Manuel Pinho detido após interrogatório no caso EDP

O ex-ministro da Economia foi prestar declarações ao DCIAP no âmbito do processo EDP e acabou detido. Mulher de Pinho também tem mandado de detenção.

Manuel Pinho foi ao DCIAP prestar declarações no âmbito do caso EDP e acabou detido. O advogado Ricardo Sá Fernandes fala em “dia muito triste para a Justiça portuguesa”. Há ainda um mandado de detenção para deter a mulher, Alexandra Pinho. “Um abuso de poder”, disse o advogado.

O caso EDP está relacionado com os Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC) no qual Mexia e Manso Neto são suspeitos de corrupção e participação económica em negócio para a manutenção do contrato das rendas excessivas, no qual, segundo o Ministério Público, terão corrompido o ex-ministro da Economia Manuel Pinho e o ex-secretário de Estado da Energia Artur Trindade.

O processo tem também como arguidos o ex-ministro da economia do governo do PS Manuel Pinho, o administrador da REN e antigo consultor de Manuel Pinho, João Conceição, Artur Trindade, ex-secretário de Estado da Energia de um governo PSD, e Pedro Furtado, responsável de regulação na empresa gestora das redes energéticas.

Segundo o advogado, Manuel Pinho compareceu no DCIAP mas teve de esperar uma hora até que foi informado de que iria ser detido.

“Aqui ninguém foge, nem há motivos para suspeitar que fujam. É por isso que lamento profundamente este ato, que consubstancia um verdadeiro abuso de poder”, disse Ricardo Sá Fernandes, em declarações à saída do DCIAP.

“Eu lamento isto que aconteceu. Aconteceu porque o Ministério Público entende que mudando o juiz de instrução criminal tem condições para aplicar uma medida de coação que outro juiz não teria. A justiça não pode funcionar assim. O Ministério Público não pode escolher os juízes que acha que melhor servem os seus propósitos. Já vi muitas coisas, já vi coisas que achava que não iria ver, e sinceramente esta é uma das que eu achava que não iria ver”, disse, referindo-se ao juiz de instrução Carlos Alexandre.

“Uma pessoa num processo que está em investigação há dez anos, por factos que ocorreram há 15 anos, que compareceu sempre, que nunca fugiu às suas responsabilidades e é agora objeto de um mandado de detenção para ele e para a mulher?!”, critica Ricardo Sá Fernandes.

Manuel e Alexandra Pinho são suspeitos dos crimes de fraude fiscal e branqueamento de capitais. Recentemente soube-se que o ex-ministro recebeu 60 mil euros de uma offshore no Panamá, embora diga que se trate de dinheiro de uma herança.

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