Eleições no Montepio provocam demissão do secretário-geral

Já arrancou o processo eleitoral na maior associação mutualista, mas de forma atribulada: além de anunciar prejuízos de 89 milhões em 2020, demitiu-se o secretário-geral da instituição, Pedro Sameiro.

Já está em marcha o processo eleitoral na Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG). Mas a corrida está a começar de forma atribulada: além dos prejuízos de 89 milhões em 2020 que foram revelados no dia em que se soube a data das eleições – 17 de dezembro –, já há demissões na instituição. Ao que o ECO apurou, Pedro Sameiro apresentou a renúncia aos cargos de secretário-geral e de primeiro secretário da mesa da assembleia geral da instituição.

Oficialmente, ninguém quis comentar a demissão. Nem o próprio Pedro Sameiro, nem a instituição, que respondeu ao ECO: “A Associação Mutualista Montepio não comenta temas de gestão interna”.

Pelas funções que ocupa dentro da instituição, Pedro Sameiro tem sido um dos principais responsáveis na organização das assembleias gerais e dos processos eleitorais nos últimos anos – mais do que até o próprio presidente da mesa da assembleia geral, o padre Vítor Melícias. Só que Pedro Sameiro não tem apreciado a forma como o processo das eleições está a ser conduzido desta vez, em divergência com a atual administração liderada por Virgílio Lima, segundo as informações recolhidas pelo ECO.

Um dos problemas em cima da mesa estará relacionado com a convocatória das eleições. A instituição acabou de convocar o ato eleitoral para o dia 17 de dezembro, e a partir de agora o calendário começa a contar para todas as quatro listas que se apresentaram à disputa. No próximo mês (até 15 de outubro) terão de obter o pré-registo dos candidatos ao conselho da administração e conselho fiscal junto da Autoridade de Supervisão dos Seguros e Fundos de Pensões (ASF) para puderem formalizar as suas candidaturas. Só que não há garantias de que o regulador venha a concluir os processos de avaliação de idoneidade de todos até lá, existindo o risco de uma ou mais listas (no máximo todas) ficarem de fora da corrida.

Contactado pelo ECO sobre se tem um prazo para se decidir sobre as quatro listas que se apresentaram à corrida, a ASF remeteu-se ao silêncio.

Quem está no meio sabe que estes processos de fit and proper (parecidos ao da banca) são sensíveis e morosos e exigem um processo de troca de informação e de contactos intenso – algo que tem vindo a acontecer com as listas. Mas não há geralmente um prazo para o regulador se pronunciar e se a resposta final da ASF vier depois do dia 15 de outubro… nada feito.

Ainda assim, a verdade é que os prazos correm para as quatro listas de forma igual. A rapidez do processo de avaliação da ASF dependerá muito das informações que forem transmitidas, da capacidade dos membros de cada lista e das dúvidas que poderão subsistir ao regulador.

São quatro as listas que concorrem para liderar a maior mutualista do país, com 600 mil associados: Virgílio Lima (atual presidente da AMMG), Pedro Alves (Lista dos quadros), Pedro Corte Real (lista do ex-administrador Miguel Coelho) e Eugénio Rosa (economista ligado ao PCP) são os cabeças de lista.

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