Comissão Europeia mais otimista que o Governo. Taxa de desemprego deverá ficar nos 8%

O Executivo comunitário está mais otimista do que estava na primavera e até do que o próprio Governo de António Costa. Estima agora que o desemprego suba para 8% este ano.

A Comissão Europeia está mais otimista do que estava na primavera sobre a evolução do desemprego em Portugal. O Executivo comunitário estima agora que essa taxa atingirá 8% este ano, quando em maio projetava uma subida para 9,7%. A nova projeção de Bruxelas é também mais confiante do que a que o Governo incluiu no Orçamento do Estado para 2021 (8,7%), que a do Fundo Monetário Internacional (8,1%), que a do Conselho das Finanças Públicas (10%) e que a da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (11,6%).

De acordo com as previsões de outono divulgadas esta quinta-feira, a Comissão Europeia estima que a taxa de desemprego em Portugal fique nos 8% em 2020, recupere para 7,7% em 2021 e caia para 6,6% em 2022. Na primavera, Bruxelas antecipava que este indicador atingiria 9,7% este ano e recuaria para 7,4% em 2021.

Ou seja, o Executivo comunitário está agora mais confiante quanto à evolução do desemprego em 2020, projetando uma subida menos acentuada do que antecipara, mas acredita que, no próximo ano, a recuperação será menos significativa do que tinha estimado em maio. “Beneficiando da esperada retoma económica e de mais medidas de apoio, projeta-se que a taxa de desemprego se aproxime gradualmente dos níveis pré-pandemia“, salienta a Comissão Europeia, esta quinta-feira.

De notar que as previsões de Bruxelas para a evolução do desemprego em Portugal em 2020 são mais otimistas que os números esperados pelo Executivo de António Costa (8,7%), pelo Fundo Monetário Internacional (8,1%), pelo Conselho das Finanças Públicas (10%) e pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (11,6%). São, contudo, mais pessimistas que a projeção do Banco de Portugal, que vê o desemprego nos 7,5% em 2020.

A Comissão Europeia explica que os apoios sociais mitigaram o impacto da pandemia de coronavírus no mercado de trabalho, tendo abrangido mais de 750 mil trabalhadores ou cerca de 15% da mão-de-obra portuguesa. “Em consequência, a taxa de desemprego aumentou apenas de modo moderado de 6,5% em 2019 para cerca de 8% em agosto de 2020“.

Por outro lado, Bruxelas sublinha que o emprego desceu cerca de 3% em termos homólogos, já que uma parte de efeito negativo da crise pandémica foi absorvida pela passagem direta de empregados para a inatividade. Isto porque, durante a primavera, a procura ativa de postos de trabalho esteve seriamente prejudicada pelo confinamento e pelas várias medidas de restrição à circulação.

Nas previsões divulgadas esta manhã, a Comissão Europeia indica também que vê agora o desemprego na Zona Euro nos 8,3% em 2020, 9,4% em 2021 e 8,9% em 2020, e na União Europeia nos 7,7% em 2020, 8,6% em 2021 e 8% em 2020.

Tudo somado, em 2020, a taxa de desemprego nacional deverá ficar abaixo da da área da moeda única, mas acima daquela prevista para o bloco comunitário. Entre os Estados-membros, é na Grécia que a taxa de desemprego deverá atingir níveis mais elevados, este ano: 18%. Deverá seguir-se Espanha, com 16,7%, e Itália, com 9,9%. Do outro lado da tabela, a República Checa deverá registar a taxa de desemprego mais baixa do Velho Continente: 2,7%. E na Alemanha, espera-se uma taxa de 4%.

(Notícia atualizada às 10h58)

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