Quase 4 horas de espera no aeroporto de Lisboa devido à greve do SEF

  • Lusa
  • 22 Agosto 2021

Sindicato do SEF acusa Governo de postura autocrática e não exclui "avançar para formas de luta mais duras e que causem outro tipo de impacto”.

O tempo de espera no controlo de fronteira do aeroporto de Lisboa, nas chegadas de voos do espaço nāo-Schengen, atingiu, na manhã deste domingo, as 3:43, segundo fonte oficial da ANA – Aeroportos de Portugal, devido à greve no SEF.

Por sua vez, nas partidas, o tempo de espera máximo foi de 35 minutos, durante o período da manhã, segundo a empresa gestora aeroportuária.

De acordo com a ANA, a greve parcial dos trabalhadores do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), que começou em 14 de agosto, continua sem ter “impacto relevante nos restantes aeroportos”.

O protesto dos trabalhadores tem como objetivo serem “considerados no processo de reestruturação” do SEF, que envolve alterações à entidade, lembrou na semana passada o dirigente do Sindicato dos Inspetores de Investigação, Fiscalização e Fronteiras (SIIFF), Renato Mendonça.

O dirigente sindical recordou que a lei exige “chamar as estruturas representativas dos trabalhadores e levá-las a participar” na negociação coletiva, mas que o Governo tem tido uma postura autocrática, que a continuar, implicava continuar a contestação e “avançar para formas de luta mais duras e que causem outro tipo de impacto”.

Renato Mendonça precisou que a greve parcial decorre, pelo menos, até ao final de agosto e que o maior impacto tem sido em Lisboa, uma estratégia que diz ter como objetivo “causar um impacto menor ao fluxo de passageiros e ao normal funcionamento dos aeroportos”, o que defendeu ser “facilmente constatado pelo facto de as filas de espera terem atingido no máximo no seu pico quatro horas”.

O dirigente, na semana passada, já estimava como “possível que aconteça o mesmo” perante o “elevado” número de voos esperados para o presente fim de semana.

A greve foi convocada pelo SIIFF face à ausência de resposta do Governo sobre o futuro dos inspetores, na sequência da aprovação da proposta de lei que “prevê a dispersão de competências policiais do SEF pela PJ, PSP e GNR”.

A paralisação não contou, no entanto, com a adesão do Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SCIF/SEF).

O protesto começou em 14 de agosto e abrange, de forma parcial, todos os funcionários que prestam serviço nos principais postos de fronteira do país.

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“Serei dos últimos a tirar” a máscara, diz Marcelo

  • ECO
  • 22 Agosto 2021

O Presidente da República diz que quer ver primeiros os números de agosto e setembro antes de decidir sobre o uso da máscara na rua.

Marcelo Rebelo de Sousa afirma que vai ser “dos últimos a tirar” a máscara na rua. De visita a um centro de vacinação em Alcabideche, ao lado do coordenador da task force, o Presidente da República prefere esperar para ver os números de agosto e setembro antes de deixar de usar a máscara em público e promete manter o distanciamento social.

O uso obrigatório máscara na rua, sempre que não haja distanciamento social, está em vigor até ao dia 12 de setembro. A decisão sobre manter ou retirar a máscara cabe à Assembleia da República, lembrou Marcelo. Também o Governo na sexta-feira, após o Conselho de Ministros extraordinário que antecipou a segunda fase do desconfinamento, reforçou que “decisão que foi tomada na Assembleia da República, deve ser tomada na Assembleia da República”.

O diploma, que renovou a obrigatoriedade de utilização de máscara nos espaços públicos por mais 90 dias, foi aprovado pelo Parlamento, em junho, sob proposta da bancada socialista. O plenário só volta a reunir-se em setembro, o que Marcelo Rebelo de Sousa considera ser “uma boa coincidência” deixar passar algumas semanas desde o arranque, no dia 23 de agosto, do alívio de restrições pela pandemia.

