Acesso ao ensino superior não combate desigualdades

EDULOG sugere a alteração das condições para a atribuição de bolsas e reforço da oferta formativa. Para atrair mais estudantes estrangeiros, propõe a criação do "visto de estudante".

O contexto socioeconómico tem influência nas taxas de abandono no ensino superior, indicando que o seu alargamento não está a combater eficazmente as desigualdades, conclui um estudo da EDULOG, uma iniciativa da Fundação Belmiro de Azevedo. “Os resultados obtidos mostram que a expansão do ensino superior em Portugal não se traduziu na eliminação das desigualdades sentidas pelos estudantes, sendo o contexto socioeconómico o fator que mais promove essas desigualdades”, aponta o EDULOG num comunicado divulgado hoje.

O estudo “Estudantes nacionais e internacionais no acesso ao ensino superior” conclui que “quanto menos favorecido é o contexto socioeconómico do estudante, maior é a taxa de abandono“. As contribuições das famílias têm um peso no orçamento superior à média da UE, observa o EDULOG. “Com a perceção de que se trata de um investimento com retornos incertos no longo prazo, muitos indivíduos são forçados a entrar mais cedo no mercado de trabalho para aumentar o rendimento familiar”, acrescenta.

Também na entrada para o mercado de trabalho são identificadas desigualdades. “Os estudantes de contextos desfavorecidos enfrentam maior risco de desemprego, sugerindo que o ensino superior pode nem sempre cumprir o seu papel de promotor da mobilidade social“, conclui-se.

É necessário promover a concertação entre o decisor político e as instituições de ensino superior, que objetive um acesso equitativo a universidades e politécnico e a criação de mecanismos que reduzam as taxas de abandono.

Alberto Amaral

Membro do Conselho Consultivo do EDULOG

“Esta investigação deverá servir como ponto de partida para uma reflexão mais alargada sobre o papel que o ensino superior tem (e deverá ter) na redução das desigualdades”, assinala Alberto Amaral, membro do Conselho Consultivo do EDULOG. “É necessário promover a concertação entre o decisor político e as instituições de ensino superior, que objetive um acesso equitativo a universidades e politécnico e a criação de mecanismos que reduzam as taxas de abandono”, acrescenta.

Face ao diagnóstico, o EDULOG deixa uma série de recomendações:

  • a alteração das condições de atribuição de bolsas de ação social, incluindo o seu valor, de modo a alargar o número de estudantes elegíveis;
  • a intensificação do trabalho de complementaridade entre as instituições de ensino superior e o mercado de trabalho, para se conseguir uma melhor integração das alunos no emprego;
  • o reforço da oferta formativa no ensino superior, para acompanhar o aumento do número de candidatos;
  • o reforço dos processos de orientação das escolhas dos estudantes, ainda no ensino secundário;
  • a aposta em ações de sensibilização para os estudantes e famílias de contextos mais desfavorecidos, com o propósito de demonstrar os benefícios do ensino superior.

Criação do “visto de estudante”

O estudo debruça-se também sobre os estudantes internacionais, cujo número mais do que duplicou numa década em Portugal. Lembra o relatório “Uma Estratégia para a Internacionalização do Ensino Superior Português”, da autoria de uma comissão mista do Ministério Adjunto e do Desenvolvimento Regional e do Ministério da Educação e Ciência, cujas recomendações não foram aplicadas.

Dos 48.649 estudantes internacionais no ano letivo 2019/20, 27,08% vêm de países que não falam português. O EDULOG nota “que se mantém uma das fragilidades do processo de internacionalização resultante da fraca oferta de ciclos de estudo na língua inglesa”.

É ainda sublinhada “a burocracia na obtenção dos vistos dos estudantes extracomunitários, nunca tendo sido implementada a via verde proposta pelo relatório” referido acima. “Também existem dificuldades de recrutamento de estudantes da EU, explicitamente excluídos da aplicação do EEI [Estatuto do Estudante Internacional], o que cria problemas nos concursos de acesso”, aduz.

“Com o gradual decréscimo da taxa de natalidade em Portugal, e consequente redução de jovens portugueses a ingressar no ensino superior a médio prazo, torna-se evidente que a internacionalização do ensino superior português passará a ser uma das principais estratégias de suporte à sustentabilidade das instituições“, afirma Alberto Amaral. “É imperativo começar a adotar medidas que mitiguem as dificuldades no desenvolvimento internacional do nosso sistema de ensino”.

Uma das propostas é a criação de um “visto de estudante”, com base numa burocracia simplificada, tal como já acontece na Alemanha, Polónia ou Suécia. Um maior investimento no financiamento da investigação académica, de forma a melhorar a visibilidade internacional do país a nível científico e a promoção de uma oferta formativa em inglês são outras medidas propostas.

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Segunda geração de vacinas contra Covid deve chegar em 2022. O que trazem de novo?

Mais adaptadas, mais práticas e até mais dirigidas a variantes. A segunda geração de vacinas contra a Covid poderá chegar já no próximo ano. Mas, afinal, que vacinas são estas e que melhorias trazem?

