Supermercados com menos procura por autotestes tentam escoar stocks

Super e hipermercados admitem, ao ECO, que a venda de autotestes tem caído nas últimas semanas, com as quebras a chegarem aos 80%. Para escoar o stock há quem aposte em promoções ou redução de preços.

Com os casos infeção por Covid-19 a cair a pique e a entrada em vigor do alívio de medidas, os super e hipermercados admitem que a venda de autotestes tem caído nas últimas semanas, com as quebras a chegarem aos 80%, face ao “pico” do início do ano. Por isso, há já quem aposte em novas estratégias para escoar o stock, nomeadamente através de promoções ou reduções de preços.

Na semana passada, o Governo colocou um “ponto final” à obrigatoriedade de apresentação de teste negativo para bares, discotecas, grandes eventos e eventos sem lugares marcados e para recintos desportivos, passando estes apenas a ser exigidos para as visitas a lares e estabelecimentos de saúde. Certo é, que esta circunstância aliada à redução significativa de casos de infeção em Portugal, já está a ter impacto nas vendas de autotestes nas superfícies comerciais.

Neste momento estamos a vender menos 80% do que no início do ano, altura em que atingimos o pico de vendas”, adianta fonte oficial do grupo Dia ao ECO, acrescentando, que as lojas Minipreço já venderam 957.925 autotestes, dos quais “24.812 foram vendidos na semana passada“.

Esta tendência é igualmente sentida pela Wells. A marca especializada em Saúde do grupo Sonae admite que “nas últimas semanas a procura tem diminuído”, embora os autotestes ainda sejam “um artigo muito procurado”. Sem adiantar dados totais de vendas, a marca sinaliza que “ao longo das últimas semanas” tem vendido “20.000 unidades de testes por dia”. Também as lojas Continente — que incluem os supermercados Continente, Modelo e Bom Dia e que também pertencem ao grupo Sonae — denotam “um ligeiro abrandamento das vendas dos autotestes”, apesar de não adiantarem valores.

À semelhança dos restantes retalhistas, também o grupo Jerónimo Martins confirma que as lojas Pingo Doce têm “sentido uma menor procura dos autotestes“, escusando-se, no entanto, a avançar valores.

Já a Auchan garante que a procura “se tem mantido estável”, depois de um aumento acentuado na época natalícia e na passagem de ano. “Na última semana vendemos cerca de 20.000 testes”, assinala a Auchan Retail Portugal, ao ECO, acrescentando que desde 6 de abril de 2021 — data em que começaram a disponibilizar este artigo — já foram vendidos “milhares” de unidades.

Em contrapartida, fonte oficial do Lidl considera que é “ainda prematuro prever o impacto” das novas medidas anunciadas pelo Governo, sendo que os preços dos autotestes vendidos pelo Lidl variam entre os 2,49 euros e os 2,99 euros.

Certo é que face a esta diminuição da procura, hipers e supermercados apostam em novas estratégias para escoarem o stock. É o caso da Wells e da Auchan, que têm, neste momento, a decorrer uma campanha promocional de “Leve 3 Pague 2”. Em ambos os casos, esta campanha engloba todos os autotestes vendidos pelas respetivas lojas, sendo que a marca do grupo Sonae tem disponíveis autotestes de dois fabricantes diferentes (o Flowflex e o Labnovation) a um preço unitário de 2,65 euros. A Auchan também tem à venda “duas marcas de autotestes” com um preço unitário “a rondar os 2,65 euros”.

Além disso, há retalhistas a apostarem na redução de preços, dadas as medidas tomadas pelo Executivo. “Não estamos a fazer nenhuma promoção, mas baixámos os preços dos autotestes”, adianta fonte oficial do grupo Jerónimo Martins, ao ECO. Neste contexto, as lojas Pingo Doce comercializam atualmente três marcas de autotestes (Boson Biotech, Flowflex e All Test) e cada unidade custa 2,49 euros.

Por outro lado, o Minipreço sinaliza que está a “avaliar todas as opções para escoar o stock” que têm em armazém, pelo que não exclui “alguma dinâmica promocional, ainda que curta, dado que as margens nestes artigos são bastante reduzidas”. Atualmente, a maioria dos autotestes vendidos pelo grupo Dia são da Flowflex e à semelhança das lojas Pingo Doce, custam 2,49 euros a unidade.

Também as lojas Continente admitem “vir a fazer dinâmicas promocionais” nestes artigos, sublinhando, no entanto, que as promoções “podem ter vários objetivos associados, que alguns dos quais vão muito além da necessidade de eventuais escoamentos de stock. Em contrapartida, a Wells diz não ter prevista “uma baixa de preço” e a Auchan garante que tem “o stock ajustado” para a previsão de vendas.

Os super e hipermercados estão autorizados a vender autotestes desde 16 de julho de 2021, sendo que o objetivo foi tornar ainda mais acessível o acesso a este mecanismo de controlo da pandemia e já depois de o Executivo ter permitido esta comercialização em farmácias e parafarmácias. Os autotestes permitem obter resultados em 15 a 30 minutos e só podem ser vendidos a pessoas com idade igual ou superior a 18 anos.

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