TAP admite volume “interessante” de reservas para o verão mas 2021 ainda será “desafiante”
Companhia aérea ajustou a oferta de verão à pandemia com reforço de destinos nacionais, como a Madeira, e diversificação da oferta internacional. As reservas demonstram uma retoma nos próximos meses.
Após os piores resultados de sempre em 2020, a atividade TAP continuará a ter desafios este ano. A retoma do negócio está intimamente ligada aos desenvolvimentos da pandemia e ao processo de vacinação, mas a companhia aérea tem já volumes “interessantes” de reservas para o verão.
“2020 foi um ano com muitos desafios e 2021 ainda será muito desafiante“, começou por alertar a administradora executiva Alexandra Vieira Reis, na conference call com analistas e investidores esta sexta-feira, que se seguiu à apresentação de resultados. Em ano de pandemia, a TAP registou prejuízos de 1.230 milhões de euros, o que representa os resultados mais negativos de sempre para a empresa.
Apesar dos cortes de custos (incluindo os associados ao plano de reestruturação), as contas de 2020 foram especialmente penalizadas pela Covid-19 que levou a uma forte quebra nos passageiros e na carga transportados. A expetativa era que 2021 fosse de recuperação, mas o agravamento da pandemia levou a um novo confinamento e ao fecho de fronteiras, penalizando a atividade. Agora a esperança está no verão.
“Estamos a ver uma recuperação no segmento de lazer, que é muito importante. A curva de reservas estava muito concentrada no curto prazo e agora começamos a ver um prolongamento”, referiu Alexandra Vieira Reis. “Sem entrar em pormenor, posso dizer que temos níveis muito interessantes de reservas para junho, julho e agosto, que são os meses de pico do verão em Portugal. Apesar de 2021 ainda ser muito desafiante, já vemos alguns sinais de retoma”.
A TAP ajustou a oferta de verão à pandemia, nomeadamente através do reforço de destinos nacionais como a Madeira ou da diversificação da oferta internacional com a abertura de uma rota para Cancun. Em agosto, a companhia aérea planeia operar 879 voos por semana, num total de 100 rotas. Naquele que é o mês de maior afluência turística, a TAP vai contar com oito rotas nacionais com 126 voos por semana.
Ainda assim, as projeções da empresa apontam para que só em 2023 seja alcançado o equilíbrio operacional e, dois anos depois, os resultados líquidos positivos. Devido ao impacto da pandemia na atividade, a empresa pediu apoio público, tendo já recebido 1,2 mil milhões de euros e estando em cima da mesa um cenário de auxílio total até 3,7 mil milhões de euros. Estes estão condicionados a um plano estratégico que tem de ser aprovado pela Comissão Europeia.
A proposta de plano foi enviada pelas autoridades em dezembro e ainda aguarda resposta. Questionada na conferência sobre se a empresa tinha capacidade financeira, a administradora lembrou que os custos operacionais estão a ser reduzidos e que há uma gestão conservadora de caixa.
“Não estamos a queimar dinheiro e estamos a geri-lo de forma muito prudente“, afirmou Alexandra Vieira Reis. O chairman Miguel Frasquilho acrescentou que a demora de Bruxelas — a expetativa é que a resposta não chegue antes de maio — não representa nenhum risco. “Não vemos absolutamente nenhum sinal negativo da Comissão Europeia. Nem estamos a ver grandes alterações ao plano [enviado por Portugal]”.
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