O PSD avançou, este sábado, com um requerimento para ouvir com urgência o grupo de epidemiologia da direção-geral de Saúde (DGS) antes mesmo de 12 de setembro. A manutenção ou fim do uso de máscara “não é exclusivamente do foro político”, defendem os social-democratas.

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Yellen apoia continuação de Powell à frente da Fed

  • ECO
  • 22 Agosto 2021

A administração norte-americana deve decidir a continuação do atual presidente da Reserva Federal no próximo mês.

Janet Yellen, responsável pelo Tesouro norte-americano, apoia a continuação de Jerome Powell na presidência da Reserva Federal (Fed), de acordo com a agência Reuters. O mandato de Powell termina em fevereiro, mas a decisão da administração norte-americana pode ser tomada no próximo mês.

Na Fed desde 2018, Powell substituiu Yellen à frente do banco central dos EUA por decisão da anterior administração de Donald Trump. Um senador norte-americano, do comité da banca, enviou na semana passada uma carta à Casa Branca, segundo a Reuters, a defender a manutenção de Powell por mais quatro anos. “Enviaria um sinal forte às famílias, empresas e consumidores de que o líder da Fed tem o apoio alargado” dos dois partidos, democratas e republicanos.

Na pandemia, a Fed reduziu a taxa diretora para perto de zero e promoveu um generoso programa de ativos, que continuam a ser defendidos apesar da pressão inflacionista que se começa a sentir no mercado dos EUA.

Algumas organizações ambientais, no entanto, defendem que Powell deve ser substituído por um “líder do clima”, numa altura em que os bancos centrais mundiais adotam estratégias verdes.

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Reino Unido e França pressionam EUA a ficar mais tempo em Cabul

  • Lusa
  • 22 Agosto 2021

Londres promete apoiar eventual adiamento da retirada militar do Afeganistão. França mais tempo para retirar pessoas do país e maior acesso ao aeroporto de Cabul.

O Reino Unido apoiará uma eventual decisão dos EUA de adiar a data de retirada militar do Afeganistão, prevista para 31 de agosto, para resgatar civis, disse este domingo o secretário da Defesa britânico.

Num artigo publicado no jornal Mail of Sunday, Ben Wallace disse que se o calendário dos EUA para a retirada das suas forças for mantido, o Reino Unido “não perderá tempo” e retirará de Cabul a maioria das pessoas que esperam para deixar o país.

Talvez os norte-americanos possam ficar mais tempo e [então] terão o nosso total apoio se o fizerem“, disse o responsável pela Defesa no executivo de Boris Johnson.

Wallace acrescentou que os militares britânicos do Regimento de Paraquedistas que estão no aeroporto da capital do Afeganistão enfrentam “desafios inimagináveis em Cabul, com desordem pública, multidões, calor abrasador e pessoas desesperadas”.

“Soldados treinados para a guerra estão, em vez disso, a segurar bebés e a coordenar multidões”, disse.

Wallace referiu que sempre defendeu que “nenhum país será capaz de tirar toda a gente” do Afeganistão.

“É uma fonte de profunda tristeza para muitos de nós na NATO, e ninguém queria que 20 anos de sacrifício acabassem desta forma”, disse Wallace, insistindo, porém, que o Reino Unido fará “tudo o que for possível até ao último momento”.

De acordo com o Ministério da Defesa britânico, sete civis afegãos morreram na situação caótica fora do aeroporto de Cabul, onde milhares de pessoas estão a tentar ter acesso ao terminal para fugir dos talibãs.

França quer que EUA facilitem acesso ao aeroporto

A França quer que os Estados Unidos permitam e facilitem a evacuação dos cidadãos dos países aliados e de todos os afegãos cujas vidas corram perigo de Cabul, prolongando a operação no aeroporto com maior coordenação.

Numa entrevista publicada este domingo pelo Le Journal de Dimanche, o ministro da Europa e dos Assuntos Estrangeiros de França, Jean-Yves Le Drian, relatou as exigências feitas na sexta-feira aos EUA na reunião da NATO sobre a crise afegã, insistindo que não deve haver precipitação.

