Qualificação é o que separa as gerações mais jovens das anteriores. Um retrato dos novos líderes
Mais qualificados, conectados com o mundo e eternos aprendizes. Assim são as gerações que entram no mercado de trabalho e que obrigam as empresas a adaptarem-se ao novo talento.
Mais qualificados, conectados com o mundo e eternos curiosos que querem aprender mais e mais… Assim são os jovens das gerações mais recentes que começam a entrar no mercado de trabalho. Entre eles e as gerações anteriores a principal diferença está na qualificação.
“O que mudou, claramente, é a qualificação. As novas gerações são mais qualificadas, estão tecnicamente mais preparadas também. E isso muda a maneira como chegam às empresas e como querem ser geridos nas organizações”, começa por dizer Isabel Viegas, coordenadora do programa “Leading HR into the Future: Programa para Diretores de Recursos Humanos” e professora na Católica-Lisbon, durante o webinar “Uploading the future: a próxima geração das competências internacionais”, do Inov Contacto.
“Não se pode liderar um jovem qualificado como se lidera um jovem sem qualificação. Hoje, um jovem qualificado não quer ser gerido à tarefa. Há aqui um grande desafio para as empresas.”
Além da qualificação, o retrato de Isabel Viegas dá conta também de uma geração mais conectada, não só entre ela, mas com o mundo, que sabe procurar o conhecimento e ir buscá-lo não apenas às escolas e com um sentido de propósito maior.
“Estes jovens querem saber porque se levantam todos os dias de manhã, porque trabalham naquela empresa e não noutra… Querem, no fundo, ter um propósito. Há aqui uma obrigação de as empresas de trazerem as noções da missão, da visão e dos valores para as suas pessoas“, considera a professora universitária, salientando que atribuir-lhes funções interessantes, dar-lhes autonomia e oportunidades de crescimento são fatores muito importantes na atração e retenção das novas gerações.
“Eles querem sentir que estão sempre a crescer. Noto que os jovens que estão a chegar às empresas querem, rapidamente, experimentar outras coisas e aprender mais. As empresas têm de perceber que estes jovens têm uma ambição do ponto de vista da aprendizagem muito maior, precisam de criar momentos de desenvolvimento.”
"Não se pode liderar um jovem qualificado como se lidera um jovem sem qualificação. Hoje, um jovem qualificado não quer ser gerido à tarefa. Há aqui um grande desafio para as empresas.”
Também o tema da diversidade e inclusão está, agora, muito mais presente nas organizações. E assim a geração Z o exige. Se, para Isabel Viegas, as gerações anteriores começaram a fazer este caminho, pelo menos no sentido de aceitar a diferença, agora, a força laboral mais jovem quer tirar partido da diversidade, “entende que tudo o que é diferente é uma riqueza que se traz para a equipa e para a empresa”.
Riscos ao nível da saúde
As maiores preocupações estão, por sua vez, nos níveis de ansiedade, dúvidas e receios das gerações mais recentes. Algo que já se sentia antes, mas que, inevitavelmente, a pandemia acabou por acentuar. Mas, ao mesmo tempo, a Covid-19 trouxe este tema para o radar das empresas.
“Já cuidávamos da saúde das pessoas, mas de outra maneira, talvez mais da saúde física. Agora, estamos preocupados em criar ambientes saudáveis, em que os jovens possam experimentar, aprender, ser eles próprios… Onde o líder é uma pessoa que está à disposição das equipas, em vez de ser um líder mais prescritivo”, finaliza a docente na Universidade Católica.
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