Shell vai despedir 9.000 pessoas até 2022 no caminho para o carbono zero

A petrolífera anglo-holandesa está a planear cortar entre 7.000 e 9.000 postos de trabalho até 2022, mais de 10% da força de trabalho, no processo de transição para a redução de emissões poluentes.

A petrolífera anglo-holandesa Shell anunciou esta semana que vai cortar entre 7.000 e 9.000 postos de trabalho até 2022, principalmente nos postos de abastecimento da marca, devido aos planos para reduzir as emissões de carbono. A petrolífera acredita que esta decisão permitirá poupar até 2 mil milhões dólares (1,7 mil milhões de euros) até 2022, avança a Reuters (acesso livre, conteúdo em inglês).

No final de 2019, a Shell empregava 83.000 pessoas e esta decisão corresponde a um corte de mais de 10% da força de trabalho. Além destes cortes, a petrolífera anunciou ainda que este ano 1.500 trabalhadores decidiram sair voluntariamente.

“Nada disto muda os nossos valores enquanto empresa, e faremos o que tivermos de fazer com honestidade, integridade e respeito pelas pessoas. Seremos o mais rápidos possível e mostraremos carinho por todos aqueles que perdem os seus empregos ou sejam afetados negativamente. Mas também acredito que, uma vez concluída a reorganização, mais pessoas sairão beneficiadas: trabalhar numa organização mais rápida, mais focada no cliente e capacitada para tomar as decisões que realmente fazem a diferença”, explica Ben van Beurden, CEO da Royal Dutch Shell, numa entrevista publicada no site oficial.

No início do ano, a Shell já tinha anunciado o corte de custos na ordem dos 4 mil milhões de dólares, até 2022. Na mesma entrevista, Ben van Beurden reafirma a vontade de transformar a Shell num negócio de emissões de carbono zero e sublinha que será “um desafio”.

A solução poderá passar por “desenvolver novos tipos de biocombustíveis e torná-los comercialmente viáveis” ou criar “modelos de negócio para transporte rodoviário de cargas pesadas a hidrogénio“, refere o responsável.

[frames-chart src=”https://s.frames.news/cards/consumo-de-petroleo/?locale=pt-PT&static” width=”300px” id=”1106″ slug=”consumo-de-petroleo” thumbnail-url=”https://s.frames.news/cards/consumo-de-petroleo/thumbnail?version=1586362226395&locale=pt-PT&publisher=eco.pt” mce-placeholder=”1″]

A reestruturação anunciada pela petrolífera terá um forte impacto no corte de custos dos 45.000 postos de abastecimento da Shell, considerada uma das atividades de maior valor da petrolífera. No futuro, a Shell refere ainda que a produção de petróleo e gás deverá focar-se em alguns pontos-chave como o Golfo do México, Nigéria e mar do Norte.

Na Europa, petrolíferas como a BP, Eni e Total também já começam a fazer o caminho para um futuro de neutralidade carbónica. Em junho, a BP também anunciou o corte de 10.000 emprego em todo o mundo até ao final deste ano, uma decisão que passa também pela maior aposta nas energias renováveis.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

Shell vai despedir 9.000 pessoas até 2022 no caminho para o carbono zero

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião