S&P vê PIB a crescer 4,8%. Bazuca vai puxar pela economia depois

"Projetamos que o PIB português recupere 4,8% este ano, apesar de um fraco arranque neste primeiro trimestre", diz a S&P. Antecipa que o défice encolha para 4,7% do PIB.

A Standard & Poor’s deixou passar a data em que poderia rever o rating da dívida portuguesa. Não o fez, mantendo a notação em “BBB”, com perspetiva “estável”, mas atualizou agora as suas projeções para o país, revendo em baixa as estimativas para o crescimento. Ainda assim, mesmo com o confinamento, aponta para que o PIB progrida 4,8% em 2021. Vê potencial para que este ciclo continue nos próximos anos com os milhões da “bazuca” europeia.

“Projetamos que o PIB português recupere 4,8% este ano, apesar de um fraco arranque neste primeiro trimestre tendo em conta que o país se mantém em confinamento” por causa da pandemia do novo coronavírus, diz a S&P numa nota a que o ECO teve acesso. Esta estimativa compara com a de uma recuperação de 6,2% em 2021 prevista em setembro de 2020. Para o défice, aponta para uma redução até aos 4,7%, este ano.

Esta projeção assenta na presunção de que o confinamento, que agora começa a dar lugar ao desconfinamento, vai terminar. Isto à medida que a vacinação contra a Covid-19 acelera. “Assumindo um aumento da vacinação nos próximos três meses, a meta do Governo de inocular 70% da população até ao final de agosto parece alcançável“, diz.

“No entanto, a imunidade de grupo não deverá ser alcançada antes da época alta do turismo“, alerta. “Assumimos que o distanciamento social vai continuar a ser fundamental em 2022. Isto põe em risco a recuperação do setor do turismo e viagens de Portugal, que emprega praticamente 19% da força de trabalho portuguesa, representa cerca de 16% do PIB e de 6% das exportações líquidas”.

Apesar desta “chamada de atenção”, a S&P mostra-se relativamente otimista para o país após 2021. “Depois de 2021, há margem para maior otimismo”, antecipando que “a economia portuguesa cresça, em termos reais, a uma média de quase 4%, já que a economia deverá receber cerca de 4,3% do PIB por ano em subvenções da UE, tanto do orçamento europeu como do Next Generation”.

A agência de notação financeira sublinha que as autoridades portuguesas “pretendem utilizar este dinheiro em educação, renováveis, descarbonização, ferrovia e em saúde pública”, acrescentando que no final de 2026 o investimento público deverá superar em 20% o nível atingido há mais de uma década. No entanto, “despejar” estes fundos europeus “numa pequena economia em sete anos poderá revelar-se desafiante”, alerta.

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