Fintech Report 2020: ciclo de vendas é desafio dominante no ecossistema português
A regulação mantém-se como área a melhorar no setor que agrega insurtechs portuguesas. Acesso ao mercado e vendas emergem como dificuldades mais apontadas por empreendedores do ecossistema.
O ecossistema português de inovação em tecnologia financeira não cessa de crescer em número de startups e montante global de financiamento, com os empreendedores a insistirem na necessidade de melhorar aspetos como a regulação, assumindo também desafios na frente comercial e no desenvolvimento da cooperação dos players do mercado, revela o Portugal Fintech Report 2020 (PFR).
O peso do vertical insurtech (inovação tecnológica em seguros) também aumentou no conjunto do ecossistema, passando dos 17% em 2019, para 19% em 2020, revela o relatório que inclui dados sobre as 30 maiores do panorama português.
À semelhança das edições anteriores, o documento apresenta conclusões de inquéritos realizados no setor, destacando-se a referência a “dificuldades” percecionadas e “aspetos a melhorar” na envolvente do movimento de inovação e disrupção nos serviços financeiros.
Comparativamente com o cenário traçado em 2019 para o mercado doméstico, a área “regulação” mantém-se, para cerca 37% dos inquiridos (38% em 2019) como prioridade entre os aspetos a melhorar, seguida de “acesso ao mercado”, apontado por 33% e a ganhar peso em ano de pandemia face aos 4% do relatório precedente. Já a “cooperação” por parte dos operadores tradicionais que, em 2019, carecia de melhoramento segundo 33% dos inquiridos, passou este a ano a constituir necessidade para apenas 22% dos respondentes.
No quadro das dificuldades, o “ciclo de vendas” é a dificuldade mais apontada (42% dos inquiridos), com visibilidade acrescida face aos 33% registados em 2019. Note-se ainda que, de acordo com o relatório, enquanto no ano passado, a cooperação dos agentes de mercado era tida como dificuldade por apenas 8% dos inquiridos, em 2020, a relação com operadores tradicionais tornou-se o segundo aspeto mais problemático, sendo apontada por 37% do painel de inquiridos. Esta perceção contrapõe-se, em parte, a uma das ideias sinalizadas na síntese do relatório, segundo a qual “há uma maior abertura de ‘players’ mais maduros para a inovação”, através da associação às fintech visando “acelerarem os seus processos de digitalização”.
As conclusões do relatório produzido pela Portugal Fintech, organização non profit que acompanha o ecossistema desde 2016, foram sumariamente apresentados na Fintech House, em Lisboa, em sessão mista (presencial e virtual) que contou com intervenção de empreendedores participantes no evento, alguns em modo remoto (a partir de localizações em Portugal e no estrangeiro).
A apresentação desenvolveu-se depois por 3 painéis de discussão, com os intervenientes a partilharem experiências e insights sobre a atualidade e desafios do setor. O vídeo da emissão em direto pode ser revisto aqui e o relatório anual está disponível no sítio da organização Portugal Fintech.
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