No final do ano passado, as primeiras vacinas contra a Covid começaram a chegar aos braços dos portugueses, trazendo consigo alguma esperança. Menos de um ano depois, na comunidade científica já se estuda uma nova geração de imunizantes. Mas, afinal, o que são as vacinas de segunda geração e que melhorias trazem?

“Quando falamos de vacinas de segunda geração falamos na melhoria em termos de efetividade, segurança e distribuição logística” em relação às vacinas que estão atualmente a ser administradas, explica Filipe Froes, pneumologista e coordenador do gabinete de crise para a Covid-19 da Ordem dos Médicos, em declarações ao ECO.

Assim, em termos práticos, “podemos estar a falar de uma série de coisas diferentes”, isto é, de vacinas “mais adaptadas“, mais práticas do ponto de vista da administração ou, até, de vacinas “mais dirigidas a um determinado fim”, acrescenta Miguel Prudêncio, investigador do Instituto de Medicina Molecular (iMM).

As vacinas que estão atualmente a ser administras têm revelado “uma elevada eficácia na prevenção da infeção e são ainda mais eficazes na prevenção das formas graves de doença”, isto é, ao nível dos internamentos e morte. Não obstante, com as vacinas de segunda geração pretende-se combater algumas fragilidades que têm sido identificadas.

Tem-se falado muito em vacinas que atuem especificamente sobre a transmissão, tentando impedir o vírus de entrar pelas vias respiratórias até aos pulmões. A ideia é ter uma resposta imunitária que seja localizada no trato respiratório para reduzir a probabilidade de o vírus sequer chegar aos pulmões.

Miguel Prudêncio, investigador do Instituto de Medicina Molecular

Uma das quais diz respeito ao processo de armazenamento, já que algumas das vacinas atuais necessitam de ser armazenadas a baixas temperaturas. “Se as vacinas tiverem condições de armazenamento menos exigentes isto pode facilitar a sua distribuição“, assinala Miguel Prudêncio, acrescentando, que deste modo, estas vacinas podem “chegar a zonas de mais difícil acesso”.

Outra das vantagens elencadas pelo investigador diz respeito ao método de administração. Atualmente as vacinas contra a Covid que estão a ser dadas são a administradas por via intravenosa, no entanto, há vacinas de segunda geração “de administração oral ou intra-nasal”.

Por outro lado, as novas vacinas poderão ainda ser mais eficazes no bloqueio da transmissão e na resposta às variantes. Apesar de sublinhar que as vacinas que estão a ser administradas contra a Covid “são extremamente eficazes” quer ao nível da infeção e “ainda mais eficazes na prevenção das formas graves” da doença comparativamente com outras vacinas comercializadas no mercado, o pneumologista Filipe Froes reforça que “não há nenhuma vacina eficaz a 100%”, pelo que há sempre espaço para melhorias. Assim, as “vacinas de segunda geração tentarão, provavelmente, manter mais tempo a duração” da proteção, aponta o também membro do Conselho Nacional de Saúde Pública.

Por outro lado, “tem-se falado muito em vacinas que atuem especificamente sobre a transmissão, tentando impedir o vírus de entrar pelas vias respiratórias até aos pulmões. A ideia é ter uma resposta imunitária que seja localizada no trato respiratório para reduzir a probabilidade de o vírus sequer chegar aos pulmões”, sublinha ainda Miguel Prudêncio.

Além disso, convém referir que as vacinas atuais “foram desenvolvidas para uma estirpe original do vírus diferente da variante atual em circulação”, relembra Filipe Froes. Neste contexto, as vacinas de segunda geração poderão ainda ser mais adaptadas às diferentes mutações do SARS-CoV-2 que já foram identificadas.

Podemos perfeitamente conceber uma vacina que seja desenhada já a pensar nas diferentes variantes que entretanto estão identificadas e, portanto, ainda mais adaptada“, acrescenta Miguel Prudêncio. Esta imensidão de possibilidades não se esgota aqui, havendo também quem já esteja a desenvolver “vacinas de valência dupla”, com o intuito de criar imunidade contra a Covid e contra a gripe, como é o caso da Moderna, ou até vacinas que sejam “eficazes a produzir imunidade contra qualquer coronavírus” e não apenas contra o SARS-CoV-2.

Mais de 100 vacinas de segunda geração na “calha”. Nem todas vão singrar

Uma vacina pode levar anos a ser desenvolvida, mas a urgência da descoberta da vacina contra a Covid-19 fez acelerar todo o processo. Menos de um ano depois, há atualmente mais de 100 vacinas de segunda geração em diferentes fases de desenvolvimento clínico, das quais 107 estão a ser testadas em humanos e 41 em ensaios clínicos finais. Além disso, há ainda 75 vacinas em ensaios pré-clínicos, cujos ensaios estão ainda a decorrer em animais, segundo o balanço do The New York Times.

Assim, a fase 3 representa a última etapa que cada medicamento tem de passar até chegar aos reguladores para aprovação. Mas nem sempre os ensaios clínicos correm bem, pelo que nem todas as vacinas que estão em desenvolvimento vão chegar ao mercado.