O governante afirmou que as forças e diplomatas franceses permanecerão no aeroporto de Cabul enquanto este estiver aberto e que podem ficar seguros, porque além da “prioridade” de retirar “alguns franceses” que permanecem no país, a sua “responsabilidade moral” é retirar os “afegãos ameaçados por causa de seus compromissos anteriores”.

“Precisamos”, acrescentou, “de tempo para cumprir essa obrigação, que é contada em dias ou semanas, não em meses”.

O chefe da diplomacia francesa reclamou também na sexta-feira a Washington “uma coordenação mais eficaz e mais forte” com os seus aliados.

Le Drian insiste que o seu país agirá nos casos de todos os afegãos que se manifestaram por serem ameaçados, uma lista cujo número aumenta a cada dia e que tem “centenas de nomes”.

No sábado à noite chegou a Paris o quinto voo com evacuados de Cabul, neste caso com uma centena de pessoas, na sua maioria afegãos. Desde o início, na segunda-feira, na circulação entre a capital afegã, a base de Abu Dhabi que serve de escala, e o aeroporto parisiense Charles de Gaulle já foram evacuadas mais de 600 pessoas.

Le Drian assinalou que o único problema para a retirada das pessoas ameaçadas do Afeganistão é como chegar ao aeroporto de Cabul, uma vez que existe controlo talibã, o que gera uma situação de caos à entrada do aeroporto, onde estão concentradas mais de 10 mil pessoas.

O ministro repete que a França não reconhecerá os talibãs “que tomaram o poder pela força” e que para mudar de posição exige cinco condições.

Permitir a saída dos afegãos que queiram abandonar o país, renunciar efetivamente ao terrorismo, assumindo uma “rutura total” com a Al-Qaeda, conceder livre acesso à ajuda humanitária, respeitar os direitos fundamentais, e de forma prioritária, das mulheres e formar um governo de transição resumem as exigências colocadas pelo governo francês.

O titular da pasta dos Negócios Estrangeiros assinalou as diferenças entre o Afeganistão e o Sahel, onde a França mantém desde 2013 uma operação militar antiterrorista, com uma presença de forças que decidiu reduzir nos próximos meses.

O governante assinalou que no Sahel o terrorismo da Al-Qaeda e do Estado Islâmico continua ativo e, sobretudo, “a diferença para com os Estados Unidos no Afeganistão é que a França não está de saída, adaptou-se”.

Em concreto, a sua estratégia passa pela operação Takuba com outros aliados europeus cuja missão é dar apoio aos exércitos dos países do Sahel na luta contra os grupos terroristas.

Os talibãs conquistaram Cabul no dia 15 de agosto, culminando uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.

As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista (1996-2001), que acolhia no seu território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.

A tomada da capital põe fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e dos seus aliados na NATO, incluindo Portugal.

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“UE não vai abrir corredores para imigrantes afegãos”, defende presidência eslovena da UE

  • ECO
  • 22 Agosto 2021

"Só serão ajudadas as pessoas que nos ajudaram durante a operação da NATO", defende o polémico primeiro-ministro da Eslovénia, país que preside ao Conselho da UE.

A presidência rotativa da União Europeia, neste momento nas mãos da Eslovénia, defende que “não se repetirão os erros de 2015” e que “não serão abertos quaisquer corredores de migrantes para ao Afeganistão”. Num tweet, Janez Jansa, primeiro-ministro esloveno, escreve que “só as pessoas que ajudaram durante a operação da NATO” devem ser apoiadas depois do regresso ao poder dos talibãs.

 

Num segundo tweet, o polémico líder esloveno — que chegou a dar os parabéns a Donald Trump pela reeleição em novembro passado — disse que “não é dever da União Europeia nem da Eslovénia ajudar e pagar a todos no planeta que fogem, em vez de lutar por sua pátria”.

