Exportações recuam 7% em julho, mas dão sinais de retoma

Exportações nacionais voltam a dar sinais de regresso à normalidade depois de a pandemia e o confinamento terem provocado quebras de 30% nas vendas ao exterior.

As exportações nacionais estão a recuperar da quebra de 30% registada nos três meses anteriores. As vendas de bens ao exterior voltaram a cair em julho, mas a descida de 7,3% foi menos intensa do que nos meses críticos do confinamento provocado pela pandemia, dando sinais de regresso à normalidade. Em maio e junho as exportações chegaram a afundar 40% e 10%.

Ainda que as vendas para os outros países evidenciem uma tendência de retoma, mantém-se o travão nas compras ao exterior, de acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). As importações caíram 21,2% em julho após a queda de 22,6% registada no mês anterior.

Com estas evoluções, o défice da balança comercial de bens — diferença entre exportações e importações — diminuiu 1.147 milhões de euros em julho, atingindo os 716 milhões.

As exportações têm sido um dos principais motores de crescimento económico do país nos últimos anos, sendo que as estatísticas disponibilizadas agora pelo INE dizem respeito apenas a bens, deixando de fora os serviços como o turismo, um dos setores económicos mais penalizados pela pandemia. O gráfico das exportações de bens mostra uma recuperação em “V” após a pandemia.

No trimestre terminado em julho, as exportações e as importações de bens diminuíram respetivamente 19,2% e 28,0% face ao trimestre terminado em julho de 2019. São descidas menos intensas do que as verificadas no segundo trimestre do ano, de -30,6% e -34,2%, respetivamente.

Exportações para França já cresceram em julho

O INE revela que as exportações para os principais mercados registaram decréscimos em quase toda a linha no mês de julho. Por exemplo, as vendas de bens para Espanha contraíram 3,2%, totalizando os 1.319 milhões de euros. As exportações para a Alemanha também caíram 3,2% para 593 milhões.

Há uma exceção nestes números. França, que é o segundo maior cliente das empresas portuguesas, comprou mais 1,1% de bens a Portugal em julho, com as compras feitas ao nosso país a atingirem os 735 milhões de euros. A subida é explicada com bens de consumo.

Por outro lado, as importações provenientes França caíram 50% no mesmo mês para 395 milhões, devido aos aviões.

Em termos de categorias de bens, as exportações de combustíveis e lubrificantes registaram queda de quase 60% e as vendas de fornecimentos industriais caíram 10%. Já as importações de material de transporte (-37,5%), relacionadas sobretudo com transações de aviões com França, e de combustíveis e lubrificantes (-53%), sobretudo de Angola, registaram as maiores quebras em julho.

(Notícia atualizada às 11h38)

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