BNP Paribas Cardif cresceu 32% em prémios em 2021 apoiada em parcerias e plataformas

A Cardif, marca de seguros do grupo BNP Paribas, cresceu 32% o volume bruto de prémios em 2021, alcançando receita histórica de 32,6 mil milhões de euros. O resultado líquido antes de impostos recuou levemente (-1% face 2020), refletindo impacto de sinistros e investimentos destinados a apoiar o momentum experimentado no mercado, em particular no segmento de poupança, onde o crescimento iniciado em 2020 se confirmou em 2021, com a captação bruta produtos unitlinked avançou mais de 45%, complementado por incremento continuado nos seguros de proteção em França, e evolução sustentada na América Latina e Ásia, explica a seguradora do grupo BNP Paribas, presente em Portugal, entre outros negócios (Vida e riscos diversos), através da Cetelem.

Por segmentos de atividade, a captação de poupança alcançou 25,7 mil milhões de euros, evidenciando crescimento de 42% em perímetro e câmbio constantes, detalha a seguradora. A receita repartiu-se em 13,1 mil milhões de euros por França (+41% face a 2020) e em 12,5 mil milhões pela atividade internacional com crescimento de 43%, destacando-se o Luxemburgo (+96% em comparação com 2020). Quanto às soluções de proteção, o volume bruto de prémios avançou 4%, alcançando 6,9 mil milhões de euros (1,6 mil milhões em França, em progressão anual de 2%, sustentado pelo negócio de seguro de financiamento/crédito). O resto da Europa faturou 2,9 mil milhões de euros, mais 6% suportado sobretudo pela operação em Itália, Polónia, Turquia e Bélgica.

No fecho do exercício contabilístico, a Cardif geria 282 mil milhões de euros em ativos, mais 7% relativamente a 31 de dezembro de 2020, sendo que 50,1 mil milhões de euros representavam poupança em unit linked em França, do qual perto de 20 mil milhões constituíam carteira “certificada como investimentos de impacto,” ou seja reconhecida como finança sustentável.

Cardif, parcerias e interfaces

“Os comportamentos dos clientes dos nossos parceiros estão a mudar. Hoje em dia, as plataformas digitais tornaram-se primeiro touchpoint chave para o consumo de todos os tipos de bens e serviços,” afirma a CEO da BNP Paribas Cardif. A acessibilidade através da plataformização, atual revolução tecnológica suportada em análise dados e que a companhia integra desenvolvendo interfaces que permitem aos parceiros personalizarem a oferta aos clientes, é o que “está a mudar o acesso aos produtos de seguro”.

A maioria dos clientes que utilizam essas plataformas não as procuram só para subscrever um produto de seguro, “mas para responder a uma necessidade mais vasta,” afirma Pauline Leclerc-Glorieux, na introdução ao relatório anual do grupo global.

Posicionando-se líder global em parcerias de bancassurance, a entidade realça que 46% dos prémios emitidos, ou 15,1 mil milhões de euros, foi gerado através das parcerias estabelecidas fora do grupo BNP Paribas e são centenas distribuídas por 33 países, diversificadas pelos setores de crédito ao consumo, retalho, automóvel, telecomunicações, gestão de património e intermediação financeira (leasing e renting), setores em que a organização atua no modelo BaaS, implantando soluções de seguro (embedded insurance).

Em relação às parcerias, entre novas e renovadas, referindo um total de 100 só em 2021, a organização recorda o protocolo com a Volkswagen Financial Services, um acordo válido para 16 países. No Brasil, o grupo anunciou, já em março de 2022, um acordo com o Neon.

A parceria exclusiva com o neobanco brasileiro tem como objetivo aproveitar este canal digital para distribuir coberturas proteção, seguros de propriedade e soluções de Vida. Um inquérito apresentado pela fintech brasileira indica que 80% dos clientes bancários no seu mercado não dispõem de seguro, por ser caro. A colaboração estabelecida pretende mudar a situação e tornar as soluções de seguro mais “simples e acessíveis”, pela inclusão financeira no Brasil, sustenta a financeira francesa.