BCP e EDP sobem 4%. Conduzem Lisboa ao maior ciclo de ganhos desde janeiro

A bolsa de Lisboa encerrou a semana com o pé direito e o melhor registo diário desde meados de março. O PSI-20 subiu 3%, naquela que foi a quarta sessão consecutiva de ganhos, com as subidas de mais de 4% do BCP e da EDP a darem gás ao principal índice nacional.

O PSI-20 valorizou 3,07%, para os 4.196,31, com apenas dois títulos a fecharem no vermelho: a Jerónimo Martins e a Ibersol. O índice lisboeta acompanhou o rumo positivo dos pares europeus numa sessão em que o Stoxx 600, índice que agrega as 600 maiores cotadas europeias, ganhou 1,44% e “selou” o melhor registo semanal desde dezembro de 2011: somou 7,22%. Por Lisboa, o ganho semanal é mais curto, de 5%, mas é o melhor das últimas duas semanas.

O avanço registado nas últimas sessões pelos índices bolsistas europeus, incluindo a praça portuguesa, acontece numa altura em que os estímulos económicos e dos bancos centrais dão ânimo aos investidores após a derrocada registada em março nas bolsas mundiais. Ainda esta quinta-feira, a Fed anunciou novos apoios para empresas, estados norte-americanos e cidades, no valor de até 2,3 biliões de dólares.

Em Portugal, o BCP e a EDP foram os pesos pesados que mais impulsionam a bolsa nacional. Os títulos do banco liderado por Miguel Maya valorizaram 4,57% para os 10,30 cêntimos. Isto apesar de a agência de rating Standard & Poor’s ter revisto em baixa a perspetiva (“outlook”) do banco, de “positiva” para “estável”, tendo referido que espera que “a contração económica associada à pandemia em todos os países onde o BCP atua dilua os benefícios potenciais dos esforços do banco para melhorar o seu perfil financeiro, em especial a qualidade do crédito”.

Já as ações da EDP somaram 4,56%, para os 3,763 euros, sendo um dos principais motores do avanço do índice lisboeta. Ainda no setor energético, a petrolífera Galp Energia viu as ações avançarem 3,01%, para os 10,27 euros, em linha com o respetivo setor na Europa, num dia em que os países da OPEP e aliados estão reunidos na tentativa de firmarem um acordo para cortes na produção.