Costa defende que novas restrições na Grande Lisboa evitam prejuízos da cerca sanitária
António Costa rejeita que haja "dois pesos e duas medidas no país" com opção do Governo em não criar cerca sanitária nos 5 concelhos da área metropolitana de Lisboa com mais novos casos de covid-19.
O primeiro-ministro considerou esta segunda-feira que as novas medidas restritivas para a área metropolitana de Lisboa, abrangendo estabelecimentos e sancionamento de ajuntamentos, substituem os efeitos de uma eventual cerca sanitária, sem os inconvenientes desta para a atividade económica.
Esta posição foi transmitida por António Costa em conferência de imprensa, em São Bento, após ter estado reunido ao longo de mais de quatro horas com presidentes de câmaras dos cinco concelhos do país mais afetados atualmente pela covid-19: Amadora, Sintra, Lisboa, Odivelas e Loures.
As novas restrições, que se aplicam quase todas aos concelhos da área metropolitana de Lisboa, serão ainda hoje aprovadas num Conselho de Ministros eletrónico e entram em vigor às 00:00 de terça-feira.
Perante os jornalistas, o líder do executivo rejeitou que haja “dois pesos e duas medidas no país” com a opção do Governo em não criar uma cerca sanitária nestes cinco concelhos da área metropolitana de Lisboa.
“Não há dois pesos e duas medidas, há dois momentos distintos e há uma circunstância completamente diversa. O aumento de casos [de covid-19] verifica-se sobretudo em 15 freguesias [de cinco concelhos] e em áreas residenciais de algumas dessas freguesias”, alegou o primeiro-ministro.
Por isso, segundo António Costa, “da combinação das medidas de reforço das decisões da autoridade sanitária, de confinamento domiciliário obrigatório e de encerramento de estabelecimentos a partir das 20:000, assim como com o sancionamento dos ajuntamentos [superiores a 10 pessoas], conseguir-se-á obter o efeito útil que poderia ser alcançado com uma cerca sanitária, mas sem todos os inconvenientes da cerca sanitária”.
“Nestas circunstâncias, não estamos a proibir de trabalhar quem está em condições de poder trabalhar, não proibimos a atividade comercial e controlam-se os riscos associados à difusão da pandemia de covid-19”, sustentou o primeiro-ministro, tendo perto de si os ministros da Saúde, Marta Temido, e da Administração Interna, Eduardo Cabrita, assim como o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, este também coordenador do Governo para a Região de Lisboa e Vale do Tejo no combate à covid-19.
No período de perguntas formuladas pelos jornalistas, António Costa defendeu que, no conjunto da região de Lisboa, a capacidade do Serviço Nacional de Saúde para internamentos e para cuidados intensivos está distante de se esgotar, razão pela qual “não são necessárias medidas acrescidas”.
“Depois de se terem reforçado nas últimas semanas as equipas de saúde pública, que praticamente duplicaram, vamos agora reforçar quer os cuidados de saúde comunitários, quer a proteção civil municipal para vigilância”, disse.
Questionado sobre situações de contágio nos transportes públicos, o primeiro-ministro referiu que “está normalizada a situação na CP”, mas que ao nível do transporte rodoviário “foi identificado um problema”.
“Na proposta de Orçamento Suplementar em discussão na Assembleia da República, já está prevista a dotação necessária para que a Área Metropolitana de Lisboa possa renegociar com os operadores do transporte rodoviário o aumento da oferta”, disse.
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