Numa cerimónia em Espanha este sábado, Ursula Von der Leyen disse que a União Europeia tinha a “responsabilidade moral” de ajudar os afegãos que continuam no país. Cerca de 3,7 milhões de pessoas estão deslocadas, 80% delas são mulheres e meninas, segundo número avançados pela presidente da Comissão Europeia. Ao mesmo tempo a líder alemã defende que a UE tem de prevenir que os migrantes caiam nas mãos de traficantes de pessoas . “Para quem não pode regressar a casa, temos de oferecer alternativas”, disse, antes de acrescentar que o bloco comunitário tem de oferecer “rotas legais e seguras”.

Von der Leyen pede ainda aos Estados, que participaram na missão da NATO no Afeganistão, que definam quotas para os deslocados e vias seguras para “acomodar quem precise de proteção”.

A Áustria já respondeu que não aceitará pedidos de asilo de afegãos e irá focar-se em aumentar a segurança e os direits das mulheres localmente. O chanceler Sebastian Kurz, em entrevista à Puls 24, adiantou que a Áustria já fez uma contribuição desproporcional, ao aceitar 40 mil agefãos no passado.

Durante a crise migratória de 2015, na sequência na guerra na Síria e instabilidade em outros países do Médio Oriente, milhares de pessoas tentaram chegar à Europa através das fronteiras do bloco mais a sul — Grécia e ilhas italianas. O governo grego terminou esta semana um ‘muro’ na fronteira com a Turquia, que será mais uma barreira para uma potencial vaga de migrantes do Afeganistão. “Não podemos esperar, passivamente, por um possível impacto”, disse o ministro grego Michalis Chrisochoidis.

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Alemanha: conservadores e SPD empatados nas intenções de voto

  • Lusa
  • 22 Agosto 2021

É a primeira vez, desde abril de 2017, que os social-democratas do SPD igualam o bloco CDU/CSU, de Angela Merkel.

O bloco conservador e o Partido Social Democrata (SPD) estavam empatados em termos de intenções de voto, com 22%, numa sondagem divulgada este domingo pelo diário Bild, a cinco semanas das eleições de 26 de setembro na Alemanha.

Trata-se do valor mais baixo da União Democrática Cristã, o partido de Angela Merkel, e da União Social Cristã (CDU/CSU) em toda a legislatura, que perdem três pontos percentuais em relação à semana passada, segundo a agência EFE.

É também a primeira vez, desde abril de 2017, que o SPD iguala o bloco CDU/CSU, ao subir dois pontos percentuais.

A sondagem de opinião Insa confirma a descida das últimas semanas dos Verdes, que perderam o segundo lugar e surgem agora em terceiro, com 17% (menos um ponto percentual), depois de terem estado quase ao mesmo nível dos conservadores.

Se as eleições fossem hoje, também teriam assento no parlamento o partido liberal FDP, com 13% dos votos, a Alternativa para a Alemanha (AfD, extrema-direita), com 12%, e a Esquerda, com 7%.

Com estes resultados, haveria várias hipóteses de coligações, uma das quais excluiria os conservadores, após 16 anos de governo de Angela Merkel, se o próximo executivo juntasse SPD, Verdes e FDP.

Em outra coligação aritmeticamente possível para uma maioria no parlamento, os conservadores e sociais-democratas, atualmente no governo, poderiam acrescentar os verdes ou os liberais, mas também seria possível uma aliança entre conservadores, verdes e liberais, acrescenta a EFE.

A atual chanceler alemã, Angela Merkel, 65 anos, não se recandidata, depois de ter chefiado o governo desde 2005.

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“Impossível” retirar todos os ocidentais do Afeganistão até final do mês, avisa Borrell

  • Lusa
  • 22 Agosto 2021

"O problema” está no “acesso ao aeroporto [devido às] medidas de controlo e segurança dos americanos”, diz o chefe da diplomacia europeu, Josep Borrell

O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, disse este sábado que é “impossível” fazer sair todos os estrangeiros ocidentais que estão no Afeganistão até final do mês, criticando as medidas de segurança impostas pelos norte-americanos no acesso ao aeroporto.

