PCP considera “dispensável” acordo escrito com Governo
O secretário-geral comunista considerou que um acordo escrito com o Governo minoritário socialista é “claramente dispensável”, ressalvando que o PCP aguarda pelo próximo Orçamento do Estado.
O secretário-geral comunista considerou este sábado que um acordo escrito com o Governo minoritário socialista é “claramente dispensável”, ressalvando que o PCP aguarda pelo próximo Orçamento do Estado e está disponível para “dar a sua contribuição”.
De visita a uma das exposições da 44.ª Festa do Avante!, no Seixal (distrito de Setúbal), e questionado sobre um possível acordo escrito entre o partido e o executivo socialista, Jerónimo de Sousa considerou essa formalização – registada em 2015 – desnecessária.
“Por nós o papel seria perfeitamente dispensável. Só aconteceu [em 2015] devido à insistência do então Presidente da República, que queria o papel, queria o papel, queria o papel, queria o papel”, argumentou o secretário-geral, referindo-se a Cavaco Silva.
Para o PCP, resta saber qual a proposta orçamental que o Governo de António Costa irá levar a discussão na Assembleia da República, estando o partido disponível para “dar a sua contribuição”.
“Venha a proposta e o PCP está disponível para dar a sua contribuição, numa perspetiva de rutura com o passado e de encontrar as oportunidades de investimento e de desenvolvimento do nosso país”, afirmou Jerónimo.
Questionado sobre as declarações do primeiro-ministro relativas a uma possível crise política caso não exista acordo com a esquerda parlamentar, o dirigente comunista considerou que “procurar uma posição de ameaça não ajuda em nada” e “não contribui para solução nenhuma”.
“Creio que isso é uma posição pouco sustentável e era importante que o Governo se disponibilizasse para encarar as respostas para o país, para os trabalhadores, para os reformados e pensionistas, para os pequenos e médios agricultores e empresários, esse é que deve ser o caminho”, sustentou.
Jerónimo de Sousa confessou ainda estar “preocupado” com matérias orçamentais, como o aumento “poucochinho” do salário mínimo nacional, insistindo na proposta comunista de 850 euros.
O secretário-geral comunista revelou que “é perante os assuntos concretos” que o PCP tomará a sua posição, sublinhando que o partido não está “numa posição meramente reivindicativa, pelo contrário”.
Em julho, o primeiro-ministro lançou o desafio a BE, PCP, “Os Verdes” e PAN, no debate parlamentar sobre o estado da Nação, para entendimentos de longo prazo, à semelhança do sucedido em 2015, com as inéditas posições conjuntas com bloquistas, comunistas e ecologistas.
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