BRANDS' ECO Transição digital dá novas oportunidades ao setor do retalho
Os hábitos de consumo não são os mesmos depois de mais de um ano de confinamento. Mesmo com várias lojas físicas novamente abertas, o relatório da Xpand IT aponta o "modelo híbrido" como o futuro.
“Hybrid Retail: A New Era” é o nome do relatório realizado pela Xpand IT, uma empresa tecnológica portuguesa que, durante meses, estudou a indústria do retalho e apresenta, agora, os impactos que a pandemia provocou neste setor, bem como as novas oportunidades que daí surgiram através de um maior uso da tecnologia.
A verdade é que o setor do retalho foi um dos setores mais afetados pelos confinamentos. Todas as lojas físicas de bens não essenciais tiveram de fechar portas e isso resultou numa nova forma de comprar que, apesar de já existir antes, foi muito potenciada pela pandemia, nomeadamente o comércio online.
Apesar deste impacto negativo, que levou mesmo à falência de muitas empresas por não se conseguirem adaptar ao novo normal, Sérgio Viana, Partner Xperience & User Experience Lead na Xpand IT, referiu, mencionando o relatório lançado pela empresa, a importância da tecnologia para a recuperação do sector.
A oportunidade tecnológica trazida pela crise
“A tecnologia tem sido fundamental para nos ajudar a lidar com as consequências dos diferentes surtos pandémicos. Não podemos prever o futuro, mas podemos utilizar as diferentes ferramentas à nossa disposição para preparar as empresas para mudanças de comportamento e alterações no mercado a médio/longo-prazo”, afirmou.
De acordo com a pesquisa da Xpand IT, mesmo antes da pandemia muitas lojas físicas já tinham dificuldades em manter o interesse dos clientes e, por vezes, faliam precisamente por não encontrarem soluções para esse problema. Os confinamentos vieram agravar esta situação, mas, para muitas lojas, este foi um momento de oportunidade, já que mudaram para uma realidade 100% digital para sobreviverem.
Esta mudança levou a que muitos conseguissem encontrar, no meio da crise, novas formas inovadoras de fazer negócio, de reorganizar operações e de repensar modelos de negócio, aproveitando a tecnologia para seguir em frente.
Por essa razão, a Xpand IT considera que, mesmo agora, com muitas lojas novamente abertas, é muito improvável que os hábitos de consumo voltem a ser como se conheciam antes, uma vez que as pessoas conheceram formas mais cómodas e rápidas de comprar, das quais não vão querer abdicar agora.
Receitas de retalho online devem crescer para 5,4 biliões de dólares até 2022
Os números apresentados pelo Statista confirmam essa tendência ao mostrarem que as vendas mundiais do comércio eletrónico no retalho totalizaram 4,28 biliões de dólares, representando, assim, 18% de todas as vendas de retalho mundialmente.
O mesmo estudo afirma, ainda, que, até 2022, as receitas de retalho online devem crescer para 5,4 biliões de dólares e, em 2024, espera-se que o online corresponda a 24% de todas as vendas de retalho no mundo, o que demonstra uma tendência clara para a economia digital, com os consumidores a tornarem-se cada vez mais digitais.
No relatório da Xpand IT são, ainda, apontados os dois motores principais na disrupção da indústria do retalho, nomeadamente os avanços tecnológicos, suportados pela emergência de tecnologias como a Inteligência Artificial, Big Data, Realidade Aumentada, Internet das Coisas, entre outras, e a mudança de comportamento do cliente, capacitada, em parte, pela realidade digital – em particular em mobile.
Estas duas forças estão, a transformar o negócio do retalho, já que empoderam os consumidores que, ao estarem conectados 24 horas por dia, 7 dias por semana, através dos seus smartphones, têm uma enorme quantidade de informação à sua disposição, na qual confiam para tomar decisões de compra.
Futuro: Modelo híbrido para o setor do retalho
Tendo em conta estes dois fatores, os métodos tradicionais tornam-se, assim, ultrapassados, o que obriga as marcas a criarem engagement com os seus clientes através de soluções digitais, tais como a possibilidade de comprar um produto utilizando uma app e, depois, recolhê-lo em loja ou pedir que ele seja entregue em casa, a visualização de media adicional de um produto existente em loja, bem como a criação de lojas “pop-up”, entre outros.
Este uso da tecnologia facilita o ato de compra ao cliente, mas também pode ajudar os colaboradores a perceberem quais os gostos do consumidor e ir ao encontro das necessidades do mesmo de forma muito mais rápida. Assim, os lojistas conseguem estar equipados com mais conhecimento, apenas recorrendo aos dados digitais do cliente.
É com base nestes dados que o “Hybrid Retail: A New Era” fala de uma “nova era” para o setor do retalho, onde se irá ter de conjugar o digital com o físico e tirar partido da junção dos dois para proporcionar a melhor experiência ao cliente – híbrida, por definição.
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