Colocação em trabalho temporário aumentou 45% no 2. º trimestre
Os trabalhadores com menos de 30 anos têm o maior peso nas colocações de trabalho temporário. O ensino básico mantém-se o nível de escolaridade predominante nas colocações efetuadas.
O número de colocação em trabalho temporário aumentou 45% no segundo trimestre em termos homólogos, com o maior crescimento a observar-se em maio, segundo dados do Barómetro da Associação Portuguesa das Empresas do Setor Privado de Emprego e de Recursos Humanos (APESPE-RH) e do ISCTE. Os trabalhadores com menos de 30 anos têm o maior peso nas colocações de trabalho temporário, mantendo-se o ensino básico como o nível de escolaridade predominante.
Ao longo do segundo trimestre deste ano registaram-se 92.847 colocações em trabalho temporário, número que compara com as 64.047 contabilizadas entre abril e junho de 2020.
“Os barómetros permitem constatar que o nível de contratos de trabalho temporário reduziu drasticamente entre 2019 e 2021. É importante relembrar que as taxas de penetração mais elevadas são em países com maior desenvolvimento económico e baixas taxas de desemprego. Tal demonstra a importância económica deste setor, que em Portugal tem das percentagens de penetração mais baixas a nível mundial, segundo dados da World Employment Confederation, e deve ser estimulado”, diz Afonso Carvalho, presidente da Associação Portuguesa das Empresas do Sector Privado de Emprego e Recursos Humanos (APESPE-RH), citado em nota de imprensa.
“Temos vindo a constatar que, independentemente do contexto económico e da situação pandémica, existe estabilidade ao nível de escolaridade dos trabalhadores temporários, que através destes contratos têm a possibilidade de entrar no mercado de trabalho e desenvolver novas competências. Tal é especialmente relevante na fase que atravessamos e tendo em conta as estatísticas globais, que indicam que níveis inferiores de escolaridade têm menor empregabilidade, o que faz com que os contratos temporários contribuam para empregar esta franja de trabalhadores”, acrescenta ainda Afonso Carvalho.
Evolução do índice
O valor do Índice TT (Trabalho Temporário) atingiu 1,67 em maio, o mais elevado dos registos efetuados, mantendo a subida progressiva iniciada em maio de 2020, quando se verificou o valor mais baixo da série (0,50), apenas interrompida em dezembro de 2020 e junho deste ano.
O Barómetro do trabalho temporário indica ainda que os trabalhadores com menos de 30 anos têm o maior peso nas colocações de trabalho temporário, representando 48% em abril e maio e 47,8% em junho, enquanto os que têm mais de 50 anos representam cerca de 9%.
O ensino básico mantém-se o nível de escolaridade predominante nas colocações efetuadas (mais de 66% no trimestre), seguindo-se o ensino secundário (entre 25,3% e 26,6%) e a licenciatura (aproximadamente 6%).
Por setores, verifica-se que as empresas de fabricação de componentes e acessórios para veículos automóveis continuam a ser as que mais recorreram ao trabalho temporário no 2.º trimestre de 2021, seguidas pelas empresas de fornecimento de refeições para eventos e outras atividades de serviço de refeições.
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Colocação em trabalho temporário aumentou 45% no 2. º trimestre
{{ noCommentsLabel }}