Custo do trabalho aumentou 2,5% em 2021

O ano de 2021 foi sinónimo de um novo aumento do custo do trabalho. De acordo com o INE, o índice cresceu 2,5%, sobretudo por efeito da subida dos custos não salariais.

O custo do trabalho subiu 2,5% em 2021, indicam os dados divulgados esta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Para esta evolução, contribuíram mais os custos não salariais do que salariais, num ano em que, por efeito da quebra de empresas abrangidas pelo lay-off simplificado, cresceram as contribuições sociais pagas pelos empregadores.

“Em 2021, o Índice de Custo do Trabalho (ICT) aumentou 2,5%, a que correspondem acréscimos de 1,9% nos custos salariais e de 4,7% nos outros custos“, avança o gabinete de estatísticas.

De acordo com o INE, a subida dos custos não salariais é explicada, pelo menos, em parte pelo “acréscimo das contribuições patronais decorrente da diminuição progressiva de empresas abrangidas pelo regime de lay-off simplificado no setor privado da economia”. Isto uma vez que ao abrigo desse apoio extraordinário à manutenção dos postos de trabalho os empregadores ficam isentos de pagar a taxa social única.

Ou seja, uma vez que, a par da retoma da economia, menos empresas recorreram ao lay-off simplificado — que só está disponível para os empregadores que sejam obrigados a fechar por causa da pandemia –, cresceu o valor total pago pelos patrões à Segurança Social, puxando pelo custo do trabalho.

Em comparação, em 2020, o ICT subiu 8,6%, tendo os custos salariais disparado 9,2% e os outros custos 6,2%. Tal significa que em 2021 foi registada uma desaceleração deste indicador.

Por outro lado, a nota divulgada esta segunda-feira pelo INE indica, além disso, que o custo médio por trabalhador subiu 3,7% e que o número de horas efetivamente trabalhadas por trabalhador aumentou 1,5%. A evolução desse último indicador também pode ser explicada pelo menor recurso ao lay-off, regime que implica a redução do tempo de trabalho dos trabalhadores, por via de cortes nos horários ou até mesmo da suspensão dos contratos.

Em comparação, em 2020, o custo médio por trabalhador aumentou 2,1% e as horas efetivamente trabalhadas por trabalhador diminuíram 5,7%, uma vez que, nesse ano, o número de empregadores em lay-off atingiu níveis máximos, à boleia dos confinamentos forçados pela pandemia.

O gabinete de estatísticas detalha que, em 2021, o Índice de Custo do Trabalho cresceu 2,8% nas atividades que abrangem genericamente o setor privado (em 2020, tinha subido 7,9%) e aumentou 1,8% nas atividades económicas que incluem maioritariamente (mas não exclusivamente) a esfera do setor público (em 2020, tinha disparado 9,8%).

No que diz respeito especificamente ao último trimestre de 2021, o INE informa que foi registado um acréscimo homólogo de 2,4% do custo do trabalho, quando no trimestre anterior tinha sido verificado um aumento de 3,9%. “Os custos salariais (por hora efetivamente trabalhada) aumentaram 2,5% e os outros custos (também por hora efetivamente trabalhada) aumentaram 2,3%, em relação ao mesmo período do ano anterior”, é explicado na nota divulgada esta manhã.

O ICT é, segundo explica o INE, um indicador de curto prazo que pretende medir a evolução trimestral dos custos do trabalho por hora efetivamente trabalhada suportados pela entidade empregadora.

(Notícia atualizada às 11h42)

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