Benfica pediu uma auditoria aos contratos de 55 jogadores
O dirigente do Benfica sublinhou que "não tem nada a esconder" e por isso decidiu estender a auditoria pedida no final do Verão aos contratos de 55 jogadores e não apenas três.
Rui Costa quer acabar com as suspeitas que ensombram o Benfica e, por isso, quer reforçar o compliance da SAD. “Acredito que com isso reforço também a confiança dos nossos adeptos”. Em entrevista à Benfica TV, falando do processo Cartão Vermelho — que envolve o ex-líder das águias em suspeitas de burla qualificada, abuso de confiança agravada, branqueamento de capitais e fraude fiscal qualificada, numa investigação que resultou na detenção de Luís Filipe Vieira em Julho — o presidente da SAD do Benfica admite que quer “acabar estas suspeitas todas em relação ao clube e por isso o compliance da SAD do Benfica tem de ser reforçado”, de forma a evitar que futuras irregularidades sejam apontadas ao clube.
Avançou ainda que os 55 contratos de transferências de jogadores investigados pelo Ministério Público no âmbito do mesmo processo, estão a ser igualmente alvo de uma auditoria encomendada pelo Benfica à EY.
Rui Costa diz que não quer esconder “o que quer que seja” e por isso “estendemos a auditoria que inicialmente era apenas em relação a três contratos”. Essa auditoria ‘inicial’ já está feita e os resultados foram apresentados aos advogados do Benfica a 22 de dezembro e a Rui Costa. A conclusão é que “não mostra prejuízo ao clube”.
E avisou ainda que, para já, a SAD do Benfica não pretende constituir-se assistente no processo que envolve o ex-líder dos encarnados, Luís Filipe Vieira.
Luís Filipe Vieira, ex-presidente do Benfica, foi identificado elo DCIAP como fazendo parte de um alegado esquema de fraude que consistia em comissões altas atribuídas ao empresário e advogado Bruno Macedo, na compra e venda de passes de três jogadores, com desvio de dinheiro da Benfica SAD, que mais tarde revertia para o presidente do clube pagar dívida das suas empresas.
A investigação identificou ainda esquemas de fraude em proveito pessoal de Luís Filipe Vieira e das suas empresas, sendo o principal prejudicado o SLB, o ex-Grupo Espírito Santo, o atual Novo Banco e ainda o Estado português.
Em causa estão crimes de burla qualificada, abuso de confiança agravada, falsificação de documentos, branqueamento de capitais e fraude fiscal qualificada, numa investigação que resultou na detenção de Luís Filipe Vieira, o empresário José António dos Santos, o filho Tiago Vieira, e Bruno Macedo. Estão em causa “negócios” e “financiamentos” superiores a “100 milhões de euros” que terão levado a “elevados prejuízos para o Estado e para algumas das sociedades”. Uma delas, será a do próprio Benfica, segundo comunicado da PGR.
Luís Filipe Vieira acabou a pagar uma caução no valor de três milhões de euros com a hipoteca de dois imóveis no Dafundo, um dos quais onde vive o ex-presidente do Benfica. Cada um tem o valor de 1 milhão e 380 mil euros. O remanescente foi pago em dinheiro, através de um depósito-caução de 240 mil euros.
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