EDP livra-se de mais três chaminés poluentes. Central do Carregado entra na fase final de desmantelamento
A EDP vai dar início à demolição das três chaminés da central termoelétrica do Carregado. A operação vai ser realizada ao longo de dois meses, através de um sistema robótico.
Uma a uma, as enormes chaminés que no século XX se tornaram símbolo da produção de energia elétrica através de fontes fósseis e poluentes estão a desaparecer do mapa de Portugal. No ano passado, a EDP mandou abaixo, com recurso a explosivos, as duas chaminés com 200 metros de altura da central de Setúbal e agora é a vez de outras três chaminés serem demolidas, marcando assim a transição energética no país. Trata-se da central termoelétrica do Carregado, que entrou na fase final do seu desmantelamento.
Desativada já desde 2010, a central vai então vai perder as suas três icónicas chaminés, com cerca de 100 metros de altura e que serão demolidas por um robô controlado à distância.
O processo deverá durar cerca de dois meses e vai realizar-se com uma “tesoura multifunções” que, agarrada a um braço hidráulico de longo alcance, irá partir e deitar por terra, uma a uma, as três chaminés que durante 42 anos queimaram fuelóleo para produzir energia.
De acordo com a EDP, esta operação representa mais um passo na estratégia de descarbonização do grupo e segue-se a uma primeira fase em que o mesmo robô, suspenso numa grua a cerca de 110 metros de altura, já removeu os materiais no interior das chaminés ao longo dos últimos três meses e meio.
A manipulação deste mecanismo robótico é feita de forma totalmente remota, através de uma câmara colocada no topo da grua, que permite monitorizar todos os seus movimentos. “Esta operação, além de reforçar a segurança dos trabalhadores e diminuir o impacto ambiental, também substituiu os tradicionais métodos com recurso a explosivos (como aconteceu no derrube das duas chaminés da central da EDP em Setúbal) ou intervenções mecânicas”, explica a elétrica.
Depois de concluída a demolição das três chaminés da antiga central do Carregado, está previsto que se avance com o derrube dos restantes edifícios e se faça a regularização do terreno, que será depois avaliado para ver o estado do solo.
O fim da Central do Carregado surgiu num contexto em que a produção de eletricidade já começava a depender cada vez mais de fontes de energia renovável e se procuravam alternativas mais sustentáveis. Com isto, a EDP pretende cumprir os seus objetivos de sustentabilidade, que consistem em abandonar a produção a carvão até 2025, reduzir as emissões específicas de CO2 em 98% e em ser totalmente verde até 2030.
Os materiais que resultarem destes trabalhos de desmantelamento da central, desde os metais aos plásticos, entre outros, terão a reciclagem como destino, à semelhança do que tem sido feito em anteriores operações.
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