Ordem dos Médicos considera “estranho” que ministra não tenha lido relatório
O bastonário da Ordem dos Médicos disse ser "estranho" que a ministra Ana Mendes Godinho não tenha lido o relatório sobre o surto num lar em Reguengos: "Competia-lhe ler o documento."
O bastonário da Ordem dos Médicos diz ser “estranho” que Ana Mendes Godinho, ministra com a pasta da Segurança Social, não tenha lido o relatório que a ordem elaborou acerca do surto de Covid-19 num lar em Reguengos de Monsaraz.
“É no mínimo estranho e de uma enorme insensibilidade a ministra não ter perdido 15 ou 20 minutos para ler a auditoria que a Ordem dos Médicos fez. Competia-lhe ler o documento”, comentou Miguel Guimarães, em declarações à TSF.
Em causa está a entrevista de Ana Mendes Godinho ao Expresso, na qual a ministra admite não ter lido o relatório sobre o caso, tendo, no entanto, pedido “que o analisassem”. A ministra disse ainda que “a dimensão dos surtos nos lares não é demasiado grande”, mas acabou por emitir um esclarecimento mais tarde, assegurando ter sido “descontextualizada de forma grave” nessas declarações, recusando que tenha desvalorizado o problema.
No entanto, a entrevista gerou polémica devido ao relatório que a ministra disse não ter lido. Para o bastonário da Ordem dos Médicos, a leitura do documento era importante para “perceber algumas coisas que estiveram menos bem e atuar em conformidade”.
Na manhã deste sábado, Marcelo Rebelo de Sousa também reagiu à entrevista. O Presidente da República afirmou ter lido o relatório e apontou que, sobre o referido surto em Reguengos, há, na verdade, quatro documentos. “Li vários relatórios. É preciso ver que é preciso lê-los todos”, disse.
Também em reação à entrevista, o PSD avisou que vai chamar Ana Mendes Godinho e a ministra da Saúde, Marta Temido, ao Parlamento, com “caráter de urgência”. Já o presidente do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos, pediu a sua demissão.
Perante as declarações políticas que surgiram, o ECO contactou o gabinete da ministra Ana Mendes Godinho este sábado, no sentido de obter uma reação. Fonte oficial remeteu para o esclarecimento entretanto emitido. A nota, no entanto, não aborda a temática concreta do relatório da Ordem dos Médicos.
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