“É matematicamente impossível”, disse Borrell em entrevista por telefone à agência France-Presse, na qual vincou que “o problema” está no “acesso ao aeroporto [devido às] medidas de controlo e segurança dos americanos”, que “são muito fortes”.

Borrell acrescentou: “Nós queixámo-nos, pedimos-lhes que mostrassem mais flexibilidade, porque não conseguimos acesso para as nossas pessoas”.

A delegação da União Europeia em Cabul tem cerca de 400 funcionários afegãos e respetivas famílias, a quem foi prometida ajuda para saírem do país, mas até agora apenas 150 pessoas chegaram a Madrid, o local escolhido para acolher estes funcionários.

“Estes são o pessoal ativo, mas o número de afegãos que trabalhou connosco nos últimos 20 anos é muito superior“, acrescentou o responsável, explicando que um dos aeroportos está inutilizado.

“Cabul tem dois aeroportos, o aeroporto civil está nas mãos dos talibãs e não tem voos de partida, os americanos controlam o aeroporto militar, e os aviões embarcam as pessoas que estão no asfalto, no avião que chegou hoje a Madrid, um terço dos passageiros era americano”, explicou.

A Europa, apontou, “não tem capacidade militar para ocupar e assegurar o controlo do aeroporto militar, os talibãs vão assumir o controlo” quando os seis mil militares norte-americanos e britânicos deixarem, em 31 de agosto, o aeroporto, avançou, salientando que é preciso falar com os talibãs para conseguir ir buscar as pessoas.

Se queres tirar o teu ‘pessoal’, tens de falar com os talibãs, todos procuram acordo com os talibãs, nós temos contactos com os talibãs, mas não com a sua liderança, e isso não é o mesmo que reconhecer o regime”, concluiu.

Os talibãs conquistaram a capital do Afeganistão, Cabul, no domingo, culminando uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO do país.

EUA retiraram 3.800 pessoas do Afeganistão nas últimas 24 horas

Os cidadãos norte-americanos no Afeganistão devem evitar deslocar-se ao aeroporto de Cabul, devido a “potenciais ameaças à segurança”, instou a Embaixada dos Estados Unidos naquele país, no sábado.

A natureza das ameaças não foi especificada, mas um funcionário da Casa Branca, citado pela agência France-Presse (AFP), disse que o Presidente norte-americano, Joe Biden, discutiu na manhã de sábado com funcionários da administração “a situação de segurança no Afeganistão e as operações de combate ao terrorismo”, incluindo contra o Estado Islâmico.

O boletim publicado no site da embaixada norte-americana alertava para “potenciais ameaças à segurança no exterior dos portões do aeroporto de Cabul”.

Aconselhamos os cidadãos americanos a não viajarem para o aeroporto e a evitarem os portões do aeroporto neste momento, a menos que recebam instruções individuais de um funcionário do governo dos EUA”, escreveu a embaixada.

O porta-voz do Pentágono, John Kirby, recusou dar mais informações sobre a natureza das ameaças, dizendo apenas que a situação na capital afegã é muito “flutuante” e que os riscos podem evoluir “de hora a hora”.

“Continuamos a ter comunicações regulares com os líderes talibãs em Cabul, incluindo os responsáveis pelos pontos de passagem no aeroporto”, disse o porta-voz, em conferência de imprensa.

Os Estados Unidos retiraram cerca de 17.000 pessoas do país desde que a operação de resgate começou, em 14 de agosto, incluindo 2.500 cidadãos americanos, disse no sábado o subdiretor de logística do Estado-Maior das Forças Armadas dos EUA, general Hank Taylor. Nas últimas 24 horas, cerca de 3.800 pessoas foram transportadas em 38 voos.

Apesar do aviso da embaixada, cidadãos norte-americanos que se apresentem no aeroporto serão acolhidos pelos serviços de resgate, disse o general.

