Mais de 60% dos gestores quer transformar a forma como lidera

  • Trabalho
  • 15 Dezembro 2020

Devido à pandemia, os gestores portugueses querem transformar a forma como lideram. Para isso, querem promover a cultura organizacional e apostar na requalificação, revela estudo da Deloitte.

Seis em cada dez gestores querem transformar a forma de trabalhar das empresas que lideram, na sequência do impacto da Covid-19. Os três fatores mais importantes neste processo de mudança do trabalho são a construção uma cultura organizacional, a adaptabilidade e a resiliência, através da requalificação, da mobilidade e das novas tecnologias, aponta o estudo Global Human Capital Trends 2021 da Deloitte, que inquiriu 3.600 executivos em 96 países, incluindo Portugal.

A maior parte dos gestores afirma que as suas organizações não estavam preparadas e consideram que as prioridades concorrentes, a falta de preparação e de visão de futuro continuam a ser os maiores obstáculos à transformação.

Cultura organizacional e formação podem potenciar mudança

“O estudo indica que os executivos estão cada vez mais a abandonar a otimização da automação e a repensar qual a melhor forma de integrar o fator humano e a tecnologia nas empresas“, refere a Deloitte.

Os três fatores identificados pelos executivos como importantes na transformação do trabalho das empresas foram a construção uma cultura organizacional que potencie o crescimento, a adaptabilidade e a resiliência (45%), através da requalificação (upskilling e reskilling) e mobilidade (41%) e através de novas tecnologias (35%).

A perspetiva dos gestores sobre Inteligência Artificial (IA) está também a mudar. No inquérito, a maioria dos executivos reconhece que o uso de tecnologia e pessoas não é uma escolha “ou uma ou outra”, mas sim uma parceria entre os dois.

A liderança é a qualidade mais valorizada, com 60% dos executivos a afirmar que este atributo é crítico para atingir um ponto ótimo de preparação para os novos desafios da organização. No entanto, os maiores obstáculos à transformação são as prioridades concorrentes (57%), a falta de preparação (43%) e falta de visão de futuro (27%) das organizações.

Empresas estão atentas e querem estar mais preparadas

O estudo revela que as empresas não se sentiam devidamente preparadas para uma crise. Cerca de 28% das empresas admite que não tinha estratégias de preparação para a pandemia e a maioria (94%) não se focava em eventos improváveis de alto impacto como a Covid-19. Atualmente, apenas 17% das empresas afirma ter uma estratégia de preparação para eventos “improváveis, de alto impacto”.

Quase metade, 47% dos executivos, afirma que a sua organização se concentra em múltiplos cenários, um número superior ao registado em período pré-pandemia (23%). O fator mais decisivo para a preparação da organização e das equipas consiste em libertar o potencial dos colaboradores através de um novo foco nas suas capacidades e atributos.

Cerca de 72% dos executivos identificaram “a capacidade da sua equipa em se adaptar, requalificar e assumir novas funções”, como uma prioridade para enfrentar disrupções futuras na atividade das organizações. Contudo, apenas 17% considerou que a sua organização estava “bem preparada” para se adaptar e requalificar os trabalhadores para assumir novas funções.

“As organizações estão a adotar formas radicalmente novas de trabalhar e ‘re-imaginar’ o futuro do trabalho colocando as questões relacionadas com o capital humano no centro da sua estratégia e da sua atuação. Os executivos estão a mudar as suas estratégias de preparação e a colocar as pessoas no centro das suas preocupações, uma vez que é aí que se decide o futuro das suas organizações”, sublinha Nuno Carvalho, partner e human capital leader da Deloitte.

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