“Queremos estar cada vez mais ativos em Portugal”, diz diretor da Lazard

A trabalhar na Península Ibérica desde 2015, a Lazard Funds Manager deverá ter brevemente uma equipa de vendas exclusiva para Portugal. A oferta do grupo será em breve alargada com um fundo dedicado à igualdade de género, gerido por uma portuguesa.

“Um player muito pequeno com alguns grandes clientes”. É como Domingo Torres, diretor para a Península Ibérica, descreve ao ECO a presença da Lazard Fund Managers em Portugal. Diz que não pode dizer os nomes, mas incluem uma grande seguradora, um grande banco espanhol ou uma fundação.

A gestora de ativos tem apenas 100 milhões de euros a seu cargo em Portugal, num mercado que entre gestão individual e coletiva de carteiras valia 78,6 mil milhões de euros no final do primeiro trimestre, segundo dados da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Do montante gerido pela Lazard no país, cerca de 75% pertencia a clientes institucionais. Em Espanha, o volume já vai em 900 milhões de euros.

Domingo Torres ambiciona números bastante superiores em Portugal para o grupo norte-americano, fundado em 1849 por três irmãos franceses e que está presente em 19 países, emprega mais de mil trabalhadores e tem 250 mil milhões de dólares sob gestão. Chegou a ter uma parceria com a IMGA para distribuir os fundos, que terminou uns anos depois. Agora trabalha diretamente com os clientes institucionais e distribui fundos através do Banco Best. E assim deverá continuar.

"Queremos estar cada vez mais ativos em Portugal.”

“Queremos estar cada vez mais ativos no país e provavelmente no próximo mês irei acrescentar à nossa equipa de vendas alguém dedicado a Portugal”, revela o responsável, que antes de se juntar à Lazard trabalhou em Paris para a Amundi, a Caisse d’Epargne e o BBVA. “Estamos a crescer cada vez mais em Espanha e será necessário ter alguém para trabalhar o mercado português, que o merece”, acrescenta. “Estou confiante de que vamos ter um enorme sucesso”.

A Lazard Fund Managers combina a oferta da Lazard Asset Management, em Nova Iorque, com a da Lazard Frères Gestion, em Paris. Em Portugal, tem mais de 20 fundos registados junto da CMVM para comercialização, entre produtos de ações, títulos de dívida, obrigações convertíveis (uma das suas especialidades) e multi-ativos, com soluções mais globais e outras focadas na Europa, nos EUA e nos mercados emergentes.

Igualdade de género com liderança portuguesa

A gestora tem vindo a acrescentar novos produtos ao portefólio em Portugal. É o caso do Lazard Credit Opportunities, que investe em todo o espetro dos títulos de dívida e procura obter retornos positivos em todas as fases da economia. Outra entrada recente é o Global Listed Infrastructure Equity, que investe numa carteira de 25 empresas em negócios como as auto-estradas, ferrovia ou redes de energia, que podem repercutir rapidamente a inflação nos preços aos clientes. Os títulos de dívida e híbridos do setor financeiro (fundo Credit FI) e temas como a transição climática, ou a saúde digital (Global Thematic Focus) são outras apostas.

A Lazard Fund Managers tem mais lançamentos previstos para breve. O destaque vai para um fundo dedicado ao tema da igualdade de género, que segundo Domingo Torres será gerido por uma portuguesa, cujo nome não quis revelar. Para entrarem para a carteira do fundo, as empresas terão de ter um conselho de administração composto, pelo menos, por 25% de mulheres. Na comissão executiva, a percentagem sobe para 50%.