Covid-19: Áustria quer testar em larga escala para diminuir período de confinamento

  • Lusa
  • 15 Novembro 2020

Os professores estarão entre os primeiros a serem testados, nesta campanha que tem como objetivo "que as escolas e outros setores possam reabrir com segurança".

A Áustria vai realizar uma campanha de testes à covid-19 em grande escala, na tentativa de encurtar o segundo confinamento que vai começar na terça-feira, afirmou este domingo o chanceler do Governo de Viena, Sebastian Kurz.

O chanceler, em referência à testagem em grande escala na vizinha Eslováquia, afirmou à rádio pública ORF que o seu governo decidiu “seguir o mesmo caminho”. Dois terços da população foi testada há duas semanas, sendo que os resultados revelaram um pouco mais de 1% de casos positivos.

No sábado, Kurz anunciou o reforço das medidas contra o vírus na Áustria, com o encerramento de escolas e lojas não-essenciais a partir de terça-feira e até 06 de dezembro, a fim de travar o surto de contaminações, e exortou os seus concidadãos a evitarem qualquer tipo de contacto. Já hoje, explicou que os testes em larga escala podem permitir que o país reabra em dezembro, sem especificar se esse programa estaria na mesma escala da Eslováquia.

“Queremos estabelecer testes em grande escala no final do confinamento para que as escolas e outros setores possam reabrir com segurança”, apontou o chanceler, acrescentando que os professores estariam entre os primeiros a serem testados. “Sabemos que muita gente se preocupa com poder comemorar [o Natal] no mínimo, com pelo menos alguns dos seus parentes”, prosseguiu.

O Governo vai dar mais detalhes sobre o projeto na próxima semana, que será um “desafio logístico”, segundo Kurz. O chanceler foi criticado por demorar em aplicar ações mais drásticas no outono, quando o surto começou a crescer novamente. O confinamento parcial foi introduzido há duas semanas, sem conseguir travar a propagação do vírus.

Com 8,8 milhões de habitantes, a Áustria foi relativamente poupada na primeira vaga da pandemia, mas a segunda vaga está a colocar uma grande pressão nos hospitais do país.

As autoridades registaram este domingo 5.665 novos casos – um número menor do que nos dias anteriores – e, pela primeira vez desde 02 de outubro, o número de infeções ativas diminuiu. Porém, o número de pacientes em Unidades de Cuidados Intensivos (quase 600 pessoas) aumentou 30% numa semana. No total, 1.829 pessoas morreram devido à covid-19 na Áustria, de acordo com o boletim oficial.

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.313.471 mortos resultantes de mais de 54 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP. A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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OE2021: PCP defende garantia do aval do Estado a empréstimo de 458 milhões à Madeira

  • Lusa
  • 15 Novembro 2020

O PCP aponta que o aval a este empréstimo de 458 milhões não representaria “qualquer ónus” para a República, mas que ia permitir que a região auferisse de “uma taxa de juro mais baixa”.

O PCP apresentou uma proposta de alteração ao Orçamento para que o Estado conceda o seu aval ao empréstimo de 458 milhões de euros pedido pela Madeira para colmatar os prejuízos causados pela pandemia, anunciou este domingo o partido.

“O PCP apresentou uma proposta de aditamento ao Orçamento de Estado que insta o Governo da República a conceder o aval ao empréstimo de 458 milhões de euros solicitado pelo Governo da Região Autónoma da Madeira, para fazer face aos efeitos do surto epidemiológico covid-19”, declarou o deputado comunista na Assembleia Legislativa deste arquipélago.

Ricardo Lume complementa que, “sem reforçar as transferências diretas para a Madeira e para os Açores, o Governo da República decidiu apenas, em sede de Orçamento suplementar e, mesmo perante as dificuldades e despesas acrescidas pelo surto epidemiológico covid-19, autorizar o aumento do endividamento das Regiões Autónomas”.

