Novo leilão do solar já arrancou. Iberdrola quer voltar a ser a grande vencedora

Além das barragens e centrais eólicas no norte de Portugal, e da forte aposta no solar, o hidrogénio também está na mira da empresa, com novidades prometidas para breve.

Para combater a crise mundial e os efeitos da pandemia de Covid-19, a elétrica espanhola Iberdrola decidiu aumentar os investimentos e manter o plano de contratações: mais 5.000 pessoas só em 2020. Nos primeiros três meses do ano, a empresa investiu 1.729 milhões de euros a nível global (mais 24% do que em 2019). Deste valor, 47% foi para renováveis: 810,2 milhões de euros.

Em Portugal, os investimentos estão planeados a longo prazo (1500 milhões de euros para fazer nascer até 2023 três novas barragens no Alto Tâmega) e também estão a aumentar, garantiu em entrevista ao ECO/Capital Verde a diretora-geral da Iberdrola em Portugal, Carla Costa. “Para superar esta crise é preciso investir. Sem investimento não há crescimento e sem crescimento não há emprego. É nesta direção que vamos”, garantiu a responsável. Depois de no primeiro leilão de energia solar em Portugal ter arrematado sete dos 22 lotes disponíveis, em 2020 a Iberdrola quer repetir o feito. A próxima licitação está já marcada para 24 e 25 de agosto mas a fase de candidaturas arranca esta segunda-feira, 8 de junho, e termina a 31 de julho.

“Dos grandes players, a Iberdrola foi a grande vencedora do leilão de 2019. Houve outros mais pequenos que também arremataram vários lotes. A aposta da Iberdrola era vencer. Agora é a altura certa para investir forte no solar e é isso que estamos a fazer. É uma das grandes apostas da empresa e já estamos a trabalhar em força para o novo leilão, absolutamente interessados que corra bem”, garante Carla Costa, que avisa para o risco de se repetirem os preços “demasiados baixos” para a energia elétrica registados no ano passado: 20,33 euros/MWh, em média, com um dos lotes a chegar aos 14,63 euros por MWh.

O negócio dos leilões do solar é bom, mas tem limites. Sobretudo no último lote, os preços foram demasiado baixos. Entrou-se em números muito negativos. Isto é um negócio, e apesar de a aposta ser grande, há uma linha vermelha que não se pode passar, e todas as empresas grandes e sérias que estão cá para ficar sabem disso. Aos valores atuais da energia, foi demasiado baixo. Foi tão bom, tão bom, que foi um recorde”, diz a diretora-geral. No leilão do ano passado a Iberdrola arrematou quase 150 MW, dos mais de 1000 MW disponíveis, conseguindo assim capacidade solar para mais do que duplicar a sua potência renovável operativa no país.

“São três grandes áreas: Setúbal, sul do Tejo; Alentejo e Algarve. Estamos agora na fase de desenvolvimento dos projetos, mais adiantados do que se possa imaginar. Estamos a construir uma equipa em Portugal só dedicada aos leilões, que até ao final do ano vai crescer e crescer bem. Penso que vamos conseguir cumprir os prazos. Quanto ao novo leilão de 2020, as regras já saíram, já são conhecidos os lotes e temos toda a equipa à procura de terrenos nas subestações que vão agora a leilão”, revela Carla Costa.

Além das barragens e do solar, a Iberdrola está também a apostar na energia eólica onshore na Península Ibérica, mas sobretudo no offshore, nos mares do norte da Europa. Em janeiro, de visita a Portugal, o presidente da Iberdrola, Ignacio Galán, anunciou um investimento de 200 milhões de euros em “novos projetos eólicos” no país, a somar aos 1.500 milhões já investidos para construir três novas barragens no Alto Tâmega. O hidrogénio também está na mira da empresa, mas sobre isso a Iberdrola não se pronuncia ainda. Para breve estão previstas novidades.

“O mundo está a mudar. A Iberdrola está sempre atenta a todas as novas tendências renováveis, incluindo o hidrogénio, como já afirmou o presidente da empresa. Mas todas as tecnologias têm o seu tempo. Tudo o que seja uma aposta de sucesso, vamos investir. Ainda é muito cedo para falar de detalhes no hidrogénio porque está a ser estudado e a aguardar resultados. A Iberdrola é uma empresa grande, aposta em todo mundo e quando aposta em Portugal ficamos super felizes”, rematou Carla Costa.

Frente ao primeiro-ministro, António Costa, Ignacio Galán garantiu: “Pode estar seguro de que continuaremos a impulsionar a transição energética neste país, e com isso a criação de riqueza, emprego e bem-estar para todos os portugueses”.

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