As tropas dos EUA, que coordenam as operações de saída do país, após a tomada de poder pelos talibãs, tiveram de suspender os voos por algumas horas, na sexta-feira, porque os centros de acolhimento no Qatar estavam sem espaço para receber as pessoas.

O Presidente norte-americano foi alvo de críticas pela situação caótica nas operações de resgate.

No sábado, o ex-presidente Donald Trump acusou Biden de “incompetência grosseira” na “retirada falhada”, elogiando os talibãs, que considerou “grandes negociadores” e “combatentes duros”.

“Isto não deveria ter acontecido. Tudo o que ele tinha de fazer era deixar os soldados no local até que todos estivessem fora – os nossos cidadãos, as nossas armas – e depois bombardear as bases”, disse Trump, durante um comício no Alabama, citado pela AFP.

Foi sob a liderança de Trump que os EUA assinaram um acordo com os talibãs, em fevereiro de 2020, ao abrigo do qual Washington aceitou retirar as forças militares do Afeganistão.

Em troca, os talibãs comprometeram-se a encetar negociações de paz com o governo afegão, a abster-se de atacar as forças norte-americanas e os seus interesses no Afeganistão e a cortar todos os laços com a Al-Qaeda.

Os talibãs conquistaram Cabul no dia 15 de agosto, culminando uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO.

As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista (1996-2001), que acolhia no seu território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de Setembro de 2001.

A tomada da capital põe fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e dos seus aliados na NATO, incluindo Portugal.

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Endividamento da economia já subiu 35 mil milhões desde o início da pandemia

Desde o final de fevereiro, o endividamento dos cidadãos, do Estado e das empresas já aumentou 35 mil milhões de euros. É preciso recuar ao período da troika para ver aumentos maiores.

35.051.000.000 euros. É este o acréscimo acumulado de endividamento da economia desde que a pandemia chegou a Portugal, de acordo com os cálculos do ECO com base nos dados do Banco de Portugal. Um ano e meio depois de a Covid-19 ter chegado sem aviso, os cidadãos e as empresas estão mais endividados, mas foi principalmente o Estado — que é financiado pelos cidadãos e as empresas — a arcar com a maior parte da dívida, a qual serviu para ajudar a manter à tona o setor privado durante os dois confinamentos.

A maioria do acréscimo do endividamento está nas costas do setor público: foi responsável por mais 27,4 mil milhões de euros de dívida entre fevereiro de 2020 e junho de 2021. Nesse período, o défice orçamental disparou por causa dos apoios à economia, as necessidades de financiamento aumentaram significativamente e a dívida pública na ótica de Maastricht voltou a máximos históricos.

Endividamento da economia cresceu 35 mil milhões desde fevereiro de 2020

Fonte: Banco de Portugal.

Segundo cálculos do banco central, o papel Estado com as medidas de ajuda aos cidadãos e às empresas ajudou a conter o impacto da crise, apesar de não ter compensado totalmente. “As administrações públicas suportaram cerca de 85% da perda de rendimento nacional“, escreviam os economistas do banco central no boletim económico de maio, notando que “esta é uma percentagem muito superior ao peso deste setor no rendimento disponível bruto nacional nos últimos cinco anos”.

Endividamento do setor público foi o que mais cresceu durante a pandemia

Fonte: Banco de Portugal.

Os restantes cerca de oito mil milhões de euros que perfazem os 35 mil milhões de euros estão divididos entre os cidadãos e as empresas: mais três mil milhões de euros e mais 4,6 mil milhões de euros, respetivamente.

Endividamento das empresas cresceu 4,6 mil milhões de euros

Fonte: Banco de Portugal.

Os dados do banco central mostram ainda que o primeiro semestre de 2021, o qual incluiu um segundo confinamento, levou a um maior acréscimo de endividamento (14,1 mil milhões de euros) do que o primeiro semestre de 2020 (8,4 mil milhões de euros), no qual só se começou a sentir o impacto da pandemia em março.

Porém, até ao momento o semestre com maior subida de endividamento durante a pandemia foi o segundo semestre de 2020 em que a dívida da economia portuguesa cresceu 15,5 mil milhões de euros.