O parlamentar do PCP/Madeira salienta que o aval a este empréstimo de 458 ME não representaria “qualquer ónus” para a República, mas que ia permitir que a região auferisse de “uma taxa de juro mais baixa”, em vez de ir pagar à banca “no total mis 84 milhões de euros só de juros”.

Ricardo Lume considera “incompreensível” a posição do Governo da República ao não ter concedido “até à presente data, o aval solicitado pela Região Autónoma da Madeira”.

“Não é aceitável que o Governo da República prefira escusar-se a dar o aval ao empréstimo, acrescendo assim mais despesa ao erário público e mais lucros para a banca do que garantir através do seu aval uma redução de 84 milhões de euros em juros, ou seja 6 milhões de euros por ano, verbas fundamentais para dar resposta aos problemas que afetam os madeirenses e porto-santenses”, argumentou o dirigente comunista insular.

Na sexta-feira o presidente do Governo Regional da Madeira, de coligação PSD/CDS, o social-democrata Miguel Albuquerque, anunciou que a primeira tranche deste empréstimo de 458 milhões de euros contraído pela Madeira, sem o aval do Estado, para fazer face à pandemia de covid-19, vai estar disponível na próxima semana.

No final do mês de outubro, o executivo madeirense informou ter adjudicado este empréstimo de 458 milhões de euros para financiar medidas de apoio aos prejuízos provocados pela pandemia ao consórcio formado pelo Banco Comercial Português e Caixa – Banco de Investimento.

O executivo insular enfatizou ter “reivindicado” o aval do Governo da República para realizar esta operação, tendo “aguardado várias semanas”, o que “não veio a acontecer” dentro do prazo previsto [09 de outubro]”.

Por isso, “considerando não ter mais tempo para aguardar, decidiu partir para uma emissão de dívida sem garantia da República”, o que representa que sem esse aval a Madeira “vai ter um encargo na amortização de cerca de 84 milhões de euros”.

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Trump reconhece que Biden venceu, mas diz que eleições foram “manipuladas”

Depois de escrever no Twitter que Joe Biden venceu porque a eleição foi manipulada, Donald Trump reiterou que não admite nada e que ainda há um "longo caminho a percorrer".

Donald Trump reconheceu, de certa forma, pela primeira vez, que Joe Biden venceu as eleições, mas disse que o processo foi “manipulado”. Mais tarde clarificou, numa série de publicações no Twitter, que não admite a vitória do candidato democrata, reiterando que Biden apenas ganhou aos olhos da comunicação social de “notícias falsas”.

“Ele venceu porque a eleição foi manipulada”, começou por escrever Trump, na sua conta pessoal de Twitter, apontando que observadores de voto não foram permitidos junto das urnas e que os votos foram tabulados por uma “empresa privada da esquerda radical, Dominion, com uma má reputação e equipamento mau que nem se qualificou para o Texas”.

Algum tempo depois, Trump esclareceu que Biden “só venceu aos olhos da fake news media“, ou seja, dos órgãos de comunicação social de “notícias falsas”, como diz o republicano. “Não admito nada! Temos um longo caminho a percorrer. Esta foi uma eleição manipulada”, completou Trump. Noutro post, escreveu ainda: “Iremos vencer”.

A campanha de Trump avançou com ações judiciais para anular os resultados em vários estados norte-americanos, embora sem sucesso, até agora. Especialistas jurídicos dizem que o litígio tem poucas probabilidades de alterar o resultado da eleição, de acordo com a Reuters (acesso livre, conteúdo em inglês).

Tal como já tem vindo a acontecer nas publicações de Trump com reivindicações relativamente às eleições sem provas, o Twitter colocou um aviso apontando que “esta afirmação sobre fraude na eleição é contestada”, para sinalizar aos utilizadores que ainda não existe nenhuma confirmação de que o que o ainda líder norte-americano escreveu é verdade.

