Furacões juntam-se ao flagelo da Covid-19 no Texas
A época de furacões no Atlântico oeste começou e já se abateu sobre o Texas. Um dos estados mais atingidos pela pandemia nos EUA é agora palco da tempestade Hanna, duplicando risco para seguradoras.
A tempestade Hanna abriu a época de furacões e ciclones de origem atlântica que habitualmente varrem as Caraíbas e a costa leste e sul dos EUA. O furacão, inicialmente classificado como sendo de categoria 1 (o menos grave na escala Saffir-Simpson de 1 a 5 e que corresponde a vento sustentado com intensidade entre 119 e 150 km/hora), atingiu terra no sábado com ventos na ordem dos 150 quilómetros por hora (km/h).
Tendo abrandado para tempestade tropical na manhã de domingo (26 de julho), o evento ainda fustigava o Texas, um dos estados mais atingidos pela pandemia da covid-19. Citado na imprensa local, o meteorologista Chris Birchfield avisou os residentes para continuarem alertas: “Não estamos nem perto do pior. Ainda prevemos inundações de dimensão catastrófica.”
O alerta de chuvas torrenciais, tempestade marítima, ventos fortes e risco de grandes inundações também justificou a atenção de seguradoras e resseguradoras expostas aos danos das catástrofes naturais que resultam dos furacões e ciclones com origem no Atlântico.
O risco de desastre natural adicionado ao número crescente de infeções no quadro da pandemia (covid-19) pode constituir um golpe duplo para as seguradoras que operam na região, incluindo a fronteira com México, assinalaram especialistas.
Uma análise da CoreLogic, empresa especializada na modelação de riscos de tempestades, estimou que 14 mil casas estavam vulneráveis à força destruidora do furacão Hanna na região do Texas. De acordo com o modelo utilizado, considerando a destruição total dessas habitações (nos seis condados mais expostos à tempestade), a reconstrução pode ascender a um custo global na ordem dos 2,38 mil milhões de dólares (mais de 2 000 milhões de euros), de acordo com o site Insurance Journal.
De acordo com as previsões do Centro Nacional de Furacões dos EUA, a seguir ao Hanna seguir-se-á o Douglas, outra potencial tempestade tropical em formação, e com possível deslocação para a mesma região.
Face ao alerta de tempestade, Greg Abbot, governador do Texas, declarou estado de calamidade para 32 condados: “Um furacão já é um desafio enorme. É ainda mais complicado e mais devastador quando varre as zonas do Estado mais atingidas pela Covid-19,” afirmou Abbot no fim de semana que abriu a temporada dos furacões.
Dados oficiais sobre a pandemia indicam que, nas duas primeiras semanas de julho, o número de casos diários no Texas foi superior a seis mil novas infeções de Covid-19, sobrecarregando os estabelecimentos de saúde de Houston e outras cidades do Texas.
A pandemia da doença provocada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2) já provocou a morte de 645.715 pessoas em todo o mundo e infetou 16.072.290, em 196 países, estando 9.061.300 dadas como curadas.
De acordo com os números da Agência France-Press (AFP), no sábado registaram-se 6.003 novas mortes e 260.578 novos casos em todo o mundo. Os países com o maior número de novas mortes nas últimas avaliações da AFP foram o Brasil (1.211), os Estados Unidos (1.067) e o México (729).
Os Estados Unidos são o país mais afetado, tanto em mortes como em casos, com 146.463 mortes em 4.178.730 casos registados, de acordo com a contagem da Universidade Johns Hopkins. Foram relatadas pelo menos 1.279.414 pessoas curadas.
Depois dos Estados Unidos, os países mais atingidos são o Brasil, com 86.449 mortes em 2.394.513 casos, o Reino Unido, com 45.738 mortes (298.681 casos), o México, com 43.374 mortes (385.036 casos) e a Itália, com 35.102 mortes (245.864 casos).
A Bélgica tem o maior número de mortes em relação à sua população, 85 por 100.000 habitantes, seguida pelo Reino Unido (67), Espanha (61), Itália (58) e Suécia (56).
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