Saudi Aramco vê lucro cair 25% com guerra de preços do petróleo

A petrolífera da Arábia Saudita reduziu os lucros em 25% no primeiro trimestre deste ano, período em que o país esteve em "guerra de preços" com a Rússia.

A Saudi Aramco, a cotada mais valiosa do mundo, viu os seus lucros baixarem 25% no início do ano, passando de um lucro de 22,1 mil milhões de dólares no primeiro trimestre de 2019 para os 16,6 mil milhões de euros no primeiro trimestre de 2020. Os números foram divulgados esta terça-feira pela empresa saudita.

Esta redução dos lucros ocorreu num período marcado pela “guerra de preços” do petróleo travada entre a Arábia Saudita e a Rússia, após terem falhado um acordo de cartel para o corte de produção. Os sauditas aumentaram a produção, em vez de a baixar como tinha ocorrido anteriormente, inundando o mercado com barris, o que levou a uma queda significativa da cotação do petróleo nos mercados internacionais.

Poucos depois, a pandemia viria a aprofundar essa desvalorização do “ouro negro” com a esperada queda da procura a nível mundial, tanto que recentemente o petróleo chegou mesmo a negociar em terreno negativo nos EUA pela primeira vez na sua história.

Em comunicado, o CEO da Saudi Aramco, Amin Nasser, assinala que a crise pandémica “é algo nunca visto no mundo” e garante que a empresa está a “adaptar-se a um ambiente de negócios altamente complexo, o qual muda rapidamente”. “A Aramco tem demonstrado resiliência durante os ciclos económicos e tem uma posição sem paralelo devido a um balanço forte e uma estrutura de custos baixos“, acrescentou.

Apesar de os resultados terem piorado, a petrolífera saudita confirmou que vai pagar um dividendo de 18,75 dólares no primeiro trimestre. Recorde-se que quando foi para a bolsa a Saudi Aramco comprometeu-se a pagar um dividendo de 75 mil milhões de euros por ano durante cinco anos.

Neste momento, o mercado petrolífero já está mais estabilizado. Segundo a Reuters, a Arábia Saudita anunciou esta madrugada que vai cortar a produção em mais um milhão de barris por dia em junho, levando o corte para 7,5 milhões de barris por dia (-40%) em comparação com a produção de abril.

Neste momento, o petróleo está a valorizar 2,15% para os 24,66 dólares em Nova Iorque e a subir 1,32% para os 30,02 dólares em Londres, o qual serve de referência para as importações portuguesas.

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