EDP acelera queima de carvão armazenado antes de Sines fechar em 2021
Entre janeiro e setembro a EDP vendeu menos 4% de eletricidade em Portugal e 12% em Espanha, refletindo em grande parte os efeitos da pandemia. No gás aumentou vendas em 4%.
Entre julho e setembro de 2020 a EDP registou um aumento de 21% na geração de eletricidade a partir do carvão em Portugal e Espanha, por comparação com igual período do ano passado. Isto depois de nos primeiros meses do ano o carvão ter praticamente saído do mix energético nacional, o que levou a a elétrica a anunciar em julho o encerramento antecipado de duas centrais a carvão na Península Ibérica (Sines e Soto 3, com 1,5 GW) no início de 2021.
Este “salto” na energia elétrica produzida a partir do carvão no terceiro trimestre do ano prende-se, explica a EDP, precisamente com o encerramento antecipado das centrais a carvão da empresa e a “respetiva necessidade de queima do carvão armazenado”, revelou a empresa no relatório de Dados Operacionais Previsionais relativos aos primeiros nove meses do ano, enviado esta sexta-feira à CMVM.
Em sentido contrário, as energias renováveis atingiram entre janeiro e setembro um peso de 74% no total da eletricidade produzida pela EDP, com a produção hídrica em linha com a média histórica e a produção eólica 9% abaixo dos volumes médios esperado.
A capacidade instalada total alcançou os 26,8 GW, refletindo os 726 MW de capacidade eólica instalada nos últimos 12 meses. No final de setembro a capacidade eólica e solar da EDP em fase de construção totalizava os 1,9 GW.
“Na comercialização na Península Ibérica, a eletricidade vendida reduziu-se 4% em Portugal e 12% em Espanha, refletindo em grande parte os efeitos da pandemia, enquanto o volume de gás comercializado aumentou 4% devido a novos grandes clientes no nosso portefólio”, informou a EDP em comunicado.
No que diz respeito à eletricidade distribuída em Portugal, a EDP dá conta que caiu 0,4% no terceiro trimestre, refletindo ainda assim “uma forte recuperação face ao período de confinamento no segundo trimestre, que teve uma queda de 10,9%, contribuindo para uma redução de 4% no acumulado dos nove meses”.
Em Espanha, a EDP também viu a eletricidade distribuída cair a pique 12% entre janeiro e setembro, na região onde a empresa opera, muito por causa da redução da atividade industrial.
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