Autarcas querem estrutura de reflexão que agrupe um conjunto de municípios do Centro
Cimeira regional reúne 13 autarcas do “corredor ibérico” entre Figueira da Foz e fronteira espanhola; reivindicam requalificação do IC8, construção do IC31, e políticas de discriminação positiva.
Treze autarcas do “corredor ibérico”, entre a Figueira da Foz e a fronteira com Espanha, estiveram reunidos para discutir a criação de uma estrutura de reflexão que agregue um conjunto de municípios da região Centro.
“É hora de dizer basta à continuidade de privilégios atribuídos às áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto sob a forma de investimentos e políticas públicas”, disse esta quarta-feira à agência Lusa, o anfitrião da reunião e presidente da Câmara de Oleiros, Fernando Marques Jorge.
O desafio para a criação desta estrutura foi lançado por este autarca do distrito de Castelo Branco e o objetivo passa pela identificação das necessidades infraestruturais e de políticas legislativas deste território que culminem num documento a enviar ao Governo.
“Toda esta região [referenciada pelo eixo Figueira da Foz-fronteira] está repleta de belezas de todo o tipo – da gastronomia às paisagens – e de gente trabalhadora e criativa. Mas tem sido sempre secundarizada. Em meu entender, só uma união séria e ativa dos autarcas pode fazer face a este fado contínuo”, afirmou.
Os autarcas apontaram a necessidade “urgente” de conclusão e requalificação do IC8 (itinerário complementar que liga a A17, na zona de Pombal, à A23, em Vila Velha de Ródão), da construção do IC31 (entre a fronteira e a A23, em Castelo Branco – colocando a região no eixo Lisboa-Madrid), da região ser encarada como um território possível para acolher o futuro aeroporto, e de ser dada prioridade à criação de políticas e efetivas de discriminação positiva.
“Desde há muito que medito sobre a forma de fazermos valer a força que temos nesta região Centro, desde a fronteira com Espanha até ao litoral. Sistematicamente, Governo após Governo, em épocas eleitorais, prometem um não acabar de promessas, logo esquecidas salvo raras exceções”, sustentou Fernando Marques Jorge.
Os autarcas presentes na reunião concordaram que este processo de união de concelhos pela região Centro tem de ter o envolvimento das respetivas comunidades intermunicipais (CIM) para a elaboração de um documento a ser debatido no Conselho Regional da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, para chegar ao Governo.
“Os cidadãos do interior pagam mais de taxa de resíduos do que os de Lisboa. Alguém entende isto? O mesmo se passa com os passes sociais. Nos grandes centros são suportados pelo Estado e no interior têm de ser as câmaras a custear estes custos. “Todos nos queixamos do mesmo, a união é que faz a força”, concluiu o presidente da Câmara de Oleiros.
Nesta primeira “cimeira autárquica regional” estiveram presentes Arganil, Castelo Branco, Coimbra, Condeixa, Fundão, Idanha-a-Nova, Penamacor, Proença-a-Nova, Sertã, Vila de Rei, Vila Nova de Poiares, Vila Velha de Ródão e Pombal.
Outros municípios da região Centro, (casos da Figueira da Foz, Covilhã, Batalha, Pampilhosa da Serra, entre outros) justificaram a sua ausência, por motivos de agenda.
Segundo Fernando Marques Jorge, os ausentes expressaram “total solidariedade” à proposta de criar um manifesto de interesses coletivo que defenda e posicione toda a região Centro, no momento em que arrancam o Plano de Recuperação e Resiliência e um novo quadro comunitário de apoio para 2021-2027, ambos apoiados por fundos europeus.
Dando continuidade a esta iniciativa, está prevista uma nova reunião de autarcas em data e local a definir.
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