Pandemia dá gás ao jogo online. Solverde investiu oito milhões em plataformas digitais
As apostas online ganham cada vez mais adeptos em Portugal. Solverde confirma tendência de crescimento, mas alerta para o mercado ilegal.
Com os casinos fechados devido à pandemia, as pessoas tiveram de encontrar novas formas de entretenimento e lazer e os jogos online ganharam expressão. O diretor da Solverde, casino online português com um portfólio que conta com mais de 1000 jogos disponíveis, confirma esta tendência de crescimento.
“Estes jogadores deixaram de ter a opção de entretenimento físico e tiveram de procurar as plataformas eletrónicas para continuar a ter esse entretenimento”, conta Américo Loureiro, diretor da Solverde. Nota ainda que como os jogos de futebol pararam praticamente no mundo inteiro, “os jogadores de apostas desportivas deixaram de ter esta opção e procuraram entretenimento em casino”.
Durante o terceiro trimestre do ano passado, a atividade de jogos e apostas online geraram cerca de 84,2 milhões em receitas brutas, um crescimento de 55,7%, face ao período homólogo de 2019, segundo os dados recolhidos pelo Serviço de Regulação e Inspeção de Jogos do Turismo de Portugal (SRIJ).
Para reforçar a sua presença no mercado online, a Solverde, sediada em Espinho, entrou em setembro de 2020 no mercado das apostas desportivas, de certa forma a pedido dos jogadores de casino, conta o diretor. Para criar toda uma estrutura, a Solverde investiu oito milhões de euros.
“Sentimos que estava na altura de dar o passo nas apostas desportivas. Tivemos de incrementar os nossos investimentos no apoio a vários clubes portugueses — patrocinamos cerca de 22 clubes de futebol — especialmente nas cidades onde o grupo tem casinos — é uma espécie de ligação à terra”, explica o diretor do grupo, Américo Loureiro.
Desde que a Solverde entrou no segmento das apostas desportivas, o balanço é positivo. “A aquisição de jogadores tem vindo a crescer de forma muito significativa e estamos a conseguir fidelizar aqueles que já temos”, refere Américo Loureiro.
A Solverde, é uma empresa 100% portuguesa que conta com a concessão de cinco casinos em Portugal, Espinho, Chaves, e Algarve – Vilamoura, Praia da Rocha e Portimão. “O solverde.pt é o nosso sexto casino”, diz o diretor. Do futebol à Formula 1, a Solverde disponibiliza apostas desportivas nas várias competições. Uma das metas que o grupo espera atingir em breve é ter mais de cem mil registos por dia.
Em Portugal, os jogos online só passaram a ser regulados em 2015. Roletas, slots, jogos de fortuna ou azar e as apostas desportivas eram alguns exemplos de jogos que não estavam sujeitos a nenhum tipo de regulamentação. Para o diretor da Solverde a falta de regulamentação é um problema muito grande para o setor. “O Estado decidiu, e bem, regulamentar esta atividade à semelhança do que existia nos casinos físicos”, refere Américo Loureiro.
Mercado de jogo ilegal é um grande entrave para o setor
Para o diretor da Solverde um dos grandes entraves ao jogo online é o mercado de jogo ilegal, que na sua ótica “é o concorrente mais perigoso do setor”. Para Américo Loureiro deviam ser implementadas medidas eficazes para combater esta tendência.
“A prática ilegal não obedece a nenhuma regra. Para além dos prejuízos que possam causar às entidades exploradoras, a nossa preocupação é mais a proteção ao jogador (…) neste mercado ilegal não existe proteção aos jogadores portugueses. Não havendo proteção não existe atividade regulada e não há pagamento de impostos. São impostos que estão a fugir aos cofres do Estado”.
Américo Loureiro lembra que para além da concorrência desleal, “o regulador ilegal ao não estar sujeito a nenhuma regulamentação” e que oferece todos os produtos que entende. Lembra ainda que no mercado ilegal não existe sequer proteção aos menores. Isso é o principal flagelo”.
Durante o estado de emergência, o acesso às plataformas de jogo online está limitado, para evitar a adição ao jogo. Mas há muita publicidade direcionada aos jogos online. Para o diretor do Solverde a publicidade já obedece a regras e garante que é o mercado ilegal que abusa dessa ferramenta.
“Só é possível fazer publicidade de jogos das 22h30 às sete da manhã, seja na televisão, no rádio ou cinema, um processo que já se tinha iniciado antes da pandemia. Chamo à atenção mais uma vez para o mercado ilegal, esse sim não é regulamentado, logo não têm respeito pela publicidade, nem pelo confinamento”.
Online ajudou, mas jogadores continuam a gostar de ir ao casino
Apesar da procura crescente por jogos online em tempos de pandemia, este modelo não vem substituir o físico, diz o diretor da Solverde. Para Américo Loureiro, o equilíbrio perfeito é uma junção entre o físico e o digital.
“Esta transição digital passa também pelo setor dos jogos, mas os jogadores vão continuar a procurar entretenimento físico, vão continuar a ir aos casinos”, refere. Exemplifica que, em 2016, foram o primeiro concessionário de casinos a investir no póquer físico e perceberam que todos os jogadores que vinham jogar ao casino tinham nascido online, embora num mercado não regulado. Foi uma renovação no sentido inverso”, conta.
Para reforçar o digital, a empresa está a apostar em conteúdo próprio, com um podcast e um blog. É a única casa de apostas portuguesa com um podcast. Chama-se ‘Vai a jogo’ e é apresentado por Pedro Barbosa, o locutor e analista de desporto reconhecido no universo dos podcasts, sendo o criador de ‘Matraquilhos’, ‘24 Segundos’, ‘Desconto de Tempo’.
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