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Há 6.035 novos casos de Covid-19 e morreram 76 pessoas

Foram identificados 6.035 novos casos de infeção pelo novo coronavírus em Portugal nas últimas 24 horas. Há 88.854 casos ativos.

Foram identificados 6.035 novos casos de Covid-19 em Portugal, elevando para 217.301 o número de infetados desde o início da pandemia. Trata-se de uma taxa de crescimento diária de 2,86%. Já o número de mortes aumentou para 3.381, depois de 76 óbitos terem sido contabilizados nas últimas 24 horas, segundo a última atualização da Direção-Geral da Saúde (DGS).

O número de pessoas em unidades de cuidados intensivos voltou a aumentar, ficando assim de novo em máximos de sempre. Há 2.798 pessoas em internamento em enfermaria geral (mais 131 que ontem) e 415 em internamento em unidades de cuidados intensivos, mais duas que no balanço anterior, o pior dia desde o início da pandemia.

O número de casos ativos aumentou em 3.410, para um total de 88.854 pessoas a lutarem contra a doença no país, um novo recorde, como já tem acontecido nos últimos dias. Já quanto às pessoas que recuperaram da infeção, foram mais 2.549, contando-se agora 125.066 infetados que superaram a Covid-19, segundo o balanço da DGS.

Boletim epidemiológico de 15 de novembro:

O Norte continua a concentrar a grande maioria das novas infeções, com 4.022, o que representa 66% do total dos novos casos identificados no país nas últimas 24 horas. Segue-se Lisboa e Vale do Tejo (+1.137) e o Centro (+713). O Alentejo registou 72 novos casos e o Algarve contabilizou 58. Nas regiões autónomas, os Açores têm 26 novos casos, enquanto a Madeira detetou mais sete.

Há ainda 94.604 pessoas sob vigilância ativa das autoridades de saúde, por terem estado em contacto com outras pessoas entretanto diagnosticadas com Covid-19.

(Notícia atualizada às 14h38)

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Brexit: Reino Unido “não vai mudar” posição face à União Europeia, diz negociador

  • Lusa
  • 15 Novembro 2020

As negociações para o Brexit estão bloqueadas em três tópicos: concorrência, resolução de diferendos no futuro acordo e acesso dos pescadores da UE a águas do Reino Unido.

O Reino Unido “não vai mudar” de posição face à União Europeia (UE), garantiu este domingo um negociador britânico, à chegada a Bruxelas, para uma nova ronda negocial com o executivo comunitário.

David Frost precisou que, na sequência do Brexit (saída do Reino Unido da UE), consumado em 31 de janeiro, o país retomou o controlo das suas leis, do seu comércio e das suas águas.

Na semana passada, durante a ronda negocial que decorreu em Londres, o ministro britânico Michael Gove confirmou, durante uma intervenção parlamentar, que as negociações entre Londres e Bruxelas estão bloqueadas em exatamente esses três tópicos: concorrência, resolução de diferendos no futuro acordo e acesso dos pescadores da UE a águas do Reino Unido.

“Essa foi a nossa posição constante desde o início e não vai mudar”, escreveu este domingo o negociador David Frost, na rede social Twitter, antes dos encontros com o negociador da UE para o Brexit, Michel Barnier.

Com o limite temporal de meados de novembro a aproximar-se, Daniel Ferrie, porta-voz da Comissão Europeia, comunicou, na semana passada, que o executivo comunitário está “a trabalhar duramente para chegar a um acordo”.

Esta nova ronda de negociações é considerada uma das últimas oportunidades para se conseguir um acordo comercial entre as duas partes. Meados de novembro é a data limite para se chegar a um acordo que terá de ser ratificado antes de entrar em vigor, em 01 de janeiro de 2021, dia em que caduca o período transitório após o Reino Unido ter abandonado formalmente o bloco europeu.

