Quanto gastam as famílias por ano com telecomunicações?

Os pacotes são o tipo de oferta de telecomunicações mais popular em Portugal e há cada vez mais clientes destas ofertas convergentes. Mas, no global, quanto gastam as famílias por ano e por mês?

Mais de quatro milhões de famílias subscrevem pacotes de telecomunicações, com serviços tão variados como telefone fixo, televisão ou acesso à internet. O número reflete a popularidade destas ofertas em Portugal, sendo que os pacotes com quatro e cinco serviços têm sido os que mais crescem em quota de mercado.

Estas ofertas, chamadas de “convergentes”, são as mais competitivas no preço. Mas não são necessariamente as mais benéficas para os consumidores. Por vezes, incluem serviços que os clientes não querem ou não precisam, serviços esses que acabam por ter, ainda assim, de pagar. É o caso, por exemplo, das muitas centenas de canais ou dos milhares de minutos de chamadas gratuitas no telefone. E quase sempre têm um longo período de fidelização associado.

Mas quanto gastam as famílias com telecomunicações em Portugal? A resposta foi dada recentemente pela presidente da Autoridade da Concorrência, Margarida Matos Rosa, durante uma audição no Parlamento: em média, as famílias portuguesas gastam 700 euros por ano com telecomunicações.

Este dado ganha relevância porque surge numa altura em que o tema tem feito correr tinta nos jornais: as operadoras representadas pela Apritel e a Anacom, o regulador das telecomunicações, têm protagonizado acusações de parte a parte sobre o nível dos preços dos serviços de comunicações eletrónicas no país. Talvez sem surpresa, Meo, Nos e Vodafone consideram que os preços são baixos em Portugal comparativamente com um conjunto de países da Europa, enquanto os reguladores apontam para dados oficiais que mostram que os preços não só são altos, como têm vindo a subir (as operadoras justificam que os dados oficiais comparam coisas que não são comparáveis).

O mesmo valor foi também abordado recentemente no Parlamento por outra figura do setor, o secretário de Estado Adjunto e das Comunicações. Alberto Souto de Miranda deu outra perspetiva: “700 euros por ano em telecomunicações… este número, assim, impressiona. Mas, se o desagregarmos, por mês dá 60 euros”, apontou o governante. Dito isto, acrescentou: “Dir-me-ão que é muito, e para algumas famílias seguramente. Mas temos de perceber quanto gastamos em água, eletricidade e bens essenciais, e se calhar pagamos muito também.”

É a pensar nessas famílias mais carenciadas que estará para surgir a nova tarifa social de internet, que o Governo já assumiu estar a preparar. A ideia é aplicar um desconto na fatura da internet às famílias elegíveis, por terem baixos rendimentos. Ainda não se conhecem mais detalhes para além da intenção, mas Alberto Souto de Miranda indicou que esta tarifa social deverá ser semelhante à tarifa social de eletricidade.

Se assim for, a medida poderá baixar o preço das telecomunicações a pessoas que beneficiem de complemento solidário para idosos, rendimento social de inserção, subsídio de desemprego, abono de família, pensão social de invalidez e pensão social de velhice, havendo ainda um rendimento anual máximo a partir do qual deixa de haver direito a este desconto na fatura. A avaliar pelos números da tarifa social de eletricidade, a medida poderá tornar o acesso à internet mais acessível a cerca de 700 mil famílias.

Quanto custa fazer uma máscara? Quanto gasta cada família com as telecomunicações? Quanto cobra uma imobiliária para vender a casa? Ou qual a profissão mais bem paga do país? Durante todo o mês de agosto, e todos os dias, o ECO dá-lhe a resposta a esta e muitas outras questões num “Sabia que…”.

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