Todo este processo até à aprovação dos reguladores é minucioso e habitualmente moroso, sendo que a qualquer momento “uma vacina que parecia estar numa fase muito promissora pode, de repente, ter um resultado que compromete a continuação do seu desenvolvimento“, assinala Miguel Prudêncio, ao ECO.

Além disso, o desenvolvimento da vacina, pode, inclusivamente ser suspenso por decisão da própria farmacêutica que está a desenvolver o fármaco por razões que não se prendem necessariamente com problemas de segurança ou eficácia. Foi, aliás, o que aconteceu com a vacina da Sanofi, que em setembro deste ano parou o desenvolvimento da sua vacina de RNA mensageiro, por considerar que chegaria demasiado tarde ao mercado.

As vacinas de segunda e terceira geração vão ultrapassar o combate ao SARS-CoV-2 e vão alargar-se a outras doenças e, portanto, o seu impacto vai permanecer para além da pandemia. Se calhar nunca tivemos tão próximos de uma vacina contra a SIDA e contra a Malária com esta tecnologia.

Filipe Froes, pneumologista e membro do gabinete de crise da Ordem dos Médicos

Não obstante, “este processo não é tão complicado e moroso para as vacinas que sejam uma espécie de versão 2.0 de uma vacina já existente como se for um produto totalmente novo“, explica o investigador do iMM. Se, por exemplo, “o produto em si, a formulação, a maneira como é administrada” for “toda idêntica”, nesse caso há processos de verificação que já foram feitos. Em contrapartida, no caso de uma “vacina drasticamente diferente na forma como é produzida ou desenhada ou que recorre a uma tecnologia diferente”, o processo de avaliação será mais moroso do que o upgrade de uma vacina já existente, ressalva.

Por outro lado, o pneumologista Filipe Froes assinala que as vacinas de segunda e terceira geração que estão atualmente a ser desenvolvidas vão “ultrapassar o combate ao SARS-CoV-2” e alargar-se a outras doenças. “O seu impacto vai permanecer para além da pandemia. Se calhar nunca tivemos tão próximos de uma vacina contra a SIDA e contra a Malária com esta tecnologia”, refere.

Perante estas imprevisibilidades e incertezas, Miguel Prudêncio considera ser “bastante especulativo” dizer quando e quais as vacinas de segunda geração que chegarão primeiro ao mercado. Não obstante, o investigador sublinha que “é perfeitamente possível” que seja já durante o próximo ano, dado que em menos de um ano a comunidade científica conseguiu disponibilizar as primeiras vacinas contra a Covid.

O preço das futuras é outra das incógnitas nesta equação. Desde que começaram a ser feitos os primeiros contratos de aquisição de vacinas através do mecanismo europeu, que a Comissão Europeia tem vindo a recusar divulgar os preços por doses, contudo, os valores têm sido divulgados por vias não oficiais. Em agosto, por exemplo, o Financial Times revelara que a Pfizer aumentou o preço de venda por dose em cerca de um quarto e a Moderna negociou os contratos mais recentes com atualizações de cerca de 10%.

Assim, sem adiantar valores, Miguel Prudêncio diz que o custo das vacinas vai depender “da tecnologia que estiver em causa”, dado “que os custos de produção variam muito consoante o tipo de vacina”, bem como “das margens de lucro que as empresas vão querer ter“. Recorde-se que em dezembro do ano passado, a secretária de Estado belga Eva De Bleeker partilhou no Twitter os preços das vacinas negociados por Bruxelas, sendo que na altura o preço da vacina da AstraZeneca custava 1,78 euros por dose face aos 12 euros praticados pela Pfizer-BioNTech, como refere o Expresso. No entanto, o investigador sublinha que “a partir do momento em que começam a existir várias alternativas” praticar um preço competitivo deverá também ser uma das preocupações das farmacêuticas.

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Nova variante provoca “sintomas ligeiros”, dizem especialistas sul-africanos

A nova variante da covid-19 foi sequenciada originalmente por cientistas sul-africanos. Uma médica e um responsável pela vacinação no país descrevem "sintomas ligeiros".

A médica Angelique Coetzee, presidente da Associação Médica da África do Sul, foi uma das primeiras a suspeitar da existência da nova variante da covid-19 e diz que os pacientes têm “sintomas ligeiros”. O presidente do Comité Consultivo Ministerial sobre Vacinas diz o mesmo. Já a presidente da Comissão Europeia diz que a Europa está “numa corrida contra o tempo”.

Angelique Coetzee contou à Reuters que a 18 de novembro apercebeu-se que vários pacientes com o novo coronavírus apresentavam sintomas diferentes dos normais na variante Delta, a predominante. Os doentes queixavam-se sobretudo de “fadiga extrema” durante dois dias, acompanhada de dores no corpo e dores de cabeça. Nos dias seguintes apercebeu-se de outros casos semelhantes.

A maioria deles apresenta sintomas muito ligeiros e até agora nenhum deu entrada no hospital. Estamos a conseguir tratar esses pacientes de forma conservadora em casa”, conta à agência britânica.

“Os casos que ocorreram até agora foram leves a moderados e isso é um bom sinal”, disse Barry Choub, presidente do Comité Consultivo Ministerial sobre Vacinas da África do Sul, em declarações à Sky News, este domingo. Sublinhou ainda que até ao momento não ocorreu um aumento nas hospitalizações por causa a covid-19.