Os líderes dos 27 Estados-membros da UE têm uma cimeira virtual, agendada para dia 19, para debater a pandemia de covid-19. Para já, o tema do Brexit não está na agenda.

Num cenário de “no-deal” (ausência de acordo) até final do ano, as trocas comerciais entre o Reino Unido e os 27 Estados-membros da UE passam a ser reguladas pelas regras da Organização Mundial do Comércio, com a imposição, nomeadamente, de taxas alfandegárias e limites às importações e exportações.

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Como fazer compras online em segurança? Perguntou ao Google, nós respondemos

Cada vez mais portugueses fazem compras através da internet, pelo que é essencial saber como manter a segurança. Conheça as dicas do Banco de Portugal neste vídeo do ECO.

Muitos portugueses já faziam compras online, mas a tendência ganhou ainda mais relevância com a crise pandémica. Face às restrições à atividade económica, muitas empresas passaram a vender mais pela internet, e muitos cidadãos passaram a fazer mais compras a partir do sofá lá de casa.

Garantir a credibilidade do vendedor, confirmar a segurança do site, desconfiar de solicitações de dados que pareçam excessivas, são alguns dos pontos a que deve prestar atenção quando faz compras online. O Banco de Portugal elaborou um conjunto de conselhos para que faça as suas compras em segurança, e o ECO resumiu as dicas neste vídeo intuitivo.

http://videos.sapo.pt/Jj9iDszgJ5LBCTSzZ6ZO

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Lewis Hamilton conquista sétimo título mundial de Fórmula 1 e iguala Schumacher

  • Lusa
  • 15 Novembro 2020

O piloto britânico Lewis Hamilton (Mercedes) chegou às 94 vitórias, um novo máximo da modalidade.

O piloto britânico Lewis Hamilton (Mercedes) conquistou este domingo o sétimo título mundial de Fórmula 1 da sua carreira, ao vencer o Grande Prémio da Turquia, 14.ª prova da temporada, chegando às 94 vitórias, um novo máximo da modalidade.

Hamilton, que partiu do sexto lugar da grelha, deixou o mexicano Sérgio Perez (Racing Point) no segundo lugar, a 31,633 segundos, e o alemão Sebastian Vettel (Ferrari) em terceiro, a 31,960 segundos, igualando o recorde de títulos na Fórmula 1 que pertencia ao alemão Michael Schumacher.

O finlandês Valtteri Bottas (Mercedes), único com possibilidade de impedir o triunfo do piloto britânico, terminou na 14.ª posição, fora dos lugares pontuáveis.

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EUA: Comércio, clima e segurança cruciais para relançar parceria transatlântica

  • Lusa
  • 15 Novembro 2020

Uma maior firmeza com a China, com crescentes posições de afirmação de potência mundial, é também vista como um eventual ponto de concórdia entre a UE e os EUA.

O comércio, o clima e a segurança são temas primordiais para se relançar a relação transatlântica, consideram responsáveis europeus e norte-americanos ouvidos pela Lusa, sustentando que são necessários “pequenos passos, pouco controversos” para reconstruir a confiança.

“Estou muito otimista relativamente ao que podemos fazer. Há uma longa lista de assuntos sobre os quais podemos trabalhar imediatamente: (…) é altura de resolvermos a disputa Boeing-Airbus, que já dura há demasiado tempo, e temos também de suspender as taxas multilaterais sobre o aço e o alumínio”, referiu Anthony Gardner, antigo embaixador dos Estados Unidos da América (EUA) para a União Europeia (UE) entre 2014 e 2017.

Gardner, que contribuiu “com ideias para a campanha de (Joe) Biden” à presidência dos Estados Unidos , sublinhou, em entrevista à Lusa, a necessidade de “ser pragmático e focado” em termos de comércio, descartar “tratados ambiciosos”, mas procurar acordos em matérias “específicas, significantes e pouco controversas”.

Entre essas matérias referiu a “reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC)” ou a necessidade de se forçar a China a ser “mais séria no seu acesso abusivo aos mercados e nas suas práticas de investimento”.

