CEO da BlackRock diz que empresas sem plano climático vão ser penalizadas pelos acionistas
Fundador e atual líder da maior gestora de ativos do mundo considera que a pandemia mostra a urgência de reconhecer as alterações climáticas como risco existencial.
A transição para uma economia neutra em carbono é uma oportunidade de investimento e as empresas que não alinharem serão penalizadas pelos acionistas. O aviso é feito pelo maior acionista de todos, o fundador e CEO da BlackRock Larry Fink, na sua carta anual a clientes e gestores do grupo.
“Não há nenhuma empresa cujo modelo de negócio não seja profundamente afetado pela transição para uma economia neutra — que não emite mais dióxido de carbono do que aquele que retira da atmosfera — até 2050, o limite cientificamente estabelecido para manter o aquecimento global abaixo de 2ºC”, escreve Fink, que volta assim a colocar o clima no topo das prioridades da gestora de ativos.
Há um ano, o histórico líder anunciou que a BlackRock ia apostar tudo no ambiente e desinvestir em setores com maior risco ao nível da sustentabilidade. Depois de ter mudado o posicionamento, a maior gestora de ativos do mundo (responsável pela gestão de 7,8 biliões de dólares em ativos) completou em 2020 o objetivo de 100% dos portefólios de gestão ativa com critérios ESG (ambientais, sociais e de governo de sociedades) integrados. Lançou também um novo recurso de análise de dados Aladdin Climate e uma centena de fundos sustentáveis.
Mas o ano que passou ficou marcado pela Covid-19, que Larry Fink considera que confirma a urgência da sociedade em reconhecer as alterações climáticas como ameaça existencial. 2020 foi um ano histórico em termos de compromissos de empresas, governos e investidores para com uma economia neutra em carbono. Fink considera que quem não embarcar nesta linha irá ser penalizado tanto no negócio como no valor da empresa.
“À medida que a transição acelera, as empresas com estratégias de longo prazo bem articuladas e um claro plano para abordar a transição irão distinguir-se com os seus stakeholders — clientes, decisores políticos, funcionários e acionistas — ao inspirarem confiança de que irão navegar esta transformação global. Mas as empresas que não se preparem rapidamente irão sofrer nos seus negócios e nas suas avaliações já que estes mesmos stakeholders perderão confiança que essas empresas podem adaptar os modelos de negócio às dramáticas mudanças que estão a chegar”, avisa.
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