Preços na produção industrial disparam 26% em março à boleia dos custos com energia
Índice de Preços na Produção Industrial aumentou 26,3% em março, em termos homólogos, refletindo a escalada de mais de 80% na componente de energia e bens intermédios mais caros.
Depois do aumento de 20,9% observado em fevereiro, o Índice de Preços na Produção Industrial disparou 26,3% em março, em termos homólogos, uma subida “fortemente influenciada” pelo aumento dos preços da energia e dos bens intermédios, revelam dados publicados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Segundo o gabinete nacional de estatística, o agrupamento da energia registou um crescimento homólogo de 82,4% em março, que compara com 60,9% no mês anterior, e um contributo de 15,4 pontos percentuais (p.p.), justificado pelo “forte impacto dos preços da produção de eletricidade e do petróleo e seus derivados”.
Março é o primeiro mês completo de impacto da guerra na Europa, desencadeada pela invasão russa que teve início em 24 de fevereiro. O conflito tem puxado pelos preços da energia e matérias-primas em todo o mundo, dando gás à inflação.
Evolução do Índice de Preços na Produção Industrial:
Com uma taxa de variação homóloga de 20,3% em março, acima dos 19,6% observados em fevereiro, o agrupamento de bens intermédios deu o segundo maior contributo, num total de 7,5 pontos percentuais.
A variação mensal do índice agregado foi de 6,2% (1,6% no mesmo mês de 2021). Também aqui foi determinante a energia, que teve um contributo de 4,8 p.p. associado a uma taxa de variação de 20,2% (variações de 7,4% e 6,1% em fevereiro de 2022 e em março de 2021, respetivamente). “Excluindo este agrupamento, o crescimento dos preços na produção industrial acelerou 0,4 p.p., para uma variação de 1,8%”, indica o INE.
A secção das indústrias transformadoras registou um aumento mensal de 4%, em relação aos 1,1% verificados em março do ano passado, e um contributo de 3,5 p.p.
Já no primeiro trimestre de 2022, o índice total apresentou uma variação homóloga de 21,7% face aos 18,4% registados aos três meses anteriores. Os agrupamentos de energia e bens intermédios apresentaram contributos de, respetivamente, 11,6 p.p. e 7,3 p.p., resultantes de variações de 63,5% e 19,6% (pela mesma ordem, 58,9% e 16,9% no quarto trimestre de 2021).
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