“Esta é uma variante que inclui mais de 30 mutações apenas na proteína spike e cerca de 50 mutações em todo o genoma, e parece que tem a capacidade de escapar do sistema imunológico e uma capacidade aumentada de infectar”, diz o Prof. Tomer Hertz do departamento de microbiologia, imunologia e genética da Universidade Ben-Gurion, citado pelo jornal Haaretz. “Nesta fase, sabe-se relativamente pouco, mas está a causar preocupação e com razão“, acrescentou.

Vários países anunciaram nos últimos dias a identificação dos primeiros casos. África do Sul, Botsuana, Hong Kong, Israel, Holanda, Bélgica, Reino Unido, Alemanha, Itália e Dinamarca são os países que já o fizeram oficialmente.

Ursula von der Leyen diz que Europa está numa “corrida contra o tempo”

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, disse hoje em Riga que está em curso uma “corrida contra o tempo” para analisar a nova variante Ómicron do coronavírus SARS-CoV-2 e entender se as vacinas devem ser adaptadas.

Os cientistas e os laboratórios [farmacêuticos] precisam de duas a três semanas para ter um quadro completo das características das mutações nesta variante Ómicron”, acrescentou Von der Leyen, que falava numa conferência de imprensa em Vílnius, citada pela Lusa.

Von der Leyen anunciou que um contrato assinado neste verão pela Comissão Europeia com a ‘joint venture’ BioNTech-Pfizer para 1,8 mil milhões de doses da vacina incluía uma cláusula que previa o caso de surgir uma variante. Com essa cláusula, o laboratório compromete-se a conseguir adaptar a sua vacina no espaço de 100 dias, acrescentou.

A descoberta da nova variante foi anunciada pelo National Institute of Communicable Diseases da África do Sul, no dia 25 de novembro, a partir de amostras laboratoriais recolhidas entre 14 e 16 de novembro.

O Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC) alertou na quinta-feira que a nova variante do vírus SARS-CoV-2 suscita “sérias preocupações de que possa reduzir significativamente a eficácia das vacinas e aumentar o risco de reinfeções”. Num comunicado sobre a avaliação da ameaça da nova variante, e com base na informação genética atualmente disponível, o ECDC disse que a nova variante detetada na África Austral é a mais divergente (em relação ao vírus original) detetada até hoje.

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Costa diz que Rio tem “pela frente uma tarefa muito difícil”. Unir o partido

  • Lusa
  • 28 Novembro 2021

Secretário-geral do PS felicitou Rui Rio pela eleição e pôs de lado a possibilidade de um bloco central. Portugueses têm agora a possibilidade de fazer uma escolha clara, defende.

O primeiro-ministro e secretário-geral do PS, António Costa, felicitou Rui Rio pela reeleição como presidente do PSD e defendeu que agora os portugueses têm uma escolha “muito clara” nas eleições legislativas de 30 de janeiro.

“Tive ontem a oportunidade de felicitar pessoalmente o doutor Rui Rio, que vai ter pela frente uma tarefa muito difícil de procurar unir um partido que ficou dividido praticamente ao meio e de afirmar uma solução credível num contexto em que os principais quadros do partido se opuseram àquilo que ele defende”, afirmou.

António Costa falava aos jornalistas à chegada ao Teatro Nacional D.Maria II, em Lisboa, após ter sido questionado sobre a reeleição de Rui Rio como líder do PSD, com 52,43% dos votos, no sábado à noite.

A partir de ontem os portugueses têm uma escolha muito clara para fazer, ou um governo liderado por mim, com um PS renovado e reforçado, ou têm uma alternativa que o doutor Rui Rio tentará compor, unindo o seu partido, unindo o seu partido com todos os outros partidos à direita, e essa é uma escolha clara”, considerou.

O primeiro-ministro afirmou que, “para a vitalidade da democracia, é muito bom que existam estas escolhas muito claras”, apontando que cabe aos portugueses decidirem “quem querem para liderar o país nos próximos anos”.

Questionado se, com a vitória de Rui Rio, pode estar mais próxima a possibilidade de um “bloco central”, o primeiro-ministro afirmou que “isso são cenários que não se colocam”.

“O doutor Rui Rio rejeita essa hipótese, não creio que seja uma hipótese saudável. Aquilo que é importante é que os portugueses decidam como é que querem que haja a governação”, frisou António Costa.

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Governo garante voos de repatriamento de e para Moçambique

  • Lusa
  • 28 Novembro 2021

Ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, pediu desculpa e "paciência" para medida repentina de proibição de voos para Moçambique.

O ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, pediu hoje desculpa e muita paciência pelos incómodos causados pela suspensão dos voos de e para Moçambique a partir de segunda-feira, comprometendo-se com a realização de voos de repatriamentos.

A única coisa que agora mais peço é muita paciência, visto ter sido uma decisão [suspensão dos voos] muito repentina, porque as notícias do aparecimento de uma nova variante são da semana passada e foi preciso a União Europeia agir imediatamente, portante, peço paciência e desculpa por todos os incómodos desta decisão”, disse o governante.

