Abramovich coloca Chelsea e propriedades em Londres à venda. Receitas da venda do clube serão doadas “às vítimas da guerra na Ucrânia”

O empresário russo Roman Abramovich colocou o Chelsea à venda e estará em processo de venda das suas propriedades em Londres, alegadamente por "medo de ser sancionado".

Depois de ser noticiado que um multimilionário suíço terá sido abordado relativamente à compra do clube inglês Chelsea FC, o multimilionário russo Roman Abramovich confirmou esta quarta-feira que colocou o clube à venda, avançando que as receitas serão doadas às vítimas da guerra na Ucrânia.

Num comunicado publicado no site do Chelsea, Abramovich afirma que tomou esta decisão por acreditar “que é do melhor interesse” do clube. “A venda do clube não será acelerada, mas seguirá o devido processo”, apontou.

Afirmando que não solicitará o reembolso de quaisquer empréstimos, por nunca se ter tratado de negócios nem de dinheiro, “mas sim de pura paixão pelo jogo e pelo clube”, o empresário revela que pediu à sua equipa para criar uma fundação de caridade à qual “todas as receitas líquidas da venda serão doadas”.

Essas doações servirão designadamente “para o benefício de todas as vítimas da guerra na Ucrânia” e incluirão “o fornecimento de fundos críticos para as necessidades urgentes e imediatas das vítimas, bem como o apoio ao trabalho de recuperação a longo prazo”, explica.

Ao mesmo tempo, Roman Abramovich estará em processo de venda das suas propriedades em Londres, segundo o membro do Parlamento britânico Chris Bryant, avançou esta quarta-feira a Bloomberg (acesso pago/conteúdo em inglês).

Chris Bryant, membro do Partido Trabalhista britânico, disse que Abramovich está “com medo de ser sancionado, [e] é por isso que vai vender a sua casa já amanhã, bem como outro apartamento”. As propriedades em causa são uma mansão em Kensington Palace Gardens e um apartamento em Chelsea Waterfront, segundo fonte citada pela Bloomberg.

Já o empresário suíço Hansjoerg Wyss afirmou ter recebido na terça-feira uma oferta de compra do Chelsea, juntamente com três outros potenciais compradores. Nas palavras de Wyss, em entrevista ao jornal suíço Blick, Abramovich está “em pânico, como todos os outros oligarcas [russos]”, e está a pedir demasiado pela compra do clube.

O empresário da Suíça esclareceu ainda que só comprará o clube inglês como parte de um grupo. “Definitivamente, não vou fazer uma coisa destas sozinho”, revelou, acrescentando que “se comprar o Chelsea, então será com um consórcio composto por seis a sete investidores”.

O Reino Unido já aplicou sanções a mais de 100 indivíduos e entidades russas como resposta à invasão de Moscovo sobre a Ucrânia. Depois de dizer que “Abramovich já é sujeito a sanções”, Boris Johnson corrigiu a declaração e esclareceu que o multimilionário não está abrangido pelas mesmas. Contudo, é incerto se tal posição se irá manter.

Roman Abramovich tem cidadania portuguesa desde abril de 2021, tendo a naturalização sido feita ao abrigo da Lei da Nacionalidade como judeu sefardita. A lei em questão possibilita a obtenção de cidadania aos descendentes da antiga comunidade sefardita, tendo a sua ascendência sido comprovada pela Comissão de Certificação do Sefardismo da comunidade judaica portuguesa. O multimilionário tem também nacionalidade israelita desde maio de 2018.

No sábado passado, Abramovich tinha entregado a direção do Chelsea aos curadores da sua fundação de caridade, mas a mudança aguarda ainda autorização por parte da instituição e dos responsáveis nomeados.

(Atualizado às 19h05 com o comunicado do Chelsea)

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