É preciso recuar ao período da troika para assistir a subidas semestrais tão significativas do endividamento da economia. O maior salto deu-se no primeiro semestre de 2011 quando Portugal recebeu o empréstimo de 78 mil milhões de euros na sequência do pedido de resgate financeiro.

Em termos percentuais, face ao PIB, o endividamento da economia — que tinha vindo a cair nos anos que precederam a pandemia — fechou o primeiro trimestre de 2021 nos 375,71%, em máximos do segundo trimestre de 2017 (378%). Como o PIB cresceu no segundo trimestre, é expectável que o rácio possa ter caído, mas o Banco de Portugal só atualizará esse número a 21 de setembro.

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PSD pede audição de peritos sobre uso de máscaras

  • Lusa
  • 22 Agosto 2021

A decisão sobre a manutenção ou fim do uso de máscara "não é exclusivamente do foro político". PSD quer ouvir o grupo de epidemiologia da DGS.

O PSD quer ouvir, com urgência, os especialistas em epidemiologia da Direção-Geral de Saúde (DGS) sobre o uso obrigatório de máscaras por causa da covid-19.

Num requerimento, divulgado este sábado, o grupo parlamentar do PSD sustenta que a decisão sobre a manutenção ou fim do uso de máscara “não é exclusivamente do foro político, uma vez que pode ter consequências para a saúde pública, pelo que deve ser tomada com sustentação científica”.

Como tal, é pedida, com carácter de urgência, uma audição parlamentar do grupo de epidemiologia da DGS, de “peritos que têm participado nas reuniões do Infarmed, que têm contribuído para sustentar cientificamente a tomada de decisão política do Governo”.

O pedido do PSD surge um dia depois de a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, ter afirmado que o fim do uso obrigatório de máscara nos espaços públicos será decidido na Assembleia da República.

Feito o requerimento, o PSD considera que “é de extrema importância que esta audição ocorra antes de dia 12 de Setembro, data em que deixa de estar em vigor a lei que obriga ao uso de máscaras”.

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118 mil jovens receberam a vacina contra a Covid-19 no sábado

  • Lusa
  • 22 Agosto 2021

Para todo o fim de semana estavam agendadas cerca de 110 mil vacinações, pelo que o primeiro dia da vacinação dos mais jovens entre os 12 e 15 anos "supera muito as expectativas”.

Cerca de 118 mil jovens já estavam vacinados às 17:00 de sábado, segundo informação de fonte da task-force da vacinação contra a covid-19.

De acordo com a fonte do grupo que coordena o plano de vacinação, para todo o fim de semana estavam agendadas cerca de 110 mil vacinações, pelo que o dia, segundo a fonte, “supera muito as expectativas”.

A vacinação contra a covid-19 de crianças e jovens entre os 12 e os 15 anos começou este sábado, no primeiro de dois fins de semana dedicados a esta faixa etária.

Para este primeiro fim de semana estavam agendadas cerca de 110 mil pessoas, mas além dos que fizeram o pedido de autoagendamento, e os que tenham sido chamados pelos serviços de saúde, a task-force que coordena o programa de vacinação decidiu abrir também a modalidade “casa aberta”, à semelhança do que aconteceu no fim de semana anterior com os jovens de 16 e 17 anos.

As datas para a toma da segunda dose também já estão definidas. No fim de semana de 11 e 12 de setembro, os jovens entre os 12 e os 15 anos estarão de regresso para completar a vacinação, mesmo antes do início do ano letivo.

A vacinação desta faixa etária vai continuar no fim de semana de 28 e 29 de agosto, estando aberto o autoagendamento para essas datas até sábado, que abrange também a faixa etária dos 16 e 17 anos.

De acordo com o calendário definido pela task-force’ o objetivo é concluir o processo de vacinação dos jovens até 19 de setembro, perto do início do ano letivo. É nesse fim de semana que serão administradas as segundas doses do próximo ‘turno’.