Augusto Santos Silva, que falava aos jornalistas à entrada para a atribuição do Prémio Manuel António da Mota, no Porto, sublinhou que o Governo vai realizar voos de repatriamento para quem está em Moçambique e quer regressar a Portugal e vice-versa.

Os voos de e para Moçambique vão ser suspensos a partir das 00:00 de segunda-feira, 29 de novembro, anunciou na sexta-feira o Ministério da Administração Interna (MAI), impondo ainda quarentena a passageiros oriundos de um conjunto de países africanos.

A decisão de suspensão dos voos surge no seguimento das preocupações e medidas de contenção na União Europeia suscitadas pela deteção de uma nova variante, na África do Sul, potencialmente mais infecciosa, que a Organização Mundial de Saúde (OMS) denominou Ómicron.

“Agora o que vamos fazer é organizar voos, ou seja, promover a realização dos voos necessários para que cidadãos portugueses ou europeus e residentes em Moçambique que tenham de regressar a Portugal o possam fazer e, inversamente, cidadãos moçambicanos residentes em Portugal que queiram regressar ao seu país”, explicou.

O ministro adiantou que o Governo vai fazer com que estes voos sejam realizados o “mais rapidamente possível”, nomeadamente nos próximos dias, acrescentando quem a partir do momento em que disponha dos planos e programas referentes a estes voos, torná-los-á públicos.

Por esse motivo, além de desculpa e paciência, Augusto Santos Silva pediu serenidade, referindo que é sempre favorável para que as coisas se organizem da melhor maneira possível. O ministro aproveitou ainda a ocasião para destacar a “total transparência” com que a África Austral, nomeadamente a África do Sul, tem agido em todo o processo, tendo informado “imediatamente” a detenção de uma nova variante.

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“Nós não somos uma ilha no mundo”, diz António Costa sobre nova variante

Primeiro-ministro diz que está a ser feita a sequenciação genómica dos vírus detetados nas últimas semanas de forma a perceber se há casos da nova variante no país.

Portugal não regista, até ao momento, qualquer caso da Ómicron, garantiu este domingo o primeiro-ministro. António Costa alertou, no entanto, que Portugal “não é uma ilha”. Se variante for identificada, serão tomadas medidas.

“É uma preocupação para o mundo inteiro. A União Europeia adotou um conjunto de medidas para restrição de viagens num conjunto de países. Nós, como sabem, a partir de terça-feira passa a ser obrigatória a testagem em todos os voos“, começou por apontar António Costa aos jornalistas.

“Já estamos a testar todos os voos provenientes da África Austral. Ainda ontem num dos últimos voos que se realizou de Maputo para Lisboa foram testados todos os passageiros. Estão em quarentena e está a ser feita a sequenciação genómica dos casos detetados nas últimas semanas de forma a detetar se em alguns desses casos já tivemos algumas destas variantes“, explicou.

“Como sabem em vários países europeus foi detetada a presença desta variante. Até agora, em Portugal ainda não. Nós não somos uma ilha no mundo”, alertou. São já seis os países da Europa que confirmaram os primeiros casos da Ómicron: Holanda, Bélgica, Reino Unido, Alemanha, Itália e, já ao início da tarde, a Dinamarca.

“Esperemos que não [surjam casos], mas está a ser feito o trabalho para, se for feita a identificação, tomarem-se as medidas adequadas”, concluiu o primeiro-ministro.

O relatório de situação da Direção-Geral de Saúde deste domingo dá conta de mais 2.897 casos de covid-19 e 12 mortos. A taxa de incidência a nível nacional manteve-se nos 279,8 casos por 100 mil habitantes e o índice de transmissibilidade (Rt) em 1,19.

Nos hospitais estão internados mais 56 doentes com o novo coronavírus, num total de 764. Há uma semana estavam hospitalizados 597 pacientes com covid-19, o que corresponde a um aumento de 167 ou 28%. Nos cuidados intensivos estão os mesmos 104 doentes da véspera, o que compara com 89 no domingo passado.

O Centro Europeu de Controlo de Doenças (ECDC) alertou na quinta-feira que a nova variante do vírus SARS-CoV-2 suscita “sérias preocupações de que possa reduzir significativamente a eficácia das vacinas e aumentar o risco de reinfeções”. Num comunicado sobre a avaliação da ameaça da nova variante, e com base na informação genética atualmente disponível, o ECDC disse que a nova variante detetada na África Austral é a mais divergente (em relação ao vírus original) detetada até hoje.

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Insurtech Wefox recruta veteranos vindos de grandes seguradoras globais

  • António Ferreira
  • 28 Novembro 2021

A insurtech germânica que expande na Europa já soma três seniores com experiência acumulada em grupos como Allianz, Generali e Zurich.

A Wefox está a incorporar veteranos da indústria global de seguros, reforçando a equipa de liderança para chegar a 2030 e atingir o objetivo de 100 mil milhões de dólares em volume de negócios.

A insurtech alemã nascida em 2014 como Financefox (na Suíça) transferiu-se no ano seguinte para Berlim e foi redenominada Wefox Insurance AG. Após duas rondas de investimento robusto, assim tornada unicórnio, somou já este ano e em menos de seis meses o terceiro recrutamento de talentos que passaram por seguradoras globais como Generali, Zurich e Allianz.

