Lucro da Allianz encolhe 29% até junho. AGCS apura prejuízo
A seguradora alemã apresentou receitas estabilizadas, mas a pandemia teve efeito negativo importante, sobretudo no negócio não Vida e na AGCS, unidade de riscos globais e soluções empresariais
A Allianz SE consolidou 73,5 mil milhões de euros em receitas no primeiro semestre, um desempenho “estável” face a período homólogo do ano anterior, apesar de um declínio de quase 7% entre abril e junho, período em que volume de negócios totalizou 30,9 mil milhões de euros.
Por causa do “considerável impacto negativo da Covid19” no negócio segurador, o resultado operacional caiu 20,5%, para os 4,9 mil milhões de euros. A refletir a evolução do resultado operacional, o lucro líquido diminuiu 28,8%, para os 2,9 mil milhões de euros, anunciou a companhia germânica em comunicado.
De acordo com Oliver Bäte, CEO da instituição, a “Allianz alcançou resultados robustos e mostrou resiliência notável nos primeiros seis meses de 2020. Isto deixa-nos confiantes de que apresentaremos um desempenho financeiro igualmente sólido na segunda metade do ano”, afirmou Bätes.
Porém, “devido à continuação das incertezas”, a Allianz não adianta perspetivas atualizadas do resultado operacional para o conjunto do exercício, lê-se no documento em que a entidade afirma ter concluído o semestre com nível de capitalização “bom”, a corresponder a um rácio de 187% (Sovência II), depois de 190% apresentado no final do primeiro trimestre.
Detalhando a evolução por áreas operacionais, a atividade P&C (propriedade e danos) foi, como para a generalidade das seguradoras globais, afetada pelo impacto da pandemia. Apesar de estabilização na receita total (13,5 mil milhões de euros no segundo trimestre), o negócio caiu 1,6% e termos orgânicos, refletindo o andamento do negócio da Allianz Partners no Reino Unido, insuficientemente compensado pelo crescimento da AGCS na Alemanha e no mercado Ásia Pacífico. Assim, o resultado operacional na área P&C caiu 17,4%, para os 1,1 mil milhões de euros.
No negocio Vida e Saúde, onde o resultado operacional ascendeu a 1 000 milhões, a companhia assinala a quebra em novo negócio devido ao impacto da pandemia na generalidade dos países em que a Allianz opera.
Por fim, na gestão de ativos, o volume total de recursos (de terceiras partes) sob gestão aumentou em 6,5% (ou 101 mil milhões de euros), alcançando 1,66 biliões no segundo trimestre. Com esta evolução a carteira total de ativos sob gestão da companhia ascendeu aos 2,25 biliões. Neste negócio, o resultado operacional recuou 5,7%, para os 640 milhões de euros, a refletir sobretudo decréscimo em comissões.
AGCS: Covid19 gera prejuízo e pressiona eficiência
A AGCS, subsidiária do grupo Allianz especialista em riscos globais e soluções corporate, registou incremento de 11,3% em prémios brutos, para um total de 5,52 mil milhões de euros no semestre, impulsionado sobretudo pela linha Capital Solutions, mas também pelo desempenho (renovações e novos negócios) em linhas como propriedade, aviação, financeira e responsabilidade civil.
Devido a menor retorno em investimento e diminuição na atividade de subscrição, devidos ao efeito da pandemia, o resultado operacional da AGCS foi negativo em 295 milhões de euros, um recuo superior a 480 milhões face a 185 milhões de lucro alcançado nos primeiros seis meses de 2019.
Antecipando quase 490 milhões de euros em gastos com sinistros Covid19 (e outras perdas já incorridas com a pandemia), sobretudo em coberturas da linha Entretenimento, em parte mitigados por melhor gestão de outras despesas, a AGCS fechou o semestre com um rácio combinado nos 117,2%, apresentando eficiência deteriorada face aos já pouco confortáveis 100,4% de um ano antes.
Excluindo o impacto da pandemia, a entidade teria concluído o semestre com lucro operacional de 213 milhões, mais 28 milhões de euros do que o alcançado um ano antes, revela o comunicado da AGCS.
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