Women TechEU aprova duas empresas nacionais da área da saúde e lideradas por mulheres
A Comissão Europeia vai renovar o Women TechEU ainda este ano. O orçamento será aumentado para dez milhões de euros, que financiarão um total de cerca de 130 empresas.
Duas empresas portuguesas na área da saúde (Metatissue – Biosolutions e Something in Hands) foram selecionadas para o programa Ecossistemas Europeus de Inovação, cujo acompanhamento em Portugal é feito pela Agência Nacional de Inovação (ANI), através da rede PERIN, integrado no Horizonte Europa: Women TechEU. Na sequência da forte participação em resposta a este primeiro convite, a Comissão Europeia irá renovar o Women TechEU ainda este ano. O orçamento será aumentado para dez milhões de euros, que financiarão cerca de 130 empresas.
“Este novo programa Women TechEU presta apoio a startups que sejam lideradas por mulheres, com o objetivo de potenciar a sua participação em projetos deep-tech. Haver duas empresas portuguesas lideradas por mulheres entre os 50 projetos aprovados pela Comissão Europeia é um motivo de orgulho e que vem impulsionar o empreendedorismo feminino nacional. Que possam servir de exemplo e inspiração a muitos outros”, afirma Joana Mendonça, presidente da Agência Nacional de Inovação, citada em comunicado.
Iniciativa da Comissão Europeia, a Women TechEU visa promover o empreendedorismo feminino de base tecnológica, através do financiamento de 50 start-ups deep-tech lideradas por mulheres, com subvenções, no valor de 75 mil euros a cada projeto, para apoiar os primeiros passos no processo de inovação e o crescimento da empresa, bem como orientação e coaching ao abrigo do Programa Women Leadership, promovido pelo European Innovation Council (EIC), assim como oportunidades de networking a nível da União Europeia (UE).
As candidaturas foram avaliadas por peritos independentes, com Bruxelas a apoiar 50 empresas lideradas por mulheres oriundas de 15 países diferentes, sendo que 40 estão sediadas nos Estados-Membros da UE.
“As empresas eleitas para financiamento desenvolvem inovações disruptivas em vários setores, desde o diagnóstico precoce e do tratamento do cancro à redução do impacto negativo das emissões de metano. Trabalham ainda em prol da realização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), combatendo as alterações climáticas, reduzindo os desperdícios alimentares, alargando o acesso à educação e promovendo a capacitação das mulheres”, descreve num comunicado de imprensa.
Portugal submeteu 11 candidaturas a este programa, das quais duas foram aprovadas, ambas na área da saúde. A Metatissue, empresa liderada pela Universidade de Aveiro Incubator (UA Incubator), produz “plataformas tridimensionais para a cultura de células, engenharia de tecidos e modelos de doenças para diagnóstico in vitro utilizando materiais de origem humana que fornecem microambientes realistas para as células. Já a Something in Hands — spin-off da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, desenvolve novos medicamentos para a terapia dirigida de cancros metastáticos.
“É um orgulho fazer parte primeiro lote de empresas selecionadas para o Women TechEU. Este programa vai permitir-nos ter acesso a financiamento, mentoria e coaching essenciais para alavancar a nossa tecnologia e validar o modelo de negócio. A presença de mulheres em empreendedorismo deep-tech ainda é muito reduzida, obviamente que este tipo de reconhecimento faz todo o sentido de forma a capacitar empresas emergentes lideradas por mulheres. A ANI tem sido um apoio fundamental não só na preparação do Women Tech EU, mas também de outras candidaturas a projetos nacionais e europeus”, resume Catarina Custódio, cofundadora da Metatissue – Biosolutions.
“Este financiamento foi muito importante pois vai permitir-nos continuar os estudos in vivo, em animais. Trata-se de experiências muito dispendiosas, cujo objetivo é a consolidação da prova de conceito, isto é, a prova de que o nosso medicamento é eficiente contra as metástases do cancro da mama triplo negativo. Temos tido muito apoio da ANI no último ano, no sentido de melhorar o nosso lado empresarial e manter nos informadas sobre oportunidades de concursos para financiamento”, completa Helena Garcia e Andreia Valente, cofundadoras da Something in Hands.
Os projetos deverão ter início na primavera deste ano com uma duração de 6 a 12 meses.
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