“Idosos serão uma prioridade no primeiro período de vacinação”, garante Lacerda Sales
Lembrando que “o Governo não tem por hábito comentar documentos internos que não são versões finais", o secretário de Estado admitiu que os "idosos serão uma prioridade no 1º período de vacinação".
Depois de toda a polémica gerada em torno das prioridades definidas para o processo de vacinação, o secretário de Estado da Saúde garante que os “idosos serão uma prioridade neste primeiro período de vacinação”. Uma garantia que surge depois do próprio primeiro-ministro ter vindo garantir que não vai deixar os idosos para trás.
“Uma proposta que recebemos da DGS é uma proposta que inclui todos os idosos dos lares, das estruturas residenciais e para idosos sem limite de idade, que inclui profissionais desses lares, profissionais de saúde, forças da autoridade e que inclui doentes com comorbilidades. E, portanto, esta é que é a realidade”, começou por explicar, António Lacerda Sales, em declarações transmitidas pela RTP3, no rescaldo da visita à Base Aérea de Beja.
Apesar de admitir que “o Governo não tem por hábito comentar documentos internos que não são versões finais nem únicas”, o secretário de Estado da Saúde assume que “as faixas mais vulneráveis sempre foram a prioridade neste Governo, nomeadamente os mais idosos”, apontou.
Nesse sentido, Lacerda Sales garante que “os idosos serão uma prioridade neste primeiro período de vacinação”, bem como outros “doentes com comorbilidades”, tal como tem sido a “prática” do Executivo, referiu. Não obstante, o secretário de Estado da saúde sublinhou que “há determinadas vacinas, que, por critérios de características da própria vacina, têm uma indicação para determinadas faixas etárias”, mas assegura que a idade não será “um limite para vacinação”.
Questionado sobre se os idosos com mais de 75 anos se incluem nesta etapa, o governante confirmou essa intenção e reiterou que “não há limite para a idade”. “O ruído não faz bem a ninguém e neste momento são estas as constatações“, crítica. Estas declarações surgem depois de vários órgãos de comunicação social terem reproduzido uma proposta de especialistas da Direção-Geral da Saúde, que referia que as pessoas entre os 50 e os 75 anos com doenças graves, os funcionários e utentes de lares de idosos e os profissionais de saúde envolvidos na prestação direta de cuidados deverão ser os primeiros a ser vacinados contra a Covid-19.
Também esta sexta-feira, o primeiro-ministro veio rejeitar a possibilidade de todos os maiores de 75 anos sem doenças graves não terem acesso prioritário às vacinas, alegando que “há critérios técnicos que nunca poderão ser aceites pelos responsáveis políticos”. De sublinhar que o Governo já criou uma task-force para coordenar todo o plano.
O secretário de Estado da Saúde referiu ainda que o objetivo passa por “fazer uma grande campanha de vacinação”, com o intuito de ter “a maior cobertura possível”. Nesse sentido, Lacerda Sales reitera que as Forças Armadas vão ajudar em todo o processo de logística, assegurando ainda que Portugal ” tem estrutura” com capacidade de armazenar vacinas que têm que ser conservadas a baixas temperaturas, nomeadamente a -75 graus. “Esse com certeza para Portugal não será um problema”, garantiu. Ao mesmo tempo, Lacerda Sales disse que Portugal tem já “seis contratos aprovados e quatro fechados com a AstraZeneca, Pfizer, a Jonhson e a Sanofi”, através da União Europeia, o que corresponde a 16 milhões de doses de vacinas, caso estas sejam aprovadas pelos reguladores.
Já o bastonário da Ordem dos Médicos (OM) assumiu que lhe causa confusão e estranheza que os mais idosos não possam ser vacinados contra a Covid-19. “Faz-me alguma confusão que as pessoas mais idosas não possam ser vacinadas”, afirmou Miguel Guimarães durante uma conferência ‘online’. Assumindo não ter lido as notícias veiculadas acerca do assunto, o bastonário advertiu que a questão da vacinação “tem de ser vista com muito cuidado”, pois tem havido anúncios de várias vacinas contra a Covid-19, com diferentes eficácias, mas “nunca” se ouviu falar das contraindicações nem dos efeitos colaterais.
“E isto é muito importante. Temos de perceber qual é a evidência que a nossa diretora-geral da Saúde tem para dizer, à partida, que pessoas a partir de uma determinada idade não devem ser vacinadas: se é para as proteger ou para as expor”, declarou Miguel Guimarães.
(Notícia atualizada às 14h12)
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