BRANDS' ECOSEGUROS Wake up call: (re)imaginar a função fiscal nas companhias de seguros
Inês Cabral, Partner EY, Tax Financial Services, fala da importância de as companhias de seguros refletirem sobre as funções das suas equipas fiscais face à transformação que é exigida ao setor.
De acordo com um survey recentemente realizado, 87% das companhias de seguros estão a mudar os seus modelos operativos financeiros e fiscais e 85% consideram existir uma elevada probabilidade de nos próximos 24 meses optarem pelo co-sourcing de tarefas inerentes a estas áreas. Números impressionantes, mas expectáveis…
Entre setembro e dezembro de 2021, a EY realizou o “2022 EY Tax and Finance Operations Survey”, o qual foi conduzido, de forma anónima e independente, pela Euromoney Thought Leadership Consulting. Os resultados extraídos deste survey vieram confirmar uma tendência que se encontra perfeitamente em linha com as expectativas de quem conhece a fundo estes temas e as instituições, adicionando, contudo, uma quantificação que, pela sua expressividade, evidencia a urgência do tema.
As 50 perguntas colocadas a responsáveis pelas áreas financeira e fiscal endereçaram questões associadas aos custos da função fiscal, à necessidade de transformação da forma como esta área, por regra, opera, às opções de co-sourcing, ao foco na tecnologia e na otimização de processos, bem como na criação de valor no longo prazo e na atuação das companhias de acordo com os chamados critérios ESG (Environmental, Social, and Governance).
"Acreditamos que no dia-a-dia das equipas de Tax das companhias de seguros é impossível não se sentir o peso crescente do Compliance, as exigências de reportar, reconciliar e justificar dados cada vez mais detalhados, reduzir custos mantendo o rigor das análises (…)”
Em última instância, pretendeu-se obter uma perspetiva atual e independente relativamente à forma como os departamentos fiscais funcionam e quais os seus grandes desafios e prioridades.
Não será novidade que, em termos dos desafios que se colocam às companhias de seguros, os mesmos podem agregar-se em quatro grandes áreas: talento, alterações fiscais e regulatórias, tecnologia e custos. Por outro lado, também são conhecidas as vantagens associadas ao co-sourcing (ex: maior foco nas atividades de valor acrescentado, redução de riscos e de custos) e à incorporação de tecnologia nos processos, sendo, para este efeito, inevitável o inerente esforço de capacitação das equipas fiscais no que respeita a know how técnico relacionado com o tratamento de dados, processos e tecnologia. Por tudo isto, acreditamos que esta reflexão não pode não estar presente em todas as companhias de seguros. Algumas companhias já terão decidido qual o caminho a tomar, existindo diferentes graus de concretização da estratégia delineada.
Com efeito, acreditamos que no dia-a-dia das equipas de Tax das companhias de seguros é impossível não se sentir o peso crescente do Compliance, as exigências de reportar, reconciliar e justificar dados cada vez mais detalhados, reduzir custos mantendo o rigor das análises, muitas vezes com base em sistemas que não foram concebidos para fazer face às atuais necessidades e conviver confortavelmente com a cada vez mais desejada transparência fiscal. Se a isto adicionarmos temas técnicos cada vez mais complexos e estruturantes, temos todos os ingredientes para justificar a prioridade deste exercício.
"Não se trata de um exercício de futurologia, mas sim de uma constatação bastante pragmática face a exigências que já hoje são bem reais.”
Para quem ainda está no início desta reflexão, talvez começar por mapear todas as tarefas/processos assegurados pela equipa fiscal, hierarquizá-los, identificar onde estamos, que problemas ou ineficiências existem e onde queremos estar no futuro próximo (não só em termos de outputs como de poupanças para a companhia), que recursos existem atualmente devidamente capacitados e quais os níveis exigidos para concretizar a transformação pretendida, como dotar a equipa do know how necessário e que soluções (in house ou em co-sourcing) podem ser equacionadas.
Não se trata de um exercício de futurologia, mas sim de uma constatação bastante pragmática face a exigências que já hoje são bem reais.
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