,5% na sequência da polémica em torno do Luanda Leaks.

Esse anúncio teve até direito a um registo fotográfico do momento em que Teixeira dos Santos, CEO do EuroBic, Juan Carlos Escotet, chairman do Abanca, e Francisco Botas, CEO do Abanca, assinaram o memorando de entendimento com vista

Juan Carlos Escotet (dono do Abanca), Teixeira dos Santos (CEO do EuroBic) e Francisco Botas (CEO do Abanca) fechando o negócio.

Desde esse momento o Abanca desencadeou uma análise exaustiva relativamente à situação do EuroBic, sobretudo para perceber eventuais impactos do caso Luanda Leaks no banco. Os trabalhos estão em curso. E, ao que apurou o ECO, o Abanca tem encontrado sinais positivos que só vieram reforçar o interesse no banco português.

Concluída a due diligence, se os galegos avançarem para a aquisição do EuroBic, os reguladores serão depois informados da operação, à qual terão de dar o seu aval. À partida, o Abanca não deverá contar com a oposição do Banco de Portugal nem do Banco Central Europeu (BCE). Carlos Costa afirmou na semana passada, no Parlamento, que o banco espanhol é “credível e com interesse”.

Mais: o Abanca não é propriamente uma “entidade desconhecida”, prosseguiu o governador do Banco de Portugal, explicando que os espanhóis compraram recentemente a rede de balcões da Caixa Geral de Depósitos em Espanha e a rede do Deutsche Bank em Portugal e que “em todos estes momentos foi submetida a critério de idoneidade”.

“A menos que acontecesse alguma coisa surpresa que eu estranharia”, o Abanca será autorizado pelo BCE e pelo Banco de Portugal a adquirir o EuroBic, sublinhou Carlos Costa.

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