Menor recurso ao lay-off engorda salários para os 1.266 euros

Com menos empresas em lay-off e, portanto, menos trabalhadores com cortes salariais, a remuneração média dos portugueses subiu 3,6%, no terceiro trimestre.

A remuneração média dos portugueses subiu 3,6%, entre julho e setembro, face ao mesmo período do ano passado. Tal é explicado pelo recuo significativo das empresas em lay-off simplificado e, consequentemente, do universo de trabalhadores com cortes salariais. De acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), o ordenado bruto mensal médio por posto de trabalho atingiu os 1.266 euros.

“A remuneração bruta mensal média por trabalhador aumentou 3,6% no trimestre terminado em setembro de 2020, em relação ao mesmo período de 2019, para 1.266 Euros. A componente regular daquela remuneração aumentou 4,2% e a remuneração base subiu 4,3%, atingindo, respetivamente, 1.1082 e 1.019 Euros”, é explicado na nota estatística divulgada esta quinta-feira.

E uma vez que, nesse período, a taxa de variação do índice de preços do consumidor foi nulo, os referidos aumentos das remunerações significaram um reforço do poder de compra dos trabalhadores.

O INE explica que esta evolução dos vencimentos é explicada pelo “menor impacto do regime de lay-off simplificado“, que abrangeu apenas 3,2% das empresas, no terceiro trimestre. Ou seja, a adesão “diminui significativamente”. Em comparação, no segundo trimestre, havia 26,7% empresas nesse regime. Entre julho e setembro, 4,9% dos trabalhadores portugueses estavam em lay-off simplificado, fatia que compara com os 48,9% registados no segundo trimestre.

O lay-off simplificado permite aos empregadores em crise empresarial suspender os contratos de trabalho ou reduzir os horários, aplicando um corte máximo de 33% aos ordenados. Daí que uma menor adesão a esse regime seja sinónimo de um reforço dos rendimentos dos trabalhadores.

De notar que esse recuo do número de empresas em lay-off simplificado é explicado não só pela retoma económica registada no terceiro trimestre, mas também porque a porta a esse regime fechou-se em julho, ficando o acesso vedado a todas as empresas à exceção daquelas que continuam encerradas por imposição legal, como os bares.

Na nota divulgada esta quinta-feira, é detalhado que “em setembro, a remuneração total variou entre 825 euros, nas atividades de agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca, e 2.714 euros, nas atividades da eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio”.

Face ao período homólogo, foram os trabalhadores das atividade administrativas e dos serviços de apoios a registar o maior salto nas suas remunerações: 5,3%. Seguiram-se os trabalhadores da educação, com um aumento de 5,1% do ordenado total. “Em sentido inverso, a remuneração total nas atividades de transportes e armazenagem diminuiu 1,8%”, frisa o INE.

É importante salientar que muitos dos trabalhadores que perderam emprego durante a pandemia tinham salários baixos e eram precários, pelo que os dados divulgados esta quinta-feira não significam que o conjunto dos trabalhadores estejam numa melhor situação.

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