Há poucos dias, a Wefox nomeou Ravindra Nath para a função Chief Information Ofifcer (CIO). Depois de ter exercido diversas funções de chefia em TI no grupo Allianz, Nath junta-se à equipa sénior da Wefox e vai reportar diretamente a Peter Huber, antigo líder da Zurich International e que, desde setembro passado, é Chief Insurance Officer da start-up.

Julien Teicke, fundador e CEO da Wefox afirmou: “Além de sólido conhecimento que tem da indústria de seguros, Ravindra traz consigo a experiência dos benefícios que se podem alcançar fazendo convergir tecnologia, estratégia e negócios. Iremos sem dúvida beneficiar das suas capacidades de integração e transformação.”

David Stachon, ex-membro da direção da Generali e antigo CEO da CosmosDirekt (subsidiária da Generali no seguro direto na Alemanha), é outro veterano na insurtech. Juntou-se à Wefox em julho para assumir o cargo de COO (Chief Operating Officer), comprometido com o desafio de impulsionar o crescimento global da seguradora digital.

Depois de, em junho, ter angariado 650 milhões de dólares numa ronda de investimento que elevou a valorização da Wefox para os 3 mil milhões, a start-up decidiu internalizar mais de 20 anos de experiência internacional acumulada por Stachon. Considerada a primeira insurtech do mundo a operar seguros de Propriedade, Vida e Saúde a partir de uma única plataforma tecnológica, a Wefox prevê, em 2022, alcançar a meta de 50 produtos em comercialização nos diversos países onde está presente.

Em setembro, a Wefox recrutou Peter Huber, anteriormente CEO da Zurich International, para assumir as funções de Chief Insurance Officer, com a responsabilidade de expandir a oferta Vida e Saúde e desenvolver a distribuição da carteira já existente.

Reafirmando ambição de, em 2022, lançar um novo produto a cada semana, a Wefox também quer, em 2025, estar em posição de oferecer aos clientes uma única apólice adaptável a qualquer cobertura e à medida que o modo de vida das pessoas se vá alterando ao longo do tempo.

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E220. Um diesel que dura, dura e dura

Na era dos elétricos e dos híbridos, o 220 diesel da Mercedes mostra que ainda tem argumentos para ser uma opção válida. Consumos muito baixos são a “arma” nesta berlina de luxo.

Vivemos um tempo em que praticamente todas as marcas se apressam a responder à ânsia da eletrificação. Procuram responder a uma procura crescente, seja por elétricos puros, seja por híbridos, na sua maioria, plug-in (com as empresas à procura dos benefícios fiscais), mas os motores a combustão ainda não morreram. O fim está vaticinado, mas há ainda uma grande oferta destas motorizações menos “amigas do ambiente”.

A Europa já marcou na agenda. 2035 será o último ano para a produção de carros a combustão no Velho Continente, ou seja, daqui a mais de uma década. É um statement europeu, que começa a ter peso na hora de se comprar um veículo novo, mas há méritos nos veículos puros a combustão que não podem/devem ser descartados. Não nos podemos esquecer da evolução que também estes tiveram nos últimos anos. E dos esforços para os tornar mais “limpos”.

Vimos essa evolução nos modelos a gasolina, mas também uma contínua aposta nas versões a gasóleo que são capazes de apresentar níveis de emissões cada vez mais reduzidas. Consumos também eles mínimos, mesmo quando debaixo do capot estão blocos de grandes dimensões como acontece com o E220, da Mercedes.

É um “senhor” motor, com uma “alma” grande. É um 2.0 de quatro cilindros com 194 cv, suficientes para puxar a limousine germânica até aos 235 km/h. São grandes números que, contudo, encolhem de forma expressiva quando se olha para os consumos. Impressionantemente, ficam-se, diz a marca, pelos 5,3 l/100km. No papel, gasta tanto quanto um qualquer citadino a gasolina. E na prática?

Autonomia para tudo

Há muito que os consumos anunciados pelas fabricantes de automóveis revelaram ser apenas isso… um número, utilizado para a homologação do carro. Para definir a carga fiscal que vai pagar à cabeça, nos impostos associados à compra, mas também durante a utilização, através do IUC. Por isso, quando vemos, 5,3 litros, automaticamente pensamos… “vai fazer para aí uns 6,5 litros”. É o normal.

No caso do Mercedes, a sabedoria popular pode dizer-se que é posta à prova. E perde. Com o depósito de 50 litros cheio, a caixa de velocidades automática 9G-TRONIC preparada para arrancar, a autonomia aponta para os 800 km, um número com que os elétricos ainda podem sonhar. Rolando com alguma moderação, em circuitos citadinos e poucos fora da cidade, a média vai apontando para os 5 litros. E a autonomia não desce, sobe!

