“Reindustrialização faz-se todos os dias”, diz presidente da Bosch Portugal. E o futuro passa pela inteligência artificial
"A reindustrialização faz todos os dias. Todos os dias se inventa coisas novas e é isso é que vai fazer com que em 2030 as empresas sejam diferentes do que são hoje", diz Carlos Ribas.
Com “um modelo diferente da maioria das empresas”, a Bosch destaca-se não só pela dimensão a nível mundial, mas também pela sua forte componente de investigação. Ao todo, a empresa alemã emprega mais de 400 mil trabalhadores pelo mundo, dos quais mais de seis mil em Portugal. Nesse sentido, falar de reindustrialização passa também por falar desta empresa, com o presidente da filial em Portugal a garantir que esta se faz “todos os dias”.
“A reindustrialização faz todos os dias. Todos os dias se cria, todos os dias se inventa coisas novas e isso é que vai fazer com que em 2030 as empresas sejam diferentes do que são hoje”, disse o presidente da Bosch Portugal, na conferência “Fábrica 2030”, organizada pelo ECO. Assim, Carlos Ribas nega que vá existir “um programa de reindustrialização até 2030”, já que todas as empresas vão continuar a criar, todos os dias, novos produtos e a investir.
Neste contexto, o responsável considera o que “aquilo que veio mudar o mundo” na última década não foi a digitalização, mas a conectividade. “Hoje tudo está ligado com tudo”, atira o responsável. Carlos Ribas antecipa que as “fábricas do futuro serão cada vez mais flexíveis e mais automatizadas”. E esta realidade, segundo o presidente da Bosch Portugal já está bem presente. “Hoje, a partir da fábrica de Braga consigo saber qual é o desempenho do meu colega na Malásia ou na China que está a usar o mesmo software que eu costumo usar, que foi desenvolvido fábrica de Braga em conjunto com a Universidade do Minho”, exemplificou.
“O jogo está a ser cada vez mais transparente e aberto, o que penso que vai ajudar muito neste equilíbrio de desenvolvimento a nível global”, assinala. E se é indiscutível que a Alemanha tem um dos sistemas tecnológicos mais desenvolvidos, Carlos Ribas acredita “que há muitas empresas em Portugal a fazerem o mesmo”. Além disso, o responsável adianta que os clientes querem “cada vez mais” produtos feitos à sua medida, pelo que a tecnologia terá um papel central na conceção de “peças únicas”.
Também a inteligência artificial terá um papel fundamental na indústria, permitindo “otimizar as cadeias de valor” e facilitar todos os processos, de modo a criar uma indústria “cada vez mais competitiva”. Nesse sentido, a Bosch a estima que “entre 2025 e 2030 não haverá nenhum processo ou produto que não seja concebido com inteligência artificial”.
Segundo Carlos Ribas esta mudança de paradigma vai fazer com que “as pessoas tenham um valor e um papel diferente nas empresas”. Não obstante, para esta evolução foi necessário houvesse uma aposta na investigação. Nesse sentido, o responsável acredita que “talento” sempre existiu, mas que “não estava desenvolvido”, já que as universidades “não tinham áreas suficientes para desenvolver o talento que hoje temos no mercado” .
Também a empresa alemã aposta fortemente na investigação, com mais 72 mil funcionários da empresa ligados a essa área e 125 centros de desenvolvimento no mundo. Destes, há 800 engenheiros espalhados pela três fábricas que a Bosch tem em Portugal, com várias parcerias a serem desenvolvidas em paralelo com as universidades portuguesas.
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