Ásia pós pandemia: Inquérito mostra segurados motivados para estilos de vida mais saudáveis
Em regiões com menor penetração de seguros cresceu interesse pela proteção de seguros. Mercados mais maduros amplificam foco na saúde e apetite pelas propostas de bem-estar e soluções digitais.
No meio da ansiedade e perturbação causadas pela pandemia da covid-19, clientes de seguros em toda a Ásia começaram a adotar novos hábitos de vida em termos de saúde física e bem-estar mental, conclui um inquérito da seguradora canadiana Manulife.
O estudo auscultou 2400 titulares de apólices de seguros em oito mercados com objetivo de analisar localmente o impacto da pandemia no longo prazo, na riqueza pessoal e nos hábitos de compra de seguros. O Manulife Asia Care Survey, realizado em finais de maio, cobriu a China Continental, Hong Kong, Indonésia, Japão, Malásia, Filipinas, Singapura e Vietname. Todos os inquiridos no estudo eram clientes atuais de seguros que possuem apólices da Manulife ou de outras seguradoras.
Cerca de 50% dos participantes no estudo afirmaram que o compromisso com a melhoria da saúde física surgiu no decurso da pandemia, com 41% dos respondentes decididos a manter hábitos de vida mais saudáveis nos próximos 18 meses. Ao mesmo tempo, 33% dos inquiridos começaram a monitorizar o seu estado de saúde mental, com cerca de um quarto (24%) a dizer que pretendem incorporar o bem-estar mental no seu estilo de vida diário durante os próximos 18 meses.
“O inquérito proporciona uma melhor compreensão das preocupações, prioridades e aspirações dos clientes. O crescimento do nosso negócio de saúde é um elemento central da nossa estratégia para satisfazer as necessidades dos clientes, e estes resultados alimentam a conceção dos nossos produtos e serviços, não só no ponto de doença, mas também durante a vida diária. Com programas ligados ao comportamento como o “ManulifeMOVE”, podemos incentivar e apoiar os nossos clientes a tomar melhor controlo da sua saúde e a melhorar as suas vidas todos os dias”, diz Anil Wadhwani, Presidente e CEO da Manulife Asia.
O padrão emergente de hábitos de vida (lifestyle) mais saudáveis é significativo porque, explica a Manulife, se os tomadores de seguros puderem fazer com que a mudança de hábitos se mantenha ou comecem a adotar novos comportamentos no quotidiano, isso irá trazer grandes benefícios a longo prazo.
Os resultados do inquérito apontam para pessoas mais saudáveis em toda a região num horizonte de 18 meses. Isto poderia significar benefícios importantes para os serviços de saúde locais, para a rentabilidade dos prestadores de planos de saúde e para a qualidade de vida das pessoas, salienta a companhia canadiana.
Correlação com novos casos de Covid-19
Por outro lado, as preocupações expressas pelos inquiridos da Manulife Asia Care Survey sobre o impacto da COVID-19 nas suas economias locais estão correlacionadas com a taxa de novos casos. Na China Continental e no Vietname, onde os novos casos são relativamente baixos, os inquiridos mostraram-se mais otimistas quanto à possibilidade de a pandemia se tornar menos grave nos próximos seis meses, com apenas 11% e 18%, respetivamente, a esperar que a COVID-19 se agrave durante esse período.
Na Indonésia e nas Filipinas, onde o número de novos casos de infeção está a aumentar, os proprietários de seguros mostram-se muito menos flexíveis: 74% e 58%, respetivamente, consideraram que a COVID-19 seria ligeiramente mais ou muito mais grave seis meses depois. Isto contrasta com a média de 41% em todos os mercados.
A predisposição dos inquiridos por um estilo de vida mais saudável e ativo é também importante dado o custo crescente dos cuidados de saúde e a necessidade de os serviços de saúde locais satisfazerem procura crescente por parte da população envelhecida. Em toda a Ásia, os custos dos cuidados de saúde aumentaram significativamente nos últimos 20 anos, subindo quase 500% durante esse período, de acordo com o Banco Mundial.
Proteção de seguros cresce face a cuidados de saúde mais caros
Em paralelo com o comportamento cada vez mais consciente em termos de saúde, o inquérito destaca outras constatações relacionadas com o planeamento financeiro. Em primeiro lugar, a maioria dos inquiridos não está preparada financeiramente para se aguentar mais alguns meses no caso de outra vaga da pandemia. Em média, apenas 46% disseram ter mais de seis meses de poupança para sobreviver se sofressem uma súbita perda de rendimentos.
Em segundo lugar, a maioria dos inquiridos (62%) disse que procurava aumentar os seus seguros durante os próximos seis a 18 meses. Os seguros de vida e os produtos que oferecem proteção contra doenças críticas, preocupações de saúde e hospitalização eram de particular interesse. As preocupações com a COVID-19 podem ter contribuído para a procura de seguros, mas também apontam para uma melhor compreensão de como os seguros podem ajudá-los se forem confrontados com doenças recorrentes e doenças críticas, incluindo hospitalização e o impacto financeiro associado.
Nos mercados emergentes que tendem a estar sub-segurados, tais como Indonésia, Filipinas e Vietname, o interesse em comprar mais seguros apresenta-se mais forte do que noutros países. Muito possivelmente, sugere o estudo, a pandemia levou a uma maior consciência da proteção que os seguros podem oferecer. Paralelamente, o seguro é agora mais acessível como resultado da digitalização.
Aceda aqui ao relatório do inquérito (em inglês).
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