Siza reconhece impacto negativo do Brexit
“O Brexit teve um impacto adverso (…) Para Portugal, o Brexit não foi uma boa notícia”, afirmou, referindo que “algumas exportações foram muito afetadas negativamente”, disse Siza ao The Times.
O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, reconheceu que o Brexit teve um impacto económico e político negativo em Portugal, numa entrevista publicada esta sexta-feira pelo diário britânico The Times (acesso condicionado, conteúdo em inglês).
“O Brexit teve um impacto adverso (…) Para Portugal, o Brexit não foi uma boa notícia”, afirmou, referindo que “algumas exportações foram muito afetadas negativamente”.
Embora admita ser difícil quantificar os danos económicos causados pelo Brexit porque a pandemia também teve consequências, o ministro referiu que as exportações de Portugal para o Reino Unido foram prejudicadas, nomeadamente de componentes automóveis e têxteis.
Segundo a Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA), no acumulado entre janeiro a novembro de 2021, as exportações para o Reino Unido caíram 49,9% face ao mesmo período do ano de 2019, o período anterior à pandemia.
O jornal cita estatísticas relativas a 2021 que mostram que, enquanto as exportações de Portugal para a União Europeia (UE) aumentaram 1,3%, para o Reino Unido caíram mais de 15%.
O valor das mercadorias importadas do Reino Unido caiu 56%, em comparação com uma queda de 10,3% dos restantes 26 países membros.
“O Reino Unido é um dos nossos principais parceiros comerciais, um dos principais parceiros de investimento”, vincou Siza Vieira.
Os dois países celebram este ano os 650 anos da Aliança Luso-Britânica, a mais antiga aliança diplomática do mundo, que foi primeiro formalizada com a assinatura do Tratado de Tagilde em 10 de julho de 1372.
Em 31 de janeiro de 2020, o Reino Unido deixou formalmente de ser um Estado-membro da União Europeia, na sequência do referendo de 2016, quando 52% dos eleitores votaram pela saída da UE.
Após um período transitório, o Reino Unido deixou de pertencer ao Mercado Único e à União Aduaneira em 01 de janeiro de 2021.
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