Do Rt à UCI, até às vacinas. Alívio da pandemia em 8 números
Há vários indicadores que apontam para um alívio da pandemia, desde o Rt aos números de internamentos provocados pela Covid-19. E o plano de vacinação prepara-se para aumentar o ritmo.
Portugal arrancou o ano nas “bocas do mundo”. Chegou a ser o país com mais novos casos, mas também mortes, do novo coronavírus, situação que ditou um novo confinamento. Os efeitos dessa medida drástica estão a fazer-se sentir, havendo vários indicadores positivos que sustentam o desconfinamento que, aos poucos, está a acontecer.
Há vários indicadores que apontam para um alívio da pandemia, desde o Rt aos números de internamentos provocados pela Covid-19. Isto ao mesmo tempo que cresce a esperança numa vacinação mais célere que devolva a nova normalidade aos portugueses.
Perceba, nestes oito números, os sinais desse alívio da pandemia.
1. Rt abaixo de 1 em todas as regiões do Continente
A incidência de novos casos continua em tendência decrescente na maior parte do país, contudo, os especialistas alertaram que os riscos estão a aumentar, nomeadamente no que toca à transmissibilidade do vírus, à prevalência das estirpes e ao aumento da mobilidade. Tendo em conta a matriz do Governo, todas as regiões do Continente estão na “zona verde”. No que toca especificamente ao índice de transmissibilidade (o chamado Rt) à exceção dos Açores, todas as regiões estão com abaixo de 1, no entanto, Baltazar Nunes apontou que o Rt está a subir e pode chegar a 1 “nas próximas semanas”.
2. Portugal com 60 a 120 casos por 100 mil habitantes
Outro dos indicadores que guia o plano de desconfinamento e a matriz de risco do Governo diz respeito à incidência de novos casos por 100 mil habitantes. Neste indicador, Portugal “está num patamar que podemos situar entre os 60 e os 120 casos por 100 mil habitantes“, segundo revelou a ministra da Saúde. Assim apesar de ter existido uma redução acentuada dos novos casos os especialistas já não preveem que a incidência da Covid-19 por 100 mil habitantes chegue aos 60 casos no final do mês, sinalizou Baltazar Nunes.
3. 743 pessoas internadas, das quais 159 em UCI
Depois de a terceira vaga da pandemia ter colocado sobre elevada pressão o Sistema Nacional de Saúde, os números em termos de internamentos em enfermaria geral, bem como de internamentos em unidades de cuidados intensivos (UCI) têm vindo a descer desde a segunda quinzena de fevereiro. Nesse sentido, de acordo com o boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral da Saúde (DGS) Portugal tem, atualmente, 743 pessoas internadas, das quais 159 em UCI.
4. 8,8 milhões de testes à Covid-19
Há muito tempo que o Governo se tem comprometido com o aumento da testagem em massa e os especialistas têm reiterado que é fundamental rastrear os contactos, por forma a combater as cadeias de transmissão. “Portugal um dos que mais testes realizou por milhão de habitantes”, assegurou a ministra da Saúde.
Segundo a Marta Temido, Portugal é o décimo país da União Europeia que mais testa, com um total de 8,8 milhões de testes até à data. Do total de testes realizados, 39% foram realizados pelo SNS, 50% pelo setor privado e os restantes 11% foram feitos pela academia e por outros laboratórios.
5. Taxa de positividade nos 1,4%
Ricardo Mexia diz que há “um aumento importante” da testagem, “particularmente em função do que são os testes de antigénio”. Em contrapartida, verifica-se uma estabilização da realização de testes PCR. A taxa de positividade a sete dias em Portugal, era de 1,4% a 19 de março, sendo que é recomendado que esteja abaixo de 4%. O especialista apontou ainda que “do ponto de vista da estratégia de testagem, irá haver uma reunião deste grupo [task force da estratégia de testagem] na quinta-feira e é expectável que, nos próximos dias, possa haver um desenvolvimento da estratégia de testagem e da implementação da mesma”.
6. 1,3 milhões de vacinas administradas
Desde que arrancou o plano de vacinação em Portugal, a 27 de dezembro de 2020, já foram administradas 1,3 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19. Número é bastante inferior ao previsto, resultado dos constrangimentos de produção que acabaram por atrasar as entregas aos vários países europeus.
7. 80% dos mais de 80 anos
O país prepara-se para atingir, esta semana, a fasquia de um milhão de portugueses com a primeira dose e meio milhão com a segunda dose da vacina. Entre este meio milhão estão profissionais de saúde, mas também idosos em lares e grande parte dos que têm 80 anos, mesmo não estando institucionalizados.
Deverá ser atingida a meta de ter 80% da população com 80 ou mais anos com pelo menos uma dose da vacina tomada até ao final desta semana, estando a percentagem ainda nos 61%. “Fizemos um longo caminho e temos de continuar a fazer todos os esforços para que a capacidade industrial acompanhe a evolução da ciência”, sublinhou a ministra da Saúde, Marta Temido.
8. 1,8 milhões de vacinas a caminho
Portugal vai começar a acelerar a vacinação, assim se confirmem as expectativas quando às entregas acordadas com as farmacêuticas. Depois de um trimestre marcado por fortes atrasos, no segundo trimestre está prevista a chegada de 11,3 milhões de doses de vacinas, sendo que já em abril “chegarão a território nacional cerca de 1,8 milhões de vacinas”, revelou o vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, afirmando esperar que seja possível atingir em breve as 95 a 100 mil vacinas administradas por dia entre abril e junho.
Ao mesmo tempo, a previsão para o terceiro trimestre são 14,9 milhões de vacinas. Nesse sentido, a estimativa é ter 70% da população portuguesa com pelo menos uma dose da vacina até “ao fim do verão”, sendo que o cenário pode ser antecipado se estas 14,9 milhões de doses se confirmarem.
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