Reino Unido e UE chegam a acordo para o Brexit
Os blocos chegaram finalmente a acordo para a relação comercial após a saída definitiva do Reino Unido da União Europeia.
Depois de meses de negociações, a União Europeia (UE) e o Reino Unido chegaram a acordo sobre a futura relação comercial, a uma semana de terminar o período de transição. Já não deverá dar tempo para o Parlamento Europeu ratificar o documento, mas os Estados-membros da UE podem aprovar a entrada em vigor com cariz provisório.
“Foi um caminho longo mas temos um bom acordo. É justo, equilibrado e é a coisa responsável a fazer para ambos os lados”, reitera a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, em conferência de imprensa. “É altura de deixar o Brexit para trás. O nosso futuro é feito na Europa”, completa. Von der Leyen escreveu também no Twitter que a Europa vai agora “seguir em frente”.
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A presidente do Executivo comunitário aponta ainda que há medidas e ferramentas fortes neste acordo que podem ser acionadas no caso de uma das partes não seguir as regras. Para além disso, haverá uma revisão após quatro anos para garantir que as regras estão a ser cumpridas e se as condições são iguais.
Boris Johnson já deu também uma conferência de imprensa, onde aponta que foi concluído o “maior acordo comercial de até 166 mil milhões de libras por ano, um acordo de livre comércio abrangente ao estilo do Canadá”. Defende ainda que este “é um bom acordo para toda a Europa”.
Já numa mensagem para a UE, o chefe de Estado britânico reitera que serão “um amigo, aliado, apoiante e mercado número um”. “Este país vai continuar culturalmente, emocionalmente, historicamente, estrategicamente, ligado à Europa”, reitera Boris Johnson. O primeiro-ministro britânico também reagiu no Twitter, onde colocou uma fotografia sua dizendo apenas “o acordo está feito”.
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Um dos temas que contribuiu para o impasse nas negociações foi o dossier das pescas, que terá mesmo motivado “dificuldades de última hora” esta quinta-feira, segundo adiantou o ministro dos Negócios Estrangeiros irlandês à RTE. Em causa está o direito da UE de pescar nas águas britânicas, sendo que terão existido alguns problemas com os dados utilizados, que estariam desatualizados.
Para além deste tema, também as questões da concorrência e da resolução de litígios foram pontos-chave que dificultaram as discussões nos últimos tempos, mas sobre os quais já tinha sido alcançado consenso antes desta quinta-feira.
Era noticiado que o acordo teria cerca de duas mil páginas, a delinear todas as especificidades e aspetos da futura relação entre os dois blocos, mas Boris Johnson apontou que seriam aproximadamente 500. Ainda terá de ser aprovado pelos Governos de ambos os lados, bem como pelos parlamentos britânico e europeu.
“Essas negociações têm sido muito desafiadoras, mas o processo ainda não acabou. Agora é a hora de o Conselho e o Parlamento Europeu analisarem o acordo alcançado ao nível dos negociadores, antes de darem luz verde”, apontou o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, citado em comunicado.
O primeiro-ministro português já reagiu também, escrevendo no Twitter que saúda “vivamente o acordo alcançado com o Reino Unido que regerá a relação com a UE a partir de 1 janeiro”. “O Reino Unido permanecerá, além de nosso vizinho e Aliado, um importante parceiro”, reiterou António Costa.
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(Notícia atualizada às 16h00)
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