Recorrendo ao modo de condução mais económico, que otimiza o funcionamento do motor, regrando o pé direito do condutor, seguimos viagem. Quilómetros atrás de quilómetros, na cidade e em vias extra-cidade, vemos a média baixar ainda mais. E a autonomia a não dar sinais de abrandar. Ao fim de quase mil quilómetros, a média cifra-se nuns impressionantes 4,1 litros/100 km. E ainda há diesel no depósito para devorar mais algum alcatrão.

Luxo, mas só para alguns

O E220 provou nesta viagem pelo país fora que os diesel da marca da estrela ainda têm muita vida. E que não são “carta fora do baralho”, especialmente para quem faz muitos quilómetros. Provou a eficiência, mas também um savoir faire digno de se lhe “tirar o chapéu” em termos de acerto na condução, bem como no conforto que oferece a quem pode sentar-se nas fantásticas poltronas de pele.

Os bancos suaves, coadjuvados por uma suspensão sempre preparada para “apagar” qualquer imperfeição do asfalto, garantem horas ao volante sem dores de viagem. A ausência de ruídos — graças à qualidade elevada de construção –, bem como todos os sistemas de ajuda à condução e de infoentretenimento, são capazes de fazer esquecer o tempo passado sobre quatro rodas. É um luxo que, contudo, só está ao alcance de alguns, tendo em conta a fatura de mais de 60 mil euros para ter as chaves na mão.

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Frank Williams, lenda da Fórmula 1, morre aos 79 anos

Britânico foi o fundador e líder da equipa Williams entre 1977 e 2020, tendo dominado a Fórmula 1 durante grande parte dos anos 80 e 90.

Frank Williams, o fundador da equipa de fórmula 1 com o seu apelido, morreu este domingo, em Inglaterra, com 79 anos. Ao longo dos mais de 50 anos como dirigente, ganhou sete títulos de pilotos e nove de construtores.

Piloto, mecânico, empresário e líder da Williams Racing, Frank Williams é uma figura incontornável do desporto motorizado do último meio século.

É com grande tristeza que, em nome da família Williams, a equipa confirma a morte de Sir Frank Williams, fundador e ex-chefe de equipa da Williams Racing“, escreve a família num comunicado divulgado através da empresa.

Frank Williams deu entrada no hospital na sexta-feira, tendo falecido esta manhã “rodeado pela família”, acrescenta. Em vez de presentes, a família pede que sejam feitas doações à Associação de Lesões na Coluna. O antigo piloto ficou paraplégico após um acidente de viação em 1986.

Deixou a administração da Williams em 2012, deixando a gestão a equipa nas mãos da sua filha Claire. A família vendeu a empresa ao fundo norte-americano Dorilton Capital em agosto de 2020 por 200 milhões de dólares, segundo o número avançado na altura.

Sob a sua liderança, a Williams ganhou sete títulos de fórmula 1 com pilotos que também se tornaram lendas, casos de Ayrton Senna e Alain Prost. Venceu ainda nove títulos de construtores.

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Ventura defende que PSD e Chega devem dar uma “solução” aos portugueses

  • Lusa
  • 28 Novembro 2021

"Se Rui Rio preferir dizer, ‘mesmo assim a solução é governar com o PS’, pois nós continuamos na oposição e continuaremos com gosto", afirmou o presidente do Chega, à margem do congresso do partido.

O líder do Chega defendeu hoje que, depois das eleições legislativas, o seu partido e o PSD devem pôr de lado os respetivos egos e “dar aos portugueses uma solução” governativa.

Penso que, quer eu, quer Rui Rio, (…) os dois nos devemos a este compromisso: a lealdade institucional e também dar aos portugueses uma solução para que, depois de dia 30 [de janeiro], o país não fique sem solução. Portanto, os nossos egos são importantes, mas não são aquilo de que o país precisa”, afirmou André Ventura aos jornalistas à entrada para o pavilhão onde decorre o IV Congresso do Chega.

Segundo o líder do Chega, com a vitória de sábado de Rui Rio nas eleições diretas do PSD, as “cartas estão em cima da mesa” e “nada vai mudar até 30 de janeiro”, em referência ao facto de o líder social-democrata ter anunciado que iria abdicar de formar Governo caso isso dependesse do partido de André Ventura.

“Agora, os eleitores do PSD tradicionais, que votaram na Aliança Democrática nos anos de 1980, em Pedro Passos Coelho, em Durão Barroso, têm que se perguntar se preferem governar com o PS ou se preferem governar à direita”, indicou.

Ventura sustentou que as próximas legislativas vão ser a “prova viva de como é que está o eleitorado em Portugal”, considerando que, “se há uma parte de eleitores de direita que prefere votar à esquerda, Rui Rio terá uma votação tendencialmente perto de maiorias, se a maior parte dos eleitores preferir uma direita que não tenha medo de dizer que é de direita, então o Chega ultrapassará os 10% e caminhará provavelmente para os 15%”.

“No dia 30 os portugueses vão-se perguntar: muito bem, há 10% ou 15% [para o Chega] e depois há 20% e tal ou 30% [para o PSD], qual é a solução? Se Rui Rio preferir dizer, ‘mesmo assim a solução é governar com o PS’, pois nós continuamos na oposição e continuaremos com gosto e garra a fazer o nosso trabalho”, salientou.

