Insurance Europe pede à UE estratégia ambiciosa face às alterações climáticas
A estratégia da União Europeia para lidar com as mudanças climáticas data de 2013. No âmbito de consulta pública promovida por Bruxelas, a federação europeia de seguros pede ambição e proatividade.
As seguradoras europeias, através da Insurance Europe (IE), exortam a UE a intensificar o esforço de adaptação às alterações climáticas e que essa “adaptação seja mais proeminente”, ou seja que se torne o mainstream da estratégia europeia. Dada a dimensão do desafio que representa, significa “ser ambicioso,” por forma a reduzir o risco de catástrofes naturais como inundações, reclama a federação da indústria europeia de seguros.
De facto, explica a IE, “algumas das consequências das alterações climáticas já se tornaram visíveis”. Isto significa que “as ações de mitigação por si só não são suficientes para enfrentar as implicações económicas, sociais e ambientais de um clima em mudança”.
A posição da patronal europeia de seguros e resseguro é assumida num comunicado que sintetiza resposta a uma consulta da Comissão Europeia sobre a estratégia da UE para a adaptação às alterações climáticas. O Executivo de Bruxelas lançou uma consulta pública no âmbito da reflexão sobre a atual estratégia da UE para se adaptar às alterações climáticas, definida em 2013, e sobre as eventuais alterações a introduzir na mesma.
Para uma adaptação adequada às mudanças climáticas, “é essencial recolher, partilhar e monitorizar dados a vários níveis de governação para fornecer uma visão clara” das diferentes medidas de adaptação a tomar pelos Estados-membros, defende a organização de seguros.”Embora seja importante reconhecer que cada Estado membro é afetado pelas alterações climáticas de forma diferente e que, por conseguinte, não existe uma solução única a nível europeu, a UE tem um papel fundamental a desempenhar na coordenação dos esforços de adaptação”, nota a entidade liderada por Andreas Brandstetter.
A organização setorial sugere que o esforço de prevenção face aos riscos adversos deve ser mais proativo e passar pela aplicação de normas de construção, infraestruturas de defesa contra inundações e evitar a construção em zonas de alto risco. A estratégia original da UE para 2013 foi útil e um “bom começo”, mas mostra-se agora insuficiente para enfrentar o impacto futuro das alterações climáticas, necessidade de dar maior ênfase à fase pré-catástrofe, sustenta a IE defendendo uma visão mais preventiva e reafirmando que está comprometida com a meta europeia de neutralidade para 2050.
De acordo com a Insurance Europe, também seria útil melhorar a capacidade de as seguradoras desempenharem o seu papel, coordenando com os governos para garantir que as medidas de adaptação fossem aplicadas em toda a UE, ajudando assim à promoção de comportamentos preventivos.
No mesmo sentido, o Position paper da federação de seguros apela ao acesso e divulgação de dados de alta qualidade sobre medidas de adaptação e que a UE explore a utilidade de parcerias público-privadas que sirvam medidas de adaptação que frequentemente se mostram dispendiosas.
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