Também Cecilia Malmström, antiga comissária europeia do Comércio – e que negociou com Anthony Gardner o Acordo de Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento (TTIP), que acabou por não ser ratificado – descarta a possibilidade de uma nova “negociação do estilo do TTIP”, por existir agora “muito ceticismo no partido Democrata relativamente a grandes acordos comerciais”, preferindo insistir na necessidade de procurar “acordos mais pequenos, para tentar reconstruir a confiança”.

“Talvez possamos chegar a acordos que se foquem sobretudo em barreiras técnicas ao comércio, e que não sejam politicamente muito controversos, como padrões e certificados comerciais, licenças conjuntas… Começando aí, depois logo veremos até onde podemos chegar”, considerou Malmström em declarações à Lusa.

A ex-comissária do Comércio, cargo que ocupou entre 2014 e 2019 e que lidou tanto com a administração Obama como com a do Presidente ainda em exercício, Donald Trump, refere que “há uma ânsia na UE para se reconstruírem as relações [transatlânticas]” e que isso passa pelo “trabalho em conjunto numa série de desafios”, não apenas no comércio, mas também “na segurança e no clima”.

Medidas como a retirada de cerca de 12.000 militares norte-americanos do solo alemão – decidida sem aviso prévio pela administração Trump em julho – “terão de parar”, segundo o vice-presidente da Comissão dos Negócios Estrangeiros do Parlamento Europeu, Urmas Paet. Na opinião deste responsável europeu, “ações unilaterais dos EUA que afetaram a segurança da UE” minaram a confiança no parceiro norte-americano.

Políticas comuns baseadas em valores comuns têm de ser restauradas. (…) Temos de juntar esforços na luta contra o aquecimento global, no Médio Oriente, na política relativa ao Irão e à Coreia do Norte, e também em questões relacionadas com [a energia] nuclear”, referiu o eurodeputado estoniano.

Uma maior firmeza com uma China, com crescentes posições de afirmação de potência mundial, é também vista como um eventual ponto de concórdia entre a UE e os EUA, aspeto em que Anthony Gardner concorda com Cecilia Malmström, quando a ex-comissária refere ser preciso um trabalho conjunto “para se exercer pressão sobre a China”.

“Acho absurdo os EUA ainda não terem estendido a mão à Europa, e não terem envolvido a UE, numa resposta comum à China, porque a nossa margem de manobra, juntos, é muito maior”, sublinhou nas declarações à Lusa o embaixador.

O restabelecimento de acordos pontuais entre a UE e os EUA, segundo Susi Dennison, diretora do programa ‘European Power’ do Conselho Europeu de Relações Exteriores (ECFR), é “importante” para os dois parceiros porque ambos devem procurar “reintroduzir certezas no atual clima internacional” de pandemia.

“Trazer alguma certeza à componente da saúde, ou à componente da segurança, é algo em que a relação transatlântica pode contribuir. E, se se conseguir uma agenda comum no clima, também ajudará a acrescentar um pilar de enquadramento para as economias ‘recuperarem melhor’, como têm argumentado os governos”, frisou a investigadora.

Anthony Gardner também salientou ser “muito importante” o restabelecimento de uma relação saudável entre a UE e os EUA no combate à pandemia de covid-19.

“Há muito que podemos fazer juntos [relativamente à pandemia]: não apenas na investigação ou na elaboração de regras para a distribuição de vacinas quando estiverem prontas, mas também nas regras de comércio, na eliminação de taxas sobre equipamentos de proteção ou sobre medicamentos relevantes [para o combate à pandemia]”, sublinhou o diplomata americano.

“Tudo isto foram temas que estiveram ausentes [nos últimos meses] porque Trump voltou a dizer ‘nós não precisamos de aliados’. Isto foi um erro profundo: nós não somos uma ilha”, concluiu Anthony Gardner.

