Santander Totta inicia despedimento coletivo. 145 trabalhadores deixam banco no início de 2022

Santander Totta já notificou os 145 trabalhadores que vão ser alvos do despedimento coletivo. Deixam o banco a 14 de janeiro e até lá poderão chegar a um acordo amigável.

O Santander Totta começou a notificar esta quarta-feira os trabalhadores que vão ser abrangidos pelo despedimento coletivo. Ao todo, o banco liderado por Pedro Castro e Almeida vai rescindir contrato de forma unilateral com 145 trabalhadores, apurou o ECO.

Estes trabalhadores só deixarão o banco no próximo ano, isto porque ainda terá de decorrer o período normal de 75 dias entre a notificação de despedimento e a sua concretização. Ou seja, o último dia de trabalho para estes funcionários no banco será a 14 de janeiro do próximo ano.

Até lá, a instituição vai continuar a aceitar rescisões amigáveis, oferecendo condições mais favoráveis para as saídas, conforme está a informar aos trabalhadores afetados por este despedimento. Os colaboradores foram notificados na manhã desta quarta-feira de forma digital, mas o banco também enviará as notificações por carta com aviso de receção, incluindo os termos de um pré-acordo para o caso de aceitarem uma rescisão amigável.

Contactado pelo ECO sobre este processo, fonte oficial do banco diz que o “despedimento coletivo seguiu o seu curso normal” e que “os colaboradores com os quais não foi possível até hoje chegar a acordo foram assim informados do mesmo, tendo recebido toda a documentação legal exigida em relação a este processo”.

“De qualquer das formas, até ao termo do vínculo com o banco – ou seja, 14.01.2022 – será sempre possível chegar a um acordo que oferece condições melhores”, assegura o banco.

Comissão de trabalhadores e sindicatos contestam

A comissão de trabalhadores não se conforma com esta decisão. Em declarações ao ECO, João Pascoal, membro daquela comissão, diz tratar-se de um “despedimento seletivo de pessoas na sua maioria com vulnerabilidades, com historial de doenças, de famílias monoparentais, tudo questões que influenciaram nas suas avaliações”.

Também os sindicatos da banca estão contra este despedimento coletivo e avançaram em setembro com uma providência cautelar para travar os processos em curso não só no Santander Totta, mas também no BCP. Em relação a este último, onde estão em causa cerca de 60 postos de trabalho, o tribunal negou a petição dos sindicatos, mas aceitou analisar a providência cautelar interposta em relação ao Santander Totta, criando alguma incerteza sobre o desfecho deste processo.

Durante o verão, através de rescisões amigáveis e reformas antecipadas, o Santander conseguiu chegar a acordo para a saída de 455 trabalhadores, não tendo sido possível um entendimento com 230 pessoas até à altura. Deste universo, entretanto, algumas dezenas negociaram a saída com o banco e agora estão cerca de 140 na porta da saída de forma unilateral.

A banca assiste a uma vaga de saídas de trabalhadores não só em Portugal, mas também em toda a Europa. Por cá, além do Santander Totta e do BCP, também o Novo Banco e Banco Montepio têm em curso planos de saídas de centenas de trabalhadores.

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