André Ventura disse ainda que, hoje de manhã, o Presidente da República lhe ligou para felicitá-lo pela reeleição para a presidência do Chega – Ventura ganhou as eleições diretas a 06 de novembro, mas tomou posse esta sexta-feira –, o que, segundo o líder partido, “mostra um quadro institucional de cooperação”.

“Prometi [ao Presidente] colaboração institucional e também a estabilidade e a tranquilidade para que, depois das eleições, possamos arranjar soluções. (…) Deixei claro, expressamente, ao Presidente que a ideia era, depois das eleições de dia 30 de janeiro, estar do lado da solução e não do problema”, frisou.

O IV congresso do Chega decorre desde sexta-feira na Expocenter, em Viseu, e deverá terminar na tarde de hoje com a apresentação dos resultados das listas para os órgãos nacionais e o discurso de encerramento de André Ventura.

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Presidente dissolve Parlamento “nos próximos dias”

  • Lusa
  • 28 Novembro 2021

Assim que voltar de Luanda, Marcelo Rebelo de Sousa vai certificar-se que não há nada que impeça a dissolução da Assembleia da República e vai marcar oficialmente a data das eleições.

O Presidente da República adiantou hoje que, se não houver qualquer obstáculo do parlamento, irá assinar “nos próximos dias” o decreto que dissolve a Assembleia da República e marca oficialmente as eleições legislativas para 30 de janeiro.

“Mal regresse a Lisboa, verei se não há nada no trabalho parlamentar, e aparentemente não há, que impeça a publicação do decreto. A partir daí entra um período pré-eleitoral, naturalmente, ainda contido pela aproximação do Natal e do fim do ano”, declarou o chefe de Estado no decorrer de uma visita a Luanda.

No final da celebração de uma eucaristia, na Igreja da Sagrada Família, em Luanda (Angola), Marcelo Rebelo de Sousa antecipou, assim, que a “marcação formal das eleições será nos próximos dias”.

As eleições no PSD, que acabaram com a legitimação da liderança de Rui Rio, o congresso do Chega, que deverá reconduzir a direção de André Ventura, e a reunião da Mesa do BE para aprovação do programa eleitoral demonstram, na opinião do Presidente da República, que está “estabilizado o quadro dos vários partidos” para avançar para o período pré-eleitoral.

Marcelo Rebelo de Sousa cumpre este domingo o segundo e último dia de uma deslocação a Angola para participar no Bienal de Luanda 2021 – Fórum Pan-Africano para a Cultura de Paz.

O Presidente já tinha anunciado a convocação de eleições legislativas antecipadas para 30 janeiro de 2022 na sequência do “chumbo” do Orçamento do Estado do próximo ano, no parlamento, em 27 de outubro.

O Orçamento teve apenas o voto favorável do PS e os votos contra das bancadas do PCP, BE e PEV, além dos deputados da direita, PSD, CDS, Iniciativa Liberal e Chega. O PAN e as duas deputadas não inscritas abstiveram-se.

A perda do apoio parlamentar no Orçamento do Estado de 2022 foi um dos motivos invocados por Marcelo Rebelo de Sousa para justificar a dissolução do parlamento e a antecipação das eleições.

A Constituição determina que as legislativas antecipadas têm de se realizar nos 60 dias seguintes à dissolução do parlamento – que só poderá ser decretada, portanto, a partir de 01 de dezembro

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Portugal com mais 12 mortes e 2.897 casos de covid-19. Internamentos aumentam

Número de internados aumentou 28% numa semana. Taxa de incidência ficou inalterada nos 279,8 casos por 100 mil habitantes e o índice de transmissibilidade (Rt) em 1,19.

O relatório de situação da Direção-Geral de Saúde deste domingo dá conta de mais 2.897 casos de covid-19 e 12 mortos. A taxa de incidência a nível nacional manteve-se nos 279,8 casos por 100 mil habitantes e o índice de transmissibilidade (Rt) em 1,19.

Nos hospitais estão internados mais 56 doentes com o novo coronavírus, num total de 764. Há uma semana estavam hospitalizados 597 pacientes com covid-19, o que corresponde a um aumento de 167 ou 28%. Nos cuidados intensivos estão os mesmos 104 doentes da véspera, o que compara com 89 no domingo passado.

Lisboa e Vale do Tejo continua a ser a região com mais casos novos (902), seguida de perto pelo Norte (828). O Centro registou mais 697, o Algarve 230 e o Alentejo 96. Nas regiões autónomas, foram reportados 24 novos casos nos Açores e 120 na Madeira. Os óbitos registaram-se na região da capital (5), na Madeira (4), no Algarve (2), e no Norte (1).

O número de casos ativos voltou a crescer. São agora 53.717, mais 2.028 que na véspera, uma vez que o número de novos positivos é muito inferior aos 857 recuperados. Há uma semana havia 44.960 casos ativos, pelo que o número aumentou em 8.757 no espaço de sete dias. As autoridades de saúde tinham ontem 60.630 contactos em vigilância, mais 1.048 do que no dia anterior.

Depois dos dados de hoje, o país soma agora 1.142.707 casos e 18.417 óbitos desde o início da pandemia.

(Notícia atualizada às 14h30)

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