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China e nações da Ásia e do Pacífico assinam maior acordo comercial do mundo

  • Lusa
  • 15 Novembro 2020

Aquele que é agora o maior acordo comercial do mundo em termos de Produto Interno Bruto foi assinado por quinze países da Ásia e do Pacífico.

Quinze países da Ásia e do Pacífico assinaram este domingo o maior acordo comercial do mundo, apoiado pela China, no encerramento da cimeira da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), que decorreu de forma virtual, devido à pandemia. A Parceria Económica Abrangente Regional (RCEP, na sigla em inglês) é o maior acordo comercial do mundo em termos de Produto Interno Bruto (PIB).

Este pacto foi proposto em 2012 e é visto como a reação chinesa a uma iniciativa semelhante lançada pelos Estados Unidos durante a presidência de Barak Obama e, entretanto, abandonada pelo Governo do Presidente cessante, Donald Trump.

O acordo, que abre caminho para a criação de uma zona livre de comércio, abrange dez economias do sudeste asiático (Indonésia, Tailândia, Singapura, Malásia, Filipinas, Vietname, Birmânia, Camboja, Laos e Brunei) mais a China, Japão, Coreia do Sul, Nova Zelândia e Austrália, que representam cerca de 30% do PIB mundial e onde vivem mais de 2 mil milhões de pessoas.

“Estou muito satisfeito que depois de oito anos de negociações complexas, possamos encerrar hoje oficialmente as negociações do RCEP”, disse o primeiro-ministro do Vietname, Nguyen Xuan Phuc, país que detém a presidência rotativa da ASEAN.

Já o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, assinalou, por seu lado, que o facto de o RCEP ter sido assinado após oito anos de negociações e com o mundo a enfrentar uma pandemia, “coloca um raio de luz e esperança no meio das nuvens”. “Isto mostra claramente que o multilateralismo é o caminho certo e representa a direção certa da economia mundial e do progresso da humanidade”, referiu o primeiro-ministro da China, citado pela AFP.

A Índia tinha previsto aderir a este pacto comercial sem precedentes, mas decidiu, no ano passado, retirar-se, temendo uma invasão de produtos chineses baratos no seu mercado interno. Nova Deli reservou, porém, a opção de aderir a este acordo posteriormente.

O RCEP constitui um “grande passo para a liberalização do comércio e dos investimentos” na região, disse Rajiv Biswas, economista-chefe para a Ásia e Pacífico da consultora IHS Markit. A assinatura do acordo surge num contexto de crise económica, devido à epidemia da covid-19.

Este pacto comercial também é amplamente visto como uma forma de a China ampliar a sua influência na região, após o isolacionismo adotado pelos Estados Unidos, durante a presidência de Donald Trump.

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Privado tem “centenas de camas” disponíveis para doentes Covid-19, diz Salvador de Mello

  • ECO
  • 15 Novembro 2020

No que diz respeito a uma vacina contra a Covid-19, Salvador de Mello aponta que esta pode ainda demorar, sendo que não irá chegar a toda a população no primeiro semestre de 2021.

O presidente do Health Cluster Portugal reitera que neste momento há “centenas de camas” disponíveis para receber doentes Covid-19 no setor privado, em entrevista à Antena1 e ao Jornal de Negócios (acesso livre). Salvador de Mello, que é também presidente do grupo CUF, alerta ainda para que haja uma gestão de expectativas quanto a uma vacina contra a Covid-19, apontando que “pode ainda demorar”.

Neste momento, “já são mais de 100 o contributo do privado em internamento”, no que diz respeito às camas, e existe “disponibilidade para fazer crescer esse número”, garante Salvador de Mello. Quanto aos doentes não Covid, existem também “protocolos a serem assinados” para reforçar o contributo do privado na resposta, assegura.

