ESMA diz que reguladores alemães deviam ter lido o Financial Times para evitarem escândalo da Wirecard
Supervisor europeu encontrou "deficiências" no trabalho feito a nível nacional em relação à fraude da fintech alemã.
Os reguladores financeiro da Alemanha, o BaFin e o FREP, falharam na supervisão da Wirecard. A conclusão é da Autoridade Europeia dos Valores Mobiliários e dos Mercados (ESMA) que disse esta terça-feira que estes deviam ter prestado mais atenção às notícias que foram publicadas em jornais como o Financial Times ao longo de dois anos antes do rebentar do escândalo da fintech.
Foi através de uma notícia da jornal britânico que o mundo ficou a saber que a auditora EY tinha identificado um buraco de 1,9 mil milhões de euros das contas da empresa de pagamentos. No seguimento do caso, a Wirecard pediu insolvência, foi excluída da bolsa alemã, mais de 700 trabalhadores foram despedidos e o antigo CEO, Markus Braun, foi detido.
Num relatório divulgado esta terça-feira pelo Financial Times (acesso condicionado), a ESMA apontou a culpa do BaFin e do comité FREP por terem sido “deficientes” no tratamento do caso e não o ter conseguido prevenir. A ESMA acusa os supervisores de terem ignorado, durante anos, os sinais de alerta.
“O FREP não apanhou os sinais nos media internacionais e falou em selecionar a Wirecard para análise no período entre 2016 e 2018“, aponta a ESMA, citada pelo FT. “O relatório de hoje [terça-feira] aponta deficiências na supervisão e cumprimento das regras de reporte financeira da Wirecard”.
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