A recomendação da Direção Geral de Saúde para a vacinação universal das crianças e jovens entre os 12 e os 15 anos foi conhecida em 10 de agosto, deixando assim de ficar circunscrita a situações específicas, como os casos em que existam doenças de risco para a covid-19.

A campanha de vacinação contra a covid-19 iniciou-se em Portugal em 27 de dezembro de 2020, sendo administradas atualmente as vacinas de dose única (Janssen) e de dose dupla (Pfizer/BioNTech, Moderna e AstraZeneca). Na quinta-feira, o país atingiu os 70% de população com a vacinação completa contra a covid-19.

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(NOT) A Silly Season com a diretora de marketing da Yunit

Andreia Jotta acaba de assumir os comandos do marketing e das parcerias da Yunit Consulting, um verão de mudanças como nos conta nesta conversa nada silly.

Nos últimos anos esteve à frente do marketing e da comunicação da Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa (CCIP), onde teve como missão ajudar as marcas nacionais a conquistar Portugal e novos mercados. A missão continua, mas agora à frente da Yunit Consulting.

Para Andreia Jotta este também está a ser um verão de mudanças e de novos desafios, como nos conta nesta (NOT) A Silly Season.

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Tiago Barbosa Ribeiro vai apresentar queixa por atos de vandalismo

  • Lusa
  • 21 Agosto 2021

Um outdoor de campanha, instalado na Rotunda do Bessa, foi "completamente rasgado”, avança o gabinete do candidato socialista à câmara do Porto.

A candidatura de Tiago Barbosa Ribeiro (PS) à Câmara do Porto vai apresentar na próxima semana uma queixa no Ministério Público sobre a “vandalização de estruturas de campanha”, disse este sábado à Lusa fonte da assessoria do candidato.

A mesma fonte confirmou que a queixa a apresentar “será contra desconhecidos”. Em comunicado, a candidatura revela que “na última noite, um outdoor da campanha eleitoral do PS para as eleições autárquicas, instalado na Rotunda do Bessa, foi completamente rasgado”.

Acrescenta a nota de imprensa que “ao longo das últimas semanas, outros ‘outdoors’ foram vandalizados com tinta, de forma claramente articulada e organizada”, e que um outro outdoor’ instalado na Avenida Fernão de Magalhães, foi igualmente rasgado.

“Até agora substituímos todos, procedimento que continuaremos a adotar, mas é tempo de dizer basta. É preciso acabar com o clima de intolerância e sectarismo que uns poucos covardes, pela calada da noite, tentam instalar na cidade”, reagiu o partido. A candidatura afirma que os atos praticados não “intimidam”.

“O populismo antipartidos faz o seu caminho, mas jamais terá a complacência do PS. Temos feito um trabalho diário com grande adesão dos portuenses, que em nada reflete este tipo de atitudes. O Porto é e continuará a ser a cidade das liberdades!”, lê-se ainda no comunicado.

Enfatizando tratar-se de “atos criminosos”, a candidatura garante que “não deixará de assumir em relação a esta matéria novas diligências, se estas se vierem a impor”.

A lista do PS à Câmara do Porto conta com seis homens e sete mulheres nos lugares efetivos, entre as quais a deputada à Assembleia da República Rosário Gamboa.

Além de Tiago Barbosa Ribeiro, à Câmara do Porto são já conhecidas as candidaturas de Ilda Figueiredo (CDU), Sérgio Aires (BE), Vladimiro Feliz (PSD), Bebiana Cunha (PAN), Diogo Araújo Dantas (PPM), André Eira (Volt Portugal), António Fonseca (Chega), Bruno Rebelo (Ergue-te), Diamantino Raposinho (Livre) e a recandidatura do independente Rui Moreira.

A Câmara do Porto é liderada por Rui Moreira, cujo movimento elegeu sete mandatos nas autárquicas de 2017, aos quais se somam quatro eleitos do PS, um do PSD e um da CDU.

As eleições autárquicas estão marcadas para 26 de setembro.

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