No que diz respeito à vacina, o presidente do Health Cluster Portugal alerta que “ainda há passos a correr”, existindo assim o risco de “não chegar tao depressa quanto gostariamos”. Há a possibilidade de que no primeiro semestre de 2021 comecem a existir vacinas disponíveis, mas seguramente não vai ser logo “alargada a toda a população”.

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Covid-19: ASAE abre oito processos em ação de fiscalização junto de superfícies comerciais

  • Lusa
  • 15 Novembro 2020

Os processos de contraordenação que a ASAE abriu estiveram relacionados sobretudo com lotação e distanciamento físico.

A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) realizou uma ação de fiscalização das medidas impostas pelo estado de emergência junto de estabelecimentos comerciais de que resultaram oito processos de contraordenação relacionados sobretudo com lotação e distanciamento físico.

A operação de fiscalização no sábado, que envolveu cerca de 35 inspetores, centrou-se essencialmente em lojas inseridas em centros comerciais e grandes superfícies comerciais, nomeadamente supermercados, hipermercados, restaurantes e similares.

Em comunicado, a ASAE adianta que foram fiscalizados 48 agentes económicos de que resultaram oito processo de contraordenação com a falta de observância das regras de lotação, ocupação, permanência e distanciamento físico a constituírem as principais infrações.

Com esta operação, realizada ao longo deste sábado, a ASAE visou garantir o cumprimento integral das medidas decretadas no âmbito do estado de emergência em relação às regras de lotação e ocupação nos diversos estabelecimentos comerciais.

Portugal está em estado de emergência desde 09 de novembro, que se prolonga até 23 de novembro, período durante o qual há recolher obrigatório nos concelhos de risco de contágio mais elevado e municípios vizinhos. A medida abrange 114 concelhos, número que passa a 191 a partir de segunda-feira.

Durante a semana, o recolher obrigatório tem de ser respeitado entre as 23:00 e as 05:00, enquanto nos fins de semana a circulação está limitada entre as 13:00 de sábado e as 05:00 de domingo e entre as 13:00 de domingo e as 05:00 de segunda-feira. No último Conselho de Ministros, em que foi decidido prolongar até 23 de novembro o estado de emergência, o Governo determinou que durante o fim de semana os estabelecimentos comerciais podem apenas estar abertos entre as 08:00 e as 13:00.

As únicas exceções contemplam casos restritos como farmácias, clínicas e consultórios, estabelecimentos de venda de bens alimentares até 200 metros quadrados com porta para a rua e bombas de gasolina. Portugal contabiliza pelo menos 3.305 mortos associados à covid-19 em 211.266 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).

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Fotogaleria: depois dos protestos, Lisboa ficou novamente deserta

Em fim de semana de recolher obrigatório, centenas de pessoas protestaram contra a falta de medidas de apoio aos restaurantes, bares e discotecas. Depois, Lisboa voltou a ficar deserta.

O primeiro fim de semana de recolhimento obrigatório decretado pelo Governo ficou marcado pelo protesto dos empresários de restauração, bares, discotecas e eventos. Algumas centenas de pessoas juntaram-se no Rossio em protesto contra a falta de medidas do Governo em relação a estas atividades económicas que, segundo os organizadores da manifestação, são das que mais sofreram com a pandemia, com sucessivas falências e pessoas no desemprego. “As pessoas estão desesperadas! Deixem-nos trabalhar!”, pediram os manifestantes.

O protesto apartidário e pacífico, terminou pouco depois das 14h00, estendendo-se assim para além das 13h00, hora de fecho da esmagadora maioria dos estabelecimentos comerciais e da limitação de circulação de pessoas decretado pelo Governo.

Por esta hora, a cidade de Lisboa voltou a ficar deserta, à semelhança do confinamento geral dos meses de abril e maio. As ruas voltaram a ficar vazias. Sem pessoas e sem trânsito, apenas os estafetas das plataformas de entrega de comida se fazem notar de um lado para o